Euro sub-19: Pedro Martelo lembra que Itália pensava que “estava ganho” em 2018
Autor do golo que valeu o 4-3 decisivo, no prolongamento da final de 2018, disputada na cidade finlandesa de Seinajoki, o ponta de lança disse à Lusa que a geração de 2023 tem capacidade para repetir o título europeu, em nova final com a Itália, mas deve abstrair-se das quatro vitórias nos quatro jogos realizados para a competição e evitar qualquer comportamento parecido com o dos transalpinos em 2018.
“Eles tinham-nos conseguido ganhar na fase de grupos (3-2, no Grupo A). Quando chegámos à final, eles pensavam que já estava ganho. Partilhávamos o hotel, e eles estavam a fazer a festa no dia anterior à final como se tivessem já sido campeões. Aí, tivemos logo a certeza de que lhes íamos dar uma surpresa e ganhar a final”, recorda o futebolista de 23 anos, que joga no Sligo Rovers, da Irlanda.
A seleção de 2023, orientada pelo selecionador Joaquim Milheiro, atingiu a final depois de vencer o Grupo A com três triunfos, entre os quais a goleada à Itália, por 5-1, e a meia-final com a Noruega, por 5-0, mas Pedro Martelo vinca que a equipa das ‘quinas’ deve encarar a final “como se nada tivesse acontecido na fase de grupos”, “como se fosse o primeiro jogo do europeu”.
“O conselho que dou aos rapazes é o de não se agarrarem ao jogo da fase de grupos, mas sim o de se agarrarem à final. Não interessa contra quem é e em que circunstâncias. Não deixa de ser uma final, com duas equipas fortes que vão querer ganhar. O futebol é um jogo muito engraçado. Cada jogo é um jogo. O 5-1 à Itália na fase de grupos pode-se reverter nesta final”, avisa.
Membro de uma seleção que incluía o guarda-redes Diogo Costa, do FC Porto, o médio Florentino, do Benfica, ou os extremos Trincão, do Sporting, e Jota, recentemente transferido dos escoceses do Celtic para os sauditas do Al-Ittihad, o avançado crê que vários dos elementos da seleção de 2023 se podem tornar “grandes jogadores”.
Pedro Martelo reconhece ainda que o golo da final de 2018 lhe despertou um sentimento especial, que nunca mais vai esquecer, e confessa que, à época, esperava atingir “outros patamares” competitivos em relação aos que tem disputado, apesar da recente mudança para a Irlanda, país com um futebol em que julga “encaixar-se muito bem”.
“Na altura, até estava tudo muito bem encaminhado, mas os anos passaram e as coisas não se desenvolveram como gostaria. Naquela altura, achava que poderia chegar a outros patamares”, realça o dianteiro formado no Benfica, no Deportivo da Corunha e no Sporting de Braga, que, enquanto sénior, passou ainda por Deportivo B, Badajoz, Amora, São João de Ver e Belenenses.