Mudanças
Em relação à equipa de perdeu com o Famalicão, Paulo Sérgio fez uma alteração essencialmente estrutural, no Portimonense. Com quatro centrais de raiz em campo (Park, Pedrão, Lucas e Relvas), o treinador algarvio deixou Wellinton Júnior sozinho na frente de ataque, colocou Seck e Zie Ouattara os corredores, com o trio do meio-campo a sobreviver.
Por seu lado, Rúben Amorim fez cinco mudanças na equipa do Sporting, em relação à que venceu o Estoril. Gonçalo Inácio e Diomande juntaram-se a Coates na defesa, Ugarte entrou para o meio-campo, Esgaio para o lado direito da defesa e Chermiti ocupou o lugar de Paulinho na frente do ataque.
Leão sem instinto matador
Olhando para as equipas no papel, foi fácil de prever o que ia acontecer no terreno de jogo. Remetido a um bloco baixo, com seis defesas, o Portimonense preocupou-se mais em absorver a pressão do Sporting, que ia controlando a posse de bola e empurrando os algarvios para perto da baliza de Nakamura.
Ugarte, Gonçalo Inácio e Marcus Edwards todos visaram as redes algarvias, mas não conseguiram enquadrar os remates, todos feitos dentro do quarto de hora. É então que que surgem as melhores oportunidades para um leão que mostrou não ter instinto matador.
Começou aos 17 minutos, com Pedro Gonçalves a rematar na sequência de um canto, Kosuke defendeu e na recarga, Morita viu Pedrão retirar-lhe a bola em cima da linha de baliza. Aos 28 minutos, Nuno Santos cruzou na esquerda, e Pedro Gonçalves, no coração da área, rematou por cima. Seguiu-se o falhanço de Marcus Edwards (32 minutos) que se antecipou a Seck, mas não conseguiu enquadrar o remate.
E é nos últimos minutos da primeira parte que surge a oportunidade de ouro. Aos 41 minutos, Gustavo Correia assinala falta de Ouattara sobre Nuno Santos, fora da área. Contudo, após recurso ao VAR, verifica-se que a infração foi cometida dentro e é assinalado o penálti.
Chamado a converter, Pedro Gonçalves, um dos melhores marcadores do campeonato, rematou por cima e desperdiçou a hipótese de o Sporting ir em vantagem para o primeiro tempo.
Reveja aqui as principais incidências da partida
Uma (Naka)muralha intransponível
O segundo tempo começou com a mesma toada do primeiro. E estavam decorridos poucos segundos quando o cruzamento de Edwards, na esquerda, foi desviado por Park contra a própria trave
Seguiu-se um festival de defesas de Kosuke Nakamura. Internacional pelo Japão em seis ocasiões e a cumprir a terceira temporada no Portimonense, o guarda-redes de 28 anos mostrou-se a grande nível, ao defender os remates de Pedro Gonçalves (51 e 73 minutos, este último com o jogador leonino isolado) e Esgaio (63 minutos). Pelo meio, Pote voltou a ter uma excelente oportunidade, após cruzamento de Matheus Reis, mas acertou no poste.
Não consegue marcar, assiste
A exasperar com a incapacidade finalizadora da equipa, Rúben Amorim lançou Paulinho aos 74 minutos e a equipa do Sporting passou a apresentar-se num pouco habitual 4x4x2 (Matheus Reis como lateral esquerdo e Paulinho junto a Chermiti) e a mudança parece ter surtido efeito.
Agora a jogar no meio-campo, ao lado de Morita, Pedro Gonçalves, que esteve de pontaria desafinada, encontrou Paulinho na área com um grande passe e o internacional português, de primeira, rematou para o fundo das redes. Primeiro golo do avançado na Liga no ano civil de 2023 e um respirar de alívio dos adeptos leoninos.
Que não tardaram a ficar com o coração nas mãos. A perder, o Portimonense esboçou uma resposta e por entre algumas dificuldades, António Adán segurou a vantagem leonina ao deter os remates de Pedrão e Yony González.
Alcançada a quarta vitória consecutiva, o Sporting encontra-se no quarto lugar com 47 pontos e coloca pressão no SC Braga (49 pontos), que ocupa a última vaga de acesso à Liga dos Campeões. Já o Portimonense perdeu pela primeira vez em casa, em 2023 e está no 12.º lugar, com 26 pontos.
Homem do jogo Flashscore: Paulinho (Sporting)