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Fórmula 1 acusa presidente da FIA de interferência comercial

Reuters, André Guerra
Ben Sulayem comentou nas redes sociais sobre a existência de uma possível licitação
Ben Sulayem comentou nas redes sociais sobre a existência de uma possível licitaçãoReuters
A Fórmula Um, detida pela Liberty Media, acusou o presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), Ben Sulayem, de interferir com os seus interesses comerciais ao questionar publicamente uma alegada avaliação do desporto de 20 mil milhões de dólares do desporto.

Ben Sulayem, dos Emirados Árabes Unidos, foi eleito em 2021 para a posição principal do órgão governante da Fórmula 1, recorreu ao Twitter na segunda-feira depois de Bloomberg ter revelado que o Fundo Público de Investimento da Arábia Saudita estaria a explorar uma oferta nesse montante.

"Como guardiães do desporto automóvel, a FIA, como organização sem fins lucrativos, é cautelosa quanto a alegadas etiquetas de preço inflacionadas de 20 mil milhões de dólares colocadas sobre o desporto. Qualquer potencial comprador é aconselhado a aplicar o bom senso, considerar o bem maior do desporto e apresentar um plano claro e sustentável - e não apenas muito dinheiro", escreveu Ben Sulayem na sua conta pessoal.

Ele sugeriu que a FIA tinha o dever de considerar o possível impacto negativo nos adeptos e promotores, que poderiam ter de pagar mais.

Os comentários surgiram depois de ter demonstrado o seu apoio, este mês, à proposta de Michael Andretti de colocar uma 11.ª equipa na grelha - uma mudança à qual a maioria das equipas resistem devido à diluição das receitas.

Também alimentam a sensação do possível surgimento de uma guerra de territórios entre o órgão dirigente e um detentor dos direitos comerciais ansioso por fazer crescer um campeonato em expansão e cada vez mais popular.

A Sky Sports News noticiou que o chefe do departamento legal da Fórmula 1, Sacha Woodward Hill e a homóloga da Liberty Media, Renee Wilm, enviaram uma carta conjunta à FIA acusando o órgão de exceder o seu papel.

Em última instância, a FIA é dona dos direitos para o campeonato mas cedeu-os à antiga direção da Fórmula 1 de Bernie Ecclestone num acordo de 100 anos assinado em 2001, como parte de uma separação das atividades comerciais e regulatórias.

"A FIA comprometeu-se inequivocamente a não fazer nada que prejudicasse a propriedade, gestão e/ou exploração desses direitos", diz a carta, citada pela Sky.

"Consideramos que esses comentários, feitos a partir da conta oficial do presidente da FIA nas redes sociais, interferem com esses direitos de maneira inaceitável".

A catar, enviada ao Conselho do Desporto Motor Mundial da FIA, dizia que os comentários feitos correm o risco de exposição a "graves consequências regulamentares" e que a FIA poderia também ser responsabilizada.

"Qualquer indivíduo ou organização que comente o valor de uma entidade listada ou das suas filiais, especialmente alegando ou implicando a posse de informações internas ao fazê-lo, corre o risco de causar danos substanciais aos accionistas e investidores dessa entidade", disseram.

Fontes confirmaram à Reuters que os detalhes estavam correctos e que as equipas receberam cópias da carta esta terça-feira do chefe executivo da F1, Stefano Domenicali.

A Fórmula 1 não comentou o caso e a FIA também não respondeu imediatamente.