Análise: Mais caro que Haaland, Adeyemi ainda não provou o seu valor no Dortmund
Há dois anos, dominou o Europeu com a seleção alemã de sub-21, estreou-se na seleção principal e foi considerado o melhor talento de todo o país. Um ano mais tarde, Karim Adeyemi regressou ao seu país por 30 milhões de euros e tornou-se jogador do Borussia Dortmund, que venceu uma batalha com o Barcelona e outros grandes clubes europeus pela sua contratação.
O sucessor de Erling Haaland? Muitos poderiam ter pensado assim. As semelhanças são muitas: Adeyemi foi preparado para o grande futebol pelo Salzburgo, depois foi para o Dortmund, tem pés rápidos como um relâmpago e sabe marcar muitos golos. Mas o conto de fadas do jovem jogador não tardou em chegar ao fim. Na época passada, esperou até à 18.ª jornada da Budesliga para marcar um golo.
"Tivemos de discutir algumas coisas com ele e Karim trabalhou nelas", disse o técnico do Borussia, Edin Terzic, em fevereiro.
Na primavera, o atacante começou a trabalhar. Marcou um total de seis golos e atingiu a velocidade recorde de 36,65 km/h na Bundesliga. Mas o verão chegou e, depois disso, o "menino de ouro" voltou a eclipsar-se.
Em 356 minutos jogados, não marcou qualquer golo. Lesionou-se, saiu da equipa e tem estado de fora. Em sete jogos, teve dois remates à baliza em quatro tentativas. Os indicadores de golos e assistências esperados também não são muito bons. Mas também não indicam que o jovem alemão seja apenas azarado.
Ele chegou à liga ao mesmo tempo que o seu colega checo Adam Hložek, do Sparta para o Leverkusen. Qual é a comparação entre eles no campeonato até agora? O internacional checo marcou seis golos e fez três assistências em 1466 minutos. Adeyemi jogou 1678 minutos e tem o mesmo número de golos e mais duas assistências.
Omitido por Nagelsmann
A seleção de sub-21 serviu-lhe de salva-vidas. O novo técnico da principal seleção alemã, Julian Nagelsmann, avaliou que não é o momento ideal para levar Adeyemi, que começou a carreira no Bayern Munique, para a equipa principal.
Até o próprio jogador reconhece que pode fazer melhor.
"Sei que não estou a jogar bem neste momento. Por vezes, há um período em que não se joga bem. É o meu caso agora", admite.
"Mas é apenas um momento, sei que vou conseguir ultrapassar. Estou a fazer tudo o que posso", desabafa.
Adeyemi está a intensificar os seus treinos. Está a treinar jogadas de um contra um, a aperfeiçoar a sua técnica e a treinar no ginásio. Aceitou o convite para a seleção nacional de jovens com humildade. Mas também ainda não foi um goleador. Numa vitória apertada na Bulgária, assistiu o colega Youssoufa Moukoka para o golo.
"A direção do BVB garantiu-me várias vezes que continua a acreditar em mim. Mas o mais importante é que acredito em mim próprio e que vou ultrapassar isto. Ninguém o vai fazer por mim", afirma, sem qualquer dúvida.
O caso do colega de equipa Donyel Malen dá-lhe esperança. Também ele chegou no verão de 2021 com a reputação de grande talento do PSV Eindhoven, por 30 milhões de euros, e a adaptação não correu como planeado. Hoje, o internacional neerlandês é uma das figuras-chave do Borussia.