Recorde aqui as incidências do encontro
Depois de bater Sanjoanense (4-0), Chaves (4-0) e Nacional (4-1) no Olival, o o Al Arabi (4-0), o Áustria Viena (3-1) e o Opus Tigáz Tatabánya (4-2) já na Áustria, o FC Porto venceu o Sturm Graz, campeão austríaco, no penúltimo jogo - pelo menos à porta aberta - da pré-temporada, antes da apresentação com o Al Nassr, no domingo.
O novo treinador do FC Porto manteve o mesmo onze ao longo de quase todo o encontro, lançando apenas André Franco por Iván Jaime, aos 75 minutos, e Rodrigo Mora e Fran Navarro, aos 89.
Um novo miolo
A grande mudança de Vítor Bruno para esta partida foi a aposta num miolo bem sólido composto por Varela (a capitão), Grujic e Nico, com o espanhol a ficar mais adiantado no apoio a Namaso e a aparecer em zonas de finalização após cruzamentos, enquanto o sérvio e o argentino partilhavam funções de construção.
A defender, o sistema foi alternando: Nico recuava para o lado de Grujic, enquanto Varela descia mais um pouco para fazer um papel de médio defensivo, ou a equipa fechava num 4-4-2, com Nico a pressionar os defesas ao lado de Namaso. Esta pressão alta quase resultava em golo na própria quando o passe atrasado de Wuthrich apanhou desprevenido o guarda-redes, que evitou o desastre em cima da linha.
A aposta parece ter sido acertada tendo em conta que na primeira parte só deu FC Porto. O que saltou à vista foi a quantidade de jogadores que apareceram em zona de finalização, o que acabou por dar frutos à passagem da meia hora. Na sequência de uma longa jogada estudada após bola parada, Martim Fernandes teve espaço para tirar um cruzamento muito bom para a entrada de rompante de Grujic fazer o tento inaugural, aos 33 minutos.
Frente de ataque móvel e flancos em alta rotação
Com o trio ofensivo composto por Iván Jaime, Danny Namaso e Gonçalo Borges, o objetivo parecia ser baralhar as marcações dos defesas dada a incessante mobilidade dos três elementos. Enquanto Jaime fletia mais para o meio para tentar construir e desequilibrar, Namaso baixava para combinar e Gonçalo Borges tinha liberdade, com e sem bola, para procurar causar danos no último terço. Em ataque posicional, ultrapassada a primeira fase de pressão dos austríacos e tendo em conta a movimentação dos avançados, João Mário e Martim Fernandes tinham os respetivos corredores abertos.
Sem espaço nas alas, os dragões tentavam combinações para chegar à linha de fundo ou então variar rapidamente o flanco. Esta alta rotação resultou em lances de muito perigo, mas primeiro Namaso tentou passar quando devia rematar e, mais tarde, depois de uma jogada à 10 com um grande passe de Iván Jaime, o espanhol desperdiçou a recarga a um remate de João Mário ao acertar num defesa quando tinha a baliza aberta.
Na segunda parte, acabou mesmo por dar em golo, desta feita num contra-ataque lançado por um grande passe de Nico para Gonçalo Borges, que arrancou para área e tirou um cruzamento rasteiro para o desvio de classe de Namaso.
Linha defensiva aparentemente definida
Parece estar encontrado o sucessor de Pepe no eixo central do FC Porto: Zé Pedro tem sido aposta e tem mostrado garantias com exibições muito seguras que começam a fazer desaparecer o rótulo de "jogador da B", que o próprio já admitiu querer livrar-se.
Não parece haver grandes dúvidas quanto à linha defensiva preferencial, composta por quatro defesas, com João Mário a assumir a lateral direita, Zé Pedro e Otávio em zona central e por esclarecer fica quem será o titular sobre a esquerda, entre Zaidu e Wendell. No entanto, Martim Fernandes e David Carmo têm dado excelentes sinais ao longo da preparação.
A disputa entre o lugar à esquerda do eixo, entre Otávio e David Carmo, tem o brasileiro como claro favorito, não só pela forma que demonstrou desde que chegou aos dragões, mas também por ser mais rápido que o luso-angolano. Ainda esta tarde, o primeiro lance de perigo do Sturm Graz surgiu por esse lado, com Carmo a ficar para trás e a falhar o acompanhamento do avançado que surgiu no flanco. Valeu a Cláudio Ramos que o desvio de Grgic saiu ao lado.
Outra preocupação defensiva para a equipa técnica deve ser as bolas paradas, que já tinham causado alguns problemas nos jogos anteriores. Apesar da solidez demonstrada ao longo do encontro, aos 80 minutos, um livre lateral levantado para a área quase dava golo, mas Arjan Malic, ao primeiro poste, falhou o alvo.
Proscritos recuperados
Já tinha acontecido com Sérgio Conceição, volta a acontecer com o sucessor Vítor Bruno. Limitado a nível financeiro, sem reforços apresentados e nenhum no horizonte, o plano passa por apostar na prata da casa, sendo que no caso dos azuis e brancos, essa prata foi paga a peso de ouro com Fran Navarro, Iván Jaime, David Carmo e por aí fora.
Navarro e Carmo foram cedidos a meio da temporada, enquanto André Franco, Iván Jaime, Toni Martínez e Jorge Sánchez levaram um castigo que os afastou do plantel principal. Mas ano novo, vida nova, já diz o ditado e o novo treinador do FC Porto não perdeu tempo a recuperar os ativos, mostrando que conta com eles durante a pré-temporada.
O mesmo pode ser dito quanto à política de jovens. Se é verdade que Martim Fernandes apareceu na reta final mais por necessidade do que vontade, ao jovem lateral juntam-se o prodígio Rodrigo Mora e Vasco Sousa, que tem sido figura da equipa B na Liga 2, mas raramente é chamado à equipa principal.
Outros jovens parecem estar na calha para se juntar ao plantel, como Gabriel Brás, Martim Cunha, Gonçalo Sousa e os guarda-redes Diogo Fernandes e Gonçalo Ribeiro.