1 - São Francisco 49ers (1-0) @ Minnesota Vikings (1-0) (18:00)
Não faz muito tempo, o quarterback Sam Darnold definhou como reserva atrás de Brock Purdy nos San Francisco 49ers. Ele assistiu do banco enquanto o seu clube da última temporada perdia o Super Bowl. A antiga escolha de primeira ronda dos New York Jets em 2018 caiu no esquecimento por um tempo, mas de repente viu-se de volta ao centro das atenções desde a lesão do novato J.J. McCarthy, que está fora de ação com os Minnesota Vikings este ano. Um ano nas sombras fez-lhe visivelmente bem.
A nova versão de Darnold foi dominante na semana passada, na abertura da temporada, contra os New York Giants - sem dúvida o elo mais fraco da conferência NFC. Em San Francisco, não só o irmão mais forte da conferência NFC vem visitá-lo, como também a sua antiga equipa. "Aprendi muito no ano passado", disse Darnold aos jornalistas na semana passada. "Aprendi um novo plano de jogo todas as semanas que podia estudar a fundo", acrescentou.
Sem CMC
Isso levanta imediatamente a questão de como Darnold lidou com os primeiros anos da sua carreira. Como titular dos Jets, o quarterback registou um recorde de 13-25 e a sua transição para os Carolina Panthers causou ainda mais instabilidade e, eventualmente, lesões. Purdy elogiou Darnold e disse que o facto de o ter ao seu lado lhe permitiu "preparar-se na perfeição". "Sam contribuiu muito para o sucesso que tivemos como equipa", afirmou. Agora, o Caloiro Ofensivo do Ano da PAC-12 (2016 - USC) vai poder mostrá-lo como QB titular, tendo Purdy como o seu homólogo na outra equipa.
Os 49ers estiveram tão bem como sempre no último Monday Night Football, com uma vitória contra os Jets que nunca esteve em perigo. A equipa do treinador Kyle Shanahan fê-lo sem o running back Christian McCaffrey. Ele também não vai participar no domingo e há uma hipótese de ir para a "reserva de lesionados", o que significa que não será visto na NFL durante algum tempo. Ninguém pode substituir a versatilidade de 'CMC', mas o suplente Jordan Mason mostrou o que se pode conseguir como running back quando a linha ofensiva está bem: correu contra os Jets para 147 jardas e um touchdown.
Jogo de corrida
Os Vikings também terão de se apoiar no jogo corrido, dando a Darnold uma chance de tirar o jogo de passes do chão. Aaron Jones fará a sua estreia em casa. No fim de semana passado, marcou 94 jardas e um touchdown e mostrou por que razão foi adorado pelo rival de divisão Green Bay Packers durante sete anos. Ele está ansioso pelo ritual "Skol!" no U.S. Bank Stadium. "Quando se chega lá como adversário, é preciso fazer o possível para não bater palmas. É muito contagiante", afirmou.
Depois dos bons desempenhos de ambas as equipas na primeira ronda, o jogo em Minneapolis poderá ser simplesmente delicioso. Dois quarterbacks que não só se conhecem bem como estão em forma, jogadores de ambos os lados que conseguem apanhar uma bola a um nível de elite, e tudo isto no cenário do sempre atmosférico U.S. Bank Stadium
2 - Cincinnati Bengals (0-1) @ Kansas City Chiefs (1-0) (21:25)
Parece um momento um pouco estranho para Bengals e Chiefs. Desde 2022, as duas principais equipas da conferência AFC encontraram-se cinco vezes e sempre foi em dezembro ou janeiro, incluindo duas vezes nos playoffs. Com isso, já se pode falar de uma rivalidade, embora as equipas estejam numa posição completamente diferente após a primeira jornada. Os Kansas City Chiefs ganharam a abertura da época aos Baltimore Ravens, os Cincinnati Bengals tiveram um desempenho particularmente dececionante contra os New England Patriots.
Apesar deste fraco arranque, a equipa do quarterback Joe Burrow continua a ser um dos candidatos a um lugar no play-off. Burrow acabou de regressar de uma lesão no pulso e mostrou sinais de ferrugem. O início da temporada também foi ofuscado pelos problemas contratuais dos recetores Ja'Marr Chase e Tee Higgins, as duas principais armas do ataque. É pouco provável que este último esteja em condições de atuar em Kansas City. Apesar do ruído fora de campo, é imperativo que Cincinnati recupere e mostre porque é que ainda é considerada uma das melhores equipas da NFL.
Turnovers
A última vez que estas equipas se defrontaram não foi há muito tempo. No dia de Ano Novo, os Chiefs venceram por 25-17, conquistando mais um título consecutivo da divisão AFC West. Antes, Burrow também registou vitórias, como em janeiro de 2022, quando foram precisamente os Bengals a conquistar um título de divisão com uma vitória e, claro, houve também a vitória no jogo do título da AFC nessa mesma época, que levou Cincinnati à Super Bowl. Foi uma rara quebra no reinado dos Chiefs, que há muitos anos são uma dinastia liderada pela dupla QB Patrick Mahomes - Andy Reid.
