"Há duas etapas ainda, nada está perdido. Apesar de estar cá em baixo (no ranking do circuito Challenger Series (CS)), ainda é possível. A requalificação (para o Championship Tour (CT)) é o meu grande objetivo, se não for este ano, para o ano seguramente será", lançou Kikas, que ocupa o 67.º posto, durante a conferência de imprensa que decorreu na praia de Ribeira d'Ilhas.
No ano passado, Frederico Morais conseguiu requalificar-se pela terceira vez para o circuito principal (depois de ter participado em 2017, 2018, 2021 e 2022), e voltou a iniciar a temporada entre os melhores do mundo, mas após cinco provas, falhou o cut (corte), e voltou ao CS.
Mas os resultados nas primeiras quatro etapas (duas na Austrália, uma na África do Sul e outra nos Estados Unidos (EUA) não foram os melhores, pelo que tem que ter grandes prestações nas duas últimas provas (Portugal e Brasil) para voltar ao CT na próxima época, até porque só há 10 vagas disponíveis para os homens.
"Não é fácil. A vida de um atleta tem altos e baixos. Como qualquer um. Às vezes uma pessoa brilha, outras está a bater a cabeça contra a parede. O meu pai sempre me ensinou que é preciso marrar até deitar a parede abaixo", sublinhou o surfista do Guincho, que vai contar com a companhia do compatriota Guilherme Ribeiro (79.º do ranking) no campeonato disputado na praia de Ribeira d'Ilhas.
"Sinto-me bastante bem. Depois dos (Jogos) Olímpicos, tive um bom campeonato nos EUA. Depois, tive um mês de descanso, só concentrada a surfar. Espero que este ano seja o meu ano. Acho que era bastante importante termos uma representante feminina no CT este ano", afirmou a atleta algarvia.
No quadro feminino, Portugal conta ainda com a participação de Teresa Bonvalot (17.ª), Francisca Veselko (19.ª) e Mafalda Lopes (47.ª), com Yolanda a apontar para o forte desenvolvimento da modalidade nos últimos anos.
"O surf feminino em Portugal tem tido uma evolução incrível. Vejo as meninas muito mais interessadas no surf. Dá-me um aperto muito bom no coração saber que fiz parte desse desenvolvimento", salientou.
Quanto às possibilidades de alcançar nas duas últimas provas do ano os pontos necessários para cumprir o grande objetivo de entrar no CT, Yolanda Hopkins mostrou-se determinada.
"É sempre a batalhar. Como disse o Kikas, às vezes batemos com a cabeça na parede mas eu não sou de desistir. Tenho a certeza que tenho surf para o CT", rematou.
Por seu turno, Francisco Spínola, diretor-geral da WSL para a Europa, África e Médio Oriente (EMEA), elogiou a Ericeira como o "salão de festas do surf nacional", apontando para a grande consistência de ondas da região, que é uma reserva mundial de surf, e mostrando-se otimista com as previsões para o campeonato.
"Pelo que conseguimos ver vamos ter uma semana boa. Vento norte moderado, que é o ideal para aqui. É ver se o swell (ondulação) de norte dá a volta e entra mais direto", concluiu.
O período de espera do EDP Ericeira Pro vai decorrer entre os dias 29 de setembro e 06 de outubro na praia de Ribeira d'Ilhas.