Daramy e o Ramadão na seleção da Dinamarca: "Não noto qualquer diferença e é algo a que nos habituamos"
Mohamed Daramy jejua do nascer ao pôr do sol, devido ao Ramadão, que decorre de 10 de março a 9 de abril.
Daramy não consome alimentos nem bebidas durante o dia, quando a seleção dinamarquesa está a treinar, e põe o despertador do telemóvel bem cedo, antes do nascer do sol.
"A seleção nacional perguntou-me, quando cheguei ao campo, se eu jejuava, e eu jejuo. Não no dia do jogo e na véspera do jogo, mas todos os dias no estágio da seleção nacional. Têm-me apoiado muito bem e têm-se certificado de que posso comer alguma coisa nessas alturas e também à noite. Tem sido muito bom", disse Mohamed Daramy.
Às quatro da manhã, o avançado dinamarquês levanta-se para comer, e a próxima refeição do dia é o jantar da equipa, às 18:00.
No entanto, Daramy, que joga no Reims, não sente que o jejum o afete fisicamente quando a equipa nacional tem de competir por lugares e convencer o selecionador Kasper Hjulmand das suas qualidades futebolísticas.
"Não noto qualquer diferença e é algo a que nos habituamos. Os primeiros dias do Ramadão são sempre um pouco difíceis quando se está a voltar ao ritmo, mas agora estou bem. Se fosse algo que eu sentisse que não conseguiria suportar e que afetasse os meus treinos e jogos, não o teria feito", explicou Daramy.
O ex-jogador do FC Copenhaga aprecia o facto de a seleção dinamarquesa ter em conta o jejum, que por vezes pode ser difícil de recordar após uma sessão de treino intenso no relvado em Elsinore.
"Tenho de me lembrar que não se pode beber água depois do treino. São pequenas coisas como essa que às vezes podemos esquecer. O apoio e o suporte têm sido bons. Fiquei mais tranquilo ao saber que tenho o apoio da seleção", assumiu Daramy.
O jejum de Daramy não se aplica aos dias de jogos e à véspera. Nesta presença na seleção dinamarquesa, o jogador pode contar com os jogos particulares contra a Suíça, no sábado, e contra as Ilhas Faroé, na terça-feira.