Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

NFL: Portas abertas aos fundos de investimento, atraídos pelo crescimento

Nova temporada está prestes a começar
Nova temporada está prestes a começarJAKUB PORZYCKI/NurPhoto via AFP
As equipas da NFL, a liga profissional de futebol americano, vão poder abrir o seu capital a fundos de investimento, uma medida já tomada por muitas ligas desportivas em todo o mundo, em sintonia com a explosão da indústria do desporto.

Na terça-feira, os proprietários das equipas da liga com as receitas mais elevadas do mundo (cerca de 13 mil milhões de dólares em 2023) aprovaram a possibilidade de um fundo deter até 10% do capital de um franchise durante um período mínimo de seis anos.

Uma franquia da NFL não poderá vender mais de 10% do total das suas ações a investidores institucionais. Este limiar relativamente baixo "mostra que a nossa abordagem é ponderada", afirmou Joe Siclare, vice-presidente executivo da liga, numa conferência de imprensa.

Até agora, a NFL tinha-se recusado a abrir o capital das franquias aos investidores, preferindo manter o modelo histórico de uma participação reservada a particulares. Mas as avaliações das equipas atingiram níveis tão elevados que o leque de potenciais compradores diminuiu consideravelmente.

Em julho de 2023, os Washington Commanders foram vendidos por 6,05 mil milhões de dólares, de longe o recorde mundial para um emblema desportivo. Antes de 2023, nenhum franchise ou clube tinha sido vendido por mais de três mil milhões de dólares.

A luz verde para os investidores institucionais "cria uma nova fonte de capital que permitirá aos clubes da NFL continuar a crescer", disse Clark Hunt, proprietário do bicampeão Kansas City Chiefs, numa conferência de imprensa.

"Esperamos que este programa cresça, que o valor dos franchises aumente e que mais fundos sejam autorizados" a investir, explicou Joe Siclare.

Sete dos dez clubes desportivos mais caros do mundo são membros da NFL, segundo um ranking elaborado pelo site da revista Forbes, com os Dallas Cowboys no topo, avaliados em nove mil milhões de dólares. Em 11.º lugar, o Real Madrid, avaliado em 6,05 mil milhões, é o primeiro emblema fora dos EUA a figurar.

"Investir agora"

O proprietário dos Denver Broncos, Greg Penner, sublinhou que o desenvolvimento não alteraria a estrutura de governação da NFL. Os acionistas maioritários individuais de cada uma das 32 franquias continuarão a tomar as decisões importantes sobre a liga em conjunto, insistiu.

Interessados em diversificar os seus investimentos, mas também na aceleração relâmpago da indústria do desporto, cada vez mais intervenientes do mundo financeiro posicionam-se neste mercado.

Na Europa, vários fundos tomaram participações em equipas de futebol, entre os quais o Silver Lake, que detém o campeão inglês Manchester City, e o RedBird Capital, que detém os italianos AC Milan.

As outras grandes ligas desportivas americanas, a NBA (basquetebol), a NHL (hóquei no gelo) e a MLB (basebol) já permitem participações minoritárias. Para estas três ligas, o limite é de 30%, que pode ser dividido entre várias empresas de capital privado.

Na terça-feira, a NFL elaborou uma lista restrita de quatro grupos suscetíveis de adquirir uma participação num franchise. "Há muitos fundos interessados em investir no desporto, mas quisemos ter a certeza de que escolhíamos alguns que estavam em posição de investir neste momento", explicou Joe Siclare.

A lista inclui um consórcio dos gigantes do capital privado Blackstone, Carlyle e CVC. Estes fundos poderão investir em várias equipas, com um limite de seis.

"Estes fundos estão habituados a investir em muitos sectores diferentes e desde que o limite seja fixado em 10%, não vemos os potenciais conflitos de interesses como motivo de preocupação", afirmou Joe Siclare.