Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Entrevista Flashscore a Miguel Valença: "Espero fazer história no Beira-Mar"

Carlos Dias
Miguel Valença é o homem do leme no Beira-Mar
Miguel Valença é o homem do leme no Beira-MarProfimedia
Afastado das competições profissionais, o histórico Beira-Mar luta pelo regresso aos bons velhos tempos. Integrado na série B do Campeonato de Portugal, o conjunto aveirense luta pela subida à Liga 3 e o treinador Miguel Valença, de apenas 34 anos, aborda nesta entrevista ao jornalista Flashscore Carlos Dias, o momento atual do clube.

"É um enorme orgulho poder treinar o Beira-Mar"

- O que significa para o Beira-Mar esta participação no Campeonato de Portugal e quais os objetivos para este campeonato?

- Significa muito, o Beira-Mar tem atravessado um processo de reestruturação para conseguir dar as melhores condições possíveis para a equipa sénior e formação, porque, mais cedo ou mais tarde, a equipa sénior vai ter de ser alimentada pela sua formação. Hoje em dia com a academia, o Beira-Mar acaba por conseguir chegar às equipas de elite a nível português. Já começa a trabalhar como antigamente e há muitos jovens a procurar o Biera Mar, que conta com treinadores qualificados para formar bem. Em relação a objetivos, o ano passado foi de consolidação no Campeonato de Portugal, este ano o objetivo é mais alto e passa pela procura dos primeiros lugares para a promoção à Liga 3. O clube está em crescimento estrutural, está em crescimento a nível de infraestruturas e tem de colocar a menina dos olhos lindos, que é a equipa sénior, nos escalões profisisonais. É um trabalho complexo e as coisas não se conquistam de um dia para o outro, mas com a estrutura, condições de trabalho, compromisso e dedicação de todos, o Beira-Mar tem tudo para chegar a esses objetivos.

- O Beira-Mar é um dos históricos do futebool português. O que significa para o Miguel ser o treinador deste clube?

- Significa muito. É um enorme orgulho e privilégio poder treinar o Beira-Mar. É um clube com 102 anos de história, que esteve na elite do nosso futebol, já ganhou uma Taça e jogou competições europeias. É um privilégio muito grande.

- Semana após semana, sente o peso histórico deste clube?

- Sentimos o peso todos os dias, porque a massa adepta é grande e apoia-nos em todos os momentos e, desde que entrei aqui no primeiro dia, senti logo a grandeza do clube e senti que todos estavam a puxar para o mesmo lado, para chegar aos patamares onde o clube nunca devia ter saído. Com muita dedicação e compromisso, acredito que o clube vai conseguir. Espero conseguir colocar o clube noutro patamar e fazer história. O Beira-Mar nunca esteve na Liga 3 e trabalhamos para que essa responsabilidade seja uma alegria para todos.

Beira-Mar ocupa o 3.º posto
Beira-Mar ocupa o 3.º postoFlashscore

- Qual a sua opinião sobre a competitividade do Campeonato de Portugal?

- Muito competitivo. Podemos falar dos quadros, muita das vezes não são enquadrados da melhor maneira, uma vez que descem 5 em 14 e é muita gente e muito doloroso. Na série B, acaba por ser um trabalho árduo, o 3.º classifcado está a cinco pontos da linha de água. Se alguém se distrair, poderá sofrer um sobressalto. Todos podem ganhar a todos, portanto encaramos todos os jogos como mais uma final. A diferença está no pormenor. É o campeonato mais competitivo que o nosso futebol português tem e os números demonstram isso mesmo.

- Treinar o Beira-Mar é muito diferente das experiências que já teve?

- Acaba por ser idêntico a treinar qualquer equipa, não menosprezando a história do clube. Mas o que quero dizer é que sou profissional do primeiro ao último dia em todos os clubes por onde passo. Agora, é óbvio que é sempre prestigiante treinar um histórico, com uma massa adepta muito grande, um clube que consegue colocar 4-5 mil pessoas em casa, mais do que muitas equipas da Liga. A história dá-nos esse presente domingo após domingo.

Miguel Valença aponta à subida à Liga 3
Miguel Valença aponta à subida à Liga 3Sport Clube Beira-Mar

"Quero chegar aos campeonatos profissionais"

- Como surgiu a possibilidade de começar a treinar?

- Surgiu aos 28 anos no Oliveira do Hospital. Na altura, o presidente lançou-me o desafio de agarrar a equipa, depois da subida do distrital ao Campeonato de Portugal, e depois de alguns dias a ponderar achei que era o momento certo para uma carreira que já vinha a preparar. Já tinha o segundo nível aos 28 anos e já treinava formação há 10 anos, portanto o passo foi dado mais cedo do que esperava, mas a oportunidade surgiu e agarrei com tudo o que tinha. Estou muito grato ao Paulo Figueira, que me deu a oportunidade de iniciar a minha carreira.

- Quais os seus objetivos a curto e longo prazo?

- Olho muito a curto prazo: quero chegar aos campeonatos profissionais. É uma meta que vou atingir, mais ano, menos ano, mas olho muito a curto prazo. Penso muito em crescer diariamente onde estou, para quando surgir (a oportunidade) estar o mais preparado possível para agarrar. O ano passado dei passo atrás em termos de competição, mas achei que era o melhor para a minha carreirra porque não tenho pressa de alcançar os meus objetivos. 

Os próximos jogos do Beira-Mar
Os próximos jogos do Beira-MarFlashscore

- Que tipo de jogo mais gosta?

- Procuramos uma pressão mais alta para estar perto da zona de finalização, para alcançar o objetivo do jogo: o golo. No que toca a nós com bola, gosto de uma equipa em ataque posicional, tentando ter sempre superioridade onde está a bola. Muitas vezes não conseguimos que aconteça a nível de jogo, mas sou muito camaleónico porque me adapto bem ao contexto e aos jogadores.

- E qual o seu tipo de liderança?

- Uma liderança participada. Gosto que todos participem e opinem. Os jogadores é que são obreiros no dia de jogo e acho que a participação deles é produtiva para a melhoria dos nossos parâmetros.

- Quais as maiores referências?

- O José Mourinho foi o primeiro treinador a meter o bichinho de treinador dentro de mim. Fez com que fosse à procura de entender mais o processo de treino e o processo de jogo. Depois, Paulo Fonseca, pela simplicidade, humildade e ideias. E Guardiola e Klopp pelo que trouxeram também a nível de ideias.