Fim inglório numa caminhada de sonho: Itália vence Portugal por 1-0 na final do Euro sub-19
Recorde aqui as incidêndias do encontro
Se não está estragado, não é preciso mexer. Joaquim Milheiro apostou no mesmo onze que goleou a Noruega (5-0) na meia-final para trazer de novo o troféu para Portugal. Do outro lado, Alberto Bollini fez o mesmo e manteve os mesmos jogadores que iniciaram a partida emocionante diante da Espanha (3-2).
De recordar ainda que, na fase de grupos, os lusos golearam os transalpinos por 5-1, no único encontro em que a equipa das quinas esteve em desvantagem e beneficiou ainda da expulsão do autor do golo, Lipani, na primeira parte, que começou o jogo deste domingo no banco de suplentes.
Entrada em falso
Tal como no último duelo, Portugal entrou mal. Os italianos iam controlando as incidências do encontro, ameaçando por algumas vezes sem grande perigo, mas que terminavam em remate e faziam recuar os lusos no campo, tornando-se numa sombra do que demonstraram ao longo do torneio.
Até que, aos 19 minutos, Luis Hasa, o mais virtuoso em campo, ganhou espaço sobre a esquerda, tirou um cruzamento ao segundo poste para a entrada de rompante de Kayode, que ganhou nas alturas a Martim Marques, e cabeceou de cima para baixo apanhando Gonçalo Ribeiro desprevenido. Vantagem italiana e uma montanha do tamanho dos Alpes para escalar.
Foi preciso sofrer para acordar. A turma de Joaquim Milheiro começou a ter mais bola e a chegar ao meio campo ofensivo. Numa bela combinação entre Gonçalo Esteves e Hugo Félix, o lateral lançou Rodrigo Ribeiro na área, mas o guarda-redes Mastrantonio foi rápido a sair aos pés do avançado e afastar o perigo.
ADN italiano
Apesar da maior posse de bola, eram os italianos que apareciam com mais qualidade a zonas de finalização. Hasa continuava a ser uma dor de cabeça e por duas vezes ficou perto de fazer o gosto ao pé, a primeira para defesa de Gonçalo Ribeiro, a segunda num disparo que saiu muito perto da trave.
Os miúdos da Azurra tiraram uma página do livro cínico da equipa sénior: poucos riscos, muitas faltas a travar a mais pequena hipótese de um ataque rápido dos lusos. Com um Carlos Borges desinspirado e Rodrigo Ribeiro algo desaparecido, eram parcas as oportunidades do empate. A melhor surgiu em cima do intervalo, num livre à entrada da área que Hugo Félix cobrou por cima da trave.
Remar contra a maré
As mudanças vieram a partir do balneário: Milheiro retirou Samuel Justo e Martim Marques, lançando Martim Fernandes e Diogo Prioste. A seleção soltou-se e partiu com tudo para cima dos italianos, visando a baliza desde cedo. Só que do outro lado continuavam as ameaças individuais: aos 53 minutos, Vignato arrancou do meio-campo, aguentou a carga - e falta - de Nuno Félix, entrou na área e rematou para uma grande defesa de Gonçalo Ribeiro.
Mas Portugal estava melhor, bem melhor. Carlos Borges começou a abrir o livro e Rodrigo Ribeiro começou a aparecer. Na melhor jogada até então - com os dois envolvidos -, Martim Fernandes cruzou para um cabeceamento desviado de Félix, Borges insistiu e serviu o remate de Gustavo Sá que desviou num defesa e passou a centímetros do poste, com Mastrantonio batido.
Logo a seguir, Gustavo Sá levantou para a área e foi Martim Fernandes a cabecear para uma grande defesa do guardião italiano. Cheirava a empate e Bollini sentia-o. Retirou Cher N'Dour e colocou Lipani para trancar as portas. E o árbitro trambém não ajudava com um critério desigual e inconsistente, em que num dos lances travou umataque perigoso na área italiana depois de um choque casual entre Gustavo Sá e Alessandro Dellavalle.
O médio levou mesmo cartão amarelo e foi rendido de imediato por Herculano, era o tudo por tudo de Joaquim Milheiro que desenhou um 4-2-4 para os últimos minutos... e o tiro quase saía pela culatra. Num verdadeiro pontapé para a frente, Vignato dominou de peito, entrou na área e finalizou para mais uma grande intervenção de Gonçalo Ribeiro, que ia segurando Portugal no encontro.
Os últimos minutos foram jogados com muito coração e pouca cabeça. Os italianos meteram o jogo do congelador, entregaram a bola aos portugueses e iam perdendo o máximo de tempo possível, com uma muralha em frente à baliza... a típica receita italiana. No último lance do encontro, Herculano ainda tentou fazer magia com um remate de primeira caído do céu, mas a bola saiu, de forma agoniante, do lado errado do poste.
Homem do jogo Flashscore: Luis Hasa (Itália).