“Foi uma mistura de emoções que tornou este momento tão especial. Foi um dia superfeliz para mim, para Portugal, para a minha família, para os meus amigos, para as pessoas que me apoiam. Poder celebrar isto e dar este orgulho e felicidade com eles foi inexplicável. Adorava que as pessoas pudessem sentir o que eu senti”, afirmou o cascalense, em declarações à agência Lusa.
Aos 31 anos, Frederico Morais assegurou uma das 10 vagas do Challenge Series para o Circuito Mundial, ao qual vai regressar no próximo ano, depois das presenças em 2017 (14.º), 2018 (23.º), 2021 (10.º) e 2022 (29.º), na sua terceira promoção à elite.
“Eu diria que tenho muitas (vidas). Enquanto eu acreditar e tiver este sonho, as vidas são infinitas, uma pessoa cai e levanta-se as vezes que forem precisas e arranja força nos mais tristes e festeja nos melhores. Enquanto houver esse querer, esse espírito de sacrifício e essa vontade, as vidas são infinitas, quando uma pessoa perde isso aí é que é que fica mais complicado”, admitiu.
O cascalense, campeão nacional em 2013, 2015 e 2020, conquistou a vaga ao avançar para os oitavos de final do Saquarema Pro, sexta e última etapa do circuito Challenger Series, fase em que vai defrontar o francês Marco Mignot, e à qual chegou no terceiro lugar.
“Eu tinha muito bem definido o objetivo que eu queria para este ano. Sabia muito bem o trabalho e o esforço que eu que eu pus nisto, sabia que merecia e queria muito e foi isso que me deu força”, vincou ‘Kikas’, um dia depois de ter assegurado o regresso à elite.
À Lusa, classificou o feito como “um orgulho imenso”, mas também “um alívio”.
“Dediquei-me muito, esforcei-me muito, continuei a trabalhar e a acreditar. Chegar aqui, à última etapa do ano e garantir a minha vaga no World Tour de 2024 é um orgulho gigante. Poder dizer que temos Portugal outra vez no World Tour deixa-me com um sorriso na cara”, sublinhou.
Após a sua terceira qualificação para o circuito mundial, e na ressaca das duas despromoções, sempre nas segundas épocas entre a elite, Frederico Morais só promete mais trabalho.
“Eu acho que tenho de melhorar pequenas coisas, trabalhar cada vez mais, esforçar-me cada vez mais e continuar focado, continuar com esta dedicação a procurar evoluir, procurar sair da minha zona de conforto. Já estive no World Tour, já tive grandes anos, não vai ser novidade, mas tenho de continuar a evoluir, para chegar mais forte, bem preparado e isso começa agora”, explicou.
A queda do circuito mundial no ‘cut’ a meio da temporada deixou dúvidas a ‘Kikas’, admitiu o próprio, perante uma nova geração de surfistas, mas um objetivo falou mais alto.
“Disse a mim mesmo: este é o meu sonho é isto que eu quero e eu vou trabalhar e lutar pelo meu momento”, recordou o português, justificando os emotivos festejos com o seu treinador Richard Marsh, ainda na praia brasileira: “E, pronto, celebrar, com ele, com quem trabalho há 15 anos, e caírem-me as lágrimas, foi o esforço, a dedicação e os nervos”.