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Só um dos três clubes campeões no Alentejo sobe ao Campeonato de Portugal

LUSA
Daniel Pina, presidente da Associação de Futebol de Portalegre
Daniel Pina, presidente da Associação de Futebol de PortalegreAF Portalegre
Apenas uma das três associações de futebol do Alentejo indicou o clube do campeonato distrital que a vai representar no nacional, na próxima época, já que nas restantes os campeões não podiam e os outros convidados abdicaram.

Nas associações de Évora e Beja, revelaram esta segunda-feira à agência Lusa os respetivos presidentes, os clubes campeões distritais não estavam licenciados pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), pelo que não podem competir no Campeonato de Portugal (CP), o quarto escalão nacional.

Já a Associação de Futebol de Portalegre (AFP), disse à Lusa o seu presidente, Daniel Pina, confirmou junto da FPF a participação do campeão distrital, O Elvas Clube Alentejano de Desportos, no nacional, ainda que tenham existido dificuldades.

O clube conseguiu reunir apoios e está a constituir a equipa”, adiantou o dirigente da AFP.

O Elvas venceu o campeonato distrital de Portalegre, que foi disputado por cinco equipas.

Em Évora, o Grupo Desportivo e Recreativo de Canaviais conquistou o distrital, mas, como não tinha o licenciamento da FPF, ficou impedido de participar no Campeonato de Portugal, indicou à Lusa o presidente desta associação, António Pereira.

A Associação de Futebol de Évora (AFE), assinalou o responsável, convidou a subir de divisão o segundo classificado, o Atlético de Reguengos, e o terceiro, o União de Montemor-o-Novo, mas ambos declinaram.

Lembrando que a FPF autoriza que se convide até ao quarto classificado, António Pereira explicou que, neste caso, isso não foi feito, pois o clube em causa, o Estrela de Vendas Novas, também não tinha feito o processo de licenciamento.

Informámos a federação de que não tínhamos representante do distrito no Campeonato de Portugal”, vincou.

O mesmo aconteceu na Associação de Futebol de Beja (AFB), já que o campeão distrital, o Despertar, não estava licenciado pela FPF e, por isso, não podia competir no Campeonato de Portugal, referiu à Lusa o presidente desta associação, Pedro Xavier.

Segundo o dirigente da AFB, seguiram-se os convites ao segundo classificado, o Castrense, e ao terceiro, o Mineiro Aljustrelense, mas ambos os clubes abdicaram de subir ao CP.

O Renascente de São Teotónio, que ficou em quarto lugar, nem sequer foi convidado a subir porque “não tinha certificação nem licenciamento”, explicou.

Nas declarações à Lusa, o presidente da AFE, António Pereira, discordou da decisão dos clubes, advertindo que a associação tem feito um esforço junto da FPF para que a subida dos campeões distritais seja direta e não sujeita a uma ‘poule’.

Gastam rios de dinheiro com jogadores e treinadores e, depois, quando é a altura de representar o distrito a nível nacional dizem que é muito caro e que não podem subir”, lamentou, adiantando que a vaga de Évora vai para a Associação de Futebol do Porto.

O dirigente realçou que o Canaviais foi multado em cinco mil euros e admitiu estar a equacionar, já a partir da próxima época, não atribuir o título de campeão ao clube que ganhar o distrital e não assumir a responsabilidade de participar no nacional.

Já o presidente da AFB, Pedro Xavier, afirmou que os clubes abdicam de subir ao nacional por “falta de verbas”, considerando que o Campeonato de Portugal exige “auto-organização, mais despesas e um plantel mais caro”.

Há poucas empresas que apoiam o desporto e, por isso, é que não temos grandes possibilidades de ir muito mais além”, reconheceu, lamentando que, com isso, se esteja a criar “um campeonato nacional só do litoral”.

No caso da AFB, não foi aplicada nenhuma multa aos clubes, já que o regulamento não o prevê, realçou o responsável, admitindo vir a avançar com outro tipo de medidas.

Multar um clube que não tem condições para subir não sei se é boa política. Temos é que pensar, juntamente com os clubes, sobre o que iremos fazer no futuro”, acrescentou.