A equipa dos Emirados Árabes Unidos apurou-se com um 5-4 no resultado agregado contra o Al Hilal, vencendo por 4-2 no jogo da primeira mão e perdendo por 2-1 no jogo da segunda volta, na última terça-feira, quando Erik empatou antes de sofrer uma lesão que o forçou a sair aos 18 minutos.
O Al-Ain vai defrontar o Yokohama F Marinos na final, depois de a equipa japonesa ter vencido o Ulsan Hyundai nos penáltis.
Contra todas as probabilidades, o Al Ain derrotou o Al Hilal, que conta com vários internacionais, incluindo o defesa Kalidou Koulibaly, o guarda-redes Bono e o avançado Alexander Mitrovic, que não participou no jogo por lesão, e ainda os médios Sergej Milinkovic-Savic e o português Rúben Neves.
"Vimos o Al Hilal contra o rival local Al Ittihad na Liga dos Campeões e pudemos ver os pontos fracos de ambos", disse o lateral esquerdo Erik em entrevista à Reuters.
"Deus escreveu a história perfeita e escolheu o Al Ain para combater a invencibilidade do Al Hilal e não há nada mais gratificante do que isso", acrescentou.
O Al Ain pôs fim ao recorde mundial de 34 vitórias consecutivas do Al Hilal, ao vencer a primeira mão.
"Estávamos cientes da força da nossa equipa, embora a maioria das previsões fosse a favor do Al Hilal. Estávamos determinados a competir com força, independentemente da força do adversário. Nunca deixámos de sonhar", acrescentou Erik.
"Com a confiança que ganhámos no primeiro tempo em casa no jogo da primeira mão, a crença de que poderíamos qualificarmo-nos para a final aumentou", disse.
O treinador argentino do Al Ain, Hernan Crespo, vingou-se da derrota por 7-0 com o Al Hilal na Liga dos Campeões da temporada passada, quando comandava o Al Duhail, do Catar.
"Crespo disse-nos antes do primeiro jogo que está muito orgulhoso de nós e que os jogadores do Al Hilal não são de outro mundo", acrescentou o brasileiro.
"Confiamos no nosso treinador, é uma lenda no mundo do futebol. Ele falou-nos com confiança, experiência e as suas palavras deram-nos esperança", acrescentou.
"Grande sonho"
A surpresa Al Ain eliminou o Al Nassr de Cristiano Ronaldo nos quartos de final, nos penáltis, após um empate 4-4 no conjunto das duas mãos.
"Antes do início do torneio, segundo os meios de comunicação social, as nossas hipóteses de sermos campeões eram de 1% ou menos", lembra Erik.
"Penso que, logicamente, facilitámos a tarefa e só nós ou o Marinos podemos ganhar a competição esta época. Isso já é um grande privilégio e estamos muito orgulhosos e vamos lutar com todas as nossas forças pelo nosso grande sonho", disse o central sobre as possibilidades da sua equipa levantar o troféu.
"Acompanhámos o jogo entre o Marinos e o Ulsan Hyundai nas meias-finais e já começámos a estudar as duas equipas", explicou.
Erik espera estar disponível para a final, apesar de ter-se lesionado contra o Al-Hilal. A primeira mão realiza-se a 11 de maio em Yokohama e o Al Ain recebe a segunda mão, duas semanas mais tarde.
Questionado sobre a possibilidade de se transferir para a liga saudita, Erik foi claro: "É difícil para mim jogar noutro clube da Ásia, sinto-me em casa aqui. Sou jogador do Al Ain, o maior clube dos Emirados."
"Se houver uma boa oferta para o Al-Ain e para mim, nada é impossível", assumiu Erik.
"Todos sabem que o meu desejo é jogar na Europa, mas agora tenho a oportunidade de disputar a final da Liga dos Campeões da Ásia. Acho que para jogar no Brasil é mais fácil ir para a Europa, a seleção brasileira não tem olhos para a Ásia, mas continuo a dar o meu melhor e a confiar que a vontade de Deus se realiza na minha vida", explicou o central.
