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Polémica das camisolas: CAF atribui o apuramento ao Berkane de Marrocos

Eliott Lafleur c/AFP
Os jogadores do RS Berkane após a desistência do USM Alger no último fim de semana
Os jogadores do RS Berkane após a desistência do USM Alger no último fim de semanaFADEL SENNA/AFP
O clube marroquino RS Berkane qualificou-se para a final da Taça da Confederação Africana de Futebol, depois de o seu adversário, o USM Alger, da Argélia, se ter retirado do encontro das meias-finais devido a um diferendo sobre as camisolas usadas pelos marroquinos, anunciou a CAF.

O organismo pan-africano atribuiu ao Renaissance Sportive de Berkane uma vitória por 3-0 no jogo da segunda mão, que estava agendado para o passado domingo, depois de já ter atribuído a vitória na primeira mão pelo mesmo resultado. O jogo não se realizou, uma vez que os jogadores de Argel se recusaram a jogar porque na camisola do Berkane aparecia um mapa de Marrocos que incluía o Sahara Ocidental.

Cerca de 80% deste vasto território, antiga colónia espanhola, é controlado por Marrocos, mas reclamado pelos independentistas sarauís da Frente Polisário, apoiado pela Argélia. A Argélia rompeu relações diplomáticas com o seu grande rival regional em 2021, em parte devido a esta questão.

De acordo com a imprensa argelina, os funcionários aduaneiros confiscaram as camisolas do Berkane quando a equipa marroquina chegou à Argélia para jogar a primeira mão. Os jogadores marroquinos tinham-se recusado a jogar com uma camisola diferente, que já não ostentava a imagem do Sara Ocidental.

O USM Alger, atual campeão desta competição continental, deslocou-se a Marrocos para a segunda mão, mas voltou a recusar-se a entrar em campo.

Antes da primeira mão, a CAF tinha assinalado que o RS Berkane jogava com a referida camisola desde o início da competição. O Berkane vai defrontar na final o clube egípcio Zamalek. A primeira mão será disputada a 12 de maio e a segunda mão uma semana mais tarde.