Feliz é quem tem Cris: República da Irlanda pagou fatura da Croácia antes do Euro-2024 (3-0)
Recorde as principais incidências do encontro
É assim em todo o lado. O futebol é um jogo de paixões e se isso é bom sinal nas vitórias, onde o carinho é demonstrado a cada encontro na rua ou comentário nas redes sociais, também acaba por trazer dissabores na hora da derrota. Com Roberto Martínez, os 10 primeiros jogos foram uma lua de mel perfeita, mas a partida no Estádio Nacional trouxe de volta os fantasmas. Não sobre os jogadores portugueses, que mostraram tranquilidade depois do desaire com a Croácia, mas sobretudo nos adeptos nacionais.
Claro que isso não impediu que o Municipal de Aveiro ficasse esgotado para receber o último particular de Portugal antes da partida para a Alemanha. O que faltou recordar no meio de todas estas histórias das vitórias e derrotas é que o jogo com a Croácia era apenas um amigável de preparação para o Euro-2024, tal como foi a receção desta terça-feira à República da Irlanda.
Nesse sentido, Roberto Martínez não olhou para as dúvidas na cabeça dos portugueses ou para a questão dos resultados. Antes do jogo com a República Checa, era necessário fazer os últimos testes e foi isso que aconteceu. Com Pepe no onze, Portugal voltou ao princípio, que é como quem diz aos três centrais, e as dinâmicas mudaram.
Claro que a seleção irlandesa não é a seleção croata e isso ficava evidente pela tranquilidade com que Portugal teve bola e pela facilidade com que a conquistou. Sem ser dominante nas oportunidades (o jogo foi pobre nos primeiros minutos), Portugal assumiu o controlo do jogo. É o que se espera que aconteça nos três jogos da fase de grupo. Aí ficaram bons sinais.
Com dinâmica à direita, Félix a ter espaço e protagonismo e Bruno Fernandes a aparecer à entrada da área, Portugal deu os primeiros sinais de perigo e foi depois de uma defesa de Kelleher a remate de Félix que os adeptos despertaram, apesar de a Hola mexicana ter sido testada logo aos três minutos.
Curiosamente, os sinais com bola estavam a ser positivos, mas foi num lance de laboratório que Portugal abriu o ativo. Tudo facilitado pela República da Irlanda, diga-se, mas para as contas ficou mais uma assistência de Bruno Fernandes e o golo de João Félix (18 minutos), ideal para ganhar confiança antes do Euro-2024.
Esse foi o melhor período da equipa portuguesa, que podia ter dilatado a vantagem em mais de um par de ocasiões. Cristiano Ronaldo acertou no poste na sequência de um livre direto que ainda desviou na barreira (22') e Bruno Fernandes (29'), assistido pelo capitão, atingiu as malhas laterais.
Pelo meio, Portugal perdeu algum do controlo que tinha tido até então. A equipa de John O'Shea subiu a intensidade da pressão e explorou algumas dificuldades de Gonçalo Inácio e António Silva, mas a equipa portuguesa acabou como começou e os colegas ficaram a dever mais assistências a Bruno Fernandes - Inácio cabeceou por cima e Ronaldo rematou para defesa de Kelleher antes do intervalo.
Quando recolheu aos balneários, Martínez estava decidido quanto aos próximos testes a operar e pode dizer-se que Diogo Jota ganhou pontos na segunda parte.
O avançado do Liverpool trouxe o dinamismo que faltou ao flanco esquerdo no primeiro tempo e só mesmo Cristiano Ronaldo conseguiu roubar-lhe os holofotes. Assistido por Rúben Neves, rival na Arábia Saudita, o capitão da seleção portuguesa mostrou que está preparado para mais um Europeu e fez um golaço de pé esquerdo (50 minutos).
Inspirado pela boa entrada, Portugal partiu para cima à procura de um resultado que ajudasse a apagar aquela derrota com a Croácia e servisse de motivação para a ida à Alemanha. O VAR anulou um possível penálti sobre Diogo Jota, mas o avançado do Liverpool não é de desistir. Se Ronaldo não teve hipótese de rematar desde os 11 metros, recebeu o passe de Jota, a partir do flanco esquerdo, para o bis à entrada da pequena área (60 minutos).
Sem energia, a República da Irlanda, que não vai estar no Euro-2024, já estava em modo férias (será que seguem para o Algarve?) e Portugal aproveitou para procurar avolumar o marcador antes de entrar em modo poupança.
Cristiano Ronaldo tentou o hat-trick, Bruno Fernandes ficou perto do golo, mas o resultado acabou por não se alterar. O particular com a República da Irlanda foi o último de Portugal antes do Euro-2024. A equipa orientada por Roberto Martínez ruma à Alemanha para preparar a estreia na fase final, que acontece a 18 de junho, frente à República Checa. Turquia e Georgia compõem o grupo português.
Homem do jogo Flashscore: Cristiano Ronaldo (Portugal)