Não é difícil encontrar um ponto de melhoria para os Bengals: os turnovers. Contra os Pats, o tight end Tanner Hudson perdeu um touchdown certo mesmo em frente à linha de golo, Charlie Jones fez o mesmo num punt e houve ainda um turnover on downs que custou caro. A outra questão premente é a que envolve Chase. Ele disse não a uma oferta que o colocaria entre os recetores mais bem pagos da liga. Acabou por treinar apenas duas vezes antes da época e teve um papel quase de estrela contra o New England, com seis receções para 62 jardas.
Mais Zack Moss
Cabe a Burrow dar ao seu ataque mais tempo em campo para que o running back Zack Moss possa avançar com a bola mais vezes do que as meras nove da semana passada. Isiah Pacheco teve permissão para fazer isso contra os Ravens 15 vezes, mas conseguiu apenas 45 jardas contra a forte defesa dos Ravens. Quem brilhou foi o novato Xavier Worthy, que marcou dois touchdowns e deixou todos de queixo caído com a sua velocidade. Quem não esteve presente foi outro recetor: Marquise 'Hollywood' Brown. Ele acabou na 'injured reserve' por causa de uma lesão no ombro.
O tamanho da amostra é demasiado pequeno para tirar conclusões de longo alcance, mas o facto de os Chiefs serem favoritos no seu próprio estádio não nos parece uma boa ideia. Burrow terá de dar um grande passo em frente e Chase terá de estar com a cabeça fresca para dar uma oportunidade aos Bengals. Em caso de derrota, a equipa fica com um registo de 0-2. Com jogos contra os Washington Commanders e os Carolina Panthers no calendário, nada está perdido, mas a pressão está a aumentar desde já em Cincinnati. Na NFL, cada derrota dói.
3- Chicago Bears (1-0) @ Houston Texans (1-0) (01:20)
Os Houston Texans foram uma das surpresas da NFL no ano passado, com um QB estreante, por vezes magnífico, C.J. Stroud. Ele colocou a fasquia alta para si próprio e para os seus colegas de equipa e esteve à altura dela na semana passada. Os Texans venceram o rival de divisão Indianapolis Colts e o ataque registou umas impressionantes 417 jardas totais. No madrugada de segunda-feira, os Texans recebem os Chicago Bears, onde o novato QB Caleb Williams vai sem dúvida querer repetir o que o universitário Stroud fez no ano passado.
No entanto, na semana passada, na vitória sobre os Tennessee Titans, ele fez um primeiro jogo profissional típico. Foi regularmente nervoso, desleixado e descontrolado. Este fim de semana, vai disputar o seu primeiro jogo em horário nobre, algo que, apesar da sua natureza controlada, não é tarefa fácil nos Estados Unidos. Terá de enfrentar uma defesa forte, mas terá sobretudo de tentar acompanhar o ritmo do ataque dos Texans.
Para lamber os dedos
O Houston tem um forte jogo de corrida este ano, com o ex-jogador do Bengals Joe Mixon. Na abertura da temporada, fez 30 carregamentos para 159 jardas e um touchdown, um recorde na carreira, e foi eleito o Jogador Ofensivo da Semana da AFC. O jogo de Mixon deu aos Texans o controlo do jogo, algo que faltou por vezes no ano passado. Stroud também pode lançar bolas para o recetor Stefon Diggs este ano, que é o grande nome ao lado dos também excelentes Nico Collins e Tank Dell. Houston tem um ataque de lamber os dedos.
O desempenho ofensivo do Bears foi visto com desconfiança na semana passada no Soldier Field. Os adeptos imaginavam algo diferente na estreia de Williams. Ele lançou 14/29 passes para um colega para 93 jardas e o ataque não marcou um único touchdown ofensivo. Ainda assim, os Bears recuperaram de uma desvantagem de 17 pontos graças à sua defesa e equipas especiais. É ainda mais agradável para Williams o facto de viajar para o Texas com um registo de 1-0, o que significa que a pressão sobre o jogo é um pouco menor.
Pontos de interrogação
Resta saber se Williams poderá lançar para o novato Rome Odunze (joelho) e para o seis vezes Pro Bowler Keenan Allen (calcanhar). Provavelmente só se saberá pouco antes do jogo se os dois recetores podem jogar. Felizmente, uma ressonância magnética não revelou danos estruturais graves no joelho de Odunze, que foi escolhido em nono lugar por Chicago na última seleção.
Especialmente quando os Bears são atingidos por lesões no lado ofensivo da bola, a defesa precisa de dar um passo em frente no domingo à noite, e de preferência durante quatro quartos. O cornerback Tyrique Stevenson foi eleito o Jogador Defensivo da Semana da NFC depois de marcar a sua primeira pontuação contra os Titans com uma interceção que ele retornou por 43 jardas até a end zone. Do outro lado, o Bears tem o Pro Bowler Jaylon Johnson em pé e com essa dupla, caberá aos visitantes manter o portão fechado o máximo possível para o ataque de alto vôo dos anfitriões.