Após título da Libertadores, Fernando Diniz volta à seleção do Brasil para jogo contra a Colômbia
Menos de duas semanas depois de levar o Fluminense ao seu primeiro título continental, Fernando Diniz terá de melhorar os resultados com a seleção brasileira na qualificação para o Mundial-2026. Especialmente pelo empate em casa com a Venezuela e a derrota com o Uruguai na última jornada dupla, o Brasil tem um dos piores inícios de qualificação deste século.
Foram dois duelos contra treinadores argentinos, Fernando Batista (Venezuela) e Marcelo Bielsa (Uruguai). A história repete-se contra a Colômbia, comandada por Néstor Lorenzo. E também na próxima terça-feira, contra a própria Argentina, de Lionel Scaloni, no Maracanã.
Aposta nos jovens
As ferramentas mudam de acordo com o local de trabalho, para um treinador que prioriza a rotação de posições dentro do campo e o bom jogo com a bola. Quando chega à seleção brasileira, Fernando Diniz também sente falta do avançado argentino Germán Cano, artilheiro da Libertadores.
A camisola 9 do Brasil está sem dono na qualificação. Nos últimos três jogos, apenas defesas marcaram pela equipa brasileira.
O mau desempenho do ataque fez com que Richarlison, titular no Mundial do Catar e nas primeiras jornadas da qualificação, ficasse de fora desta convocatória. E a aposta de Fernando Diniz foi nos jovens João Pedro, em boa fase no Brighton, e Endrick, que vem brilhando no Palmeiras.
Convocado pela primeira vez para a seleção principal, aos 17 anos, Endrick pode ser um dos jogadores mais jovens a vestir a amarelinha, atrás de lendas como Pelé, mas à frente de Ronaldo Fenômeno.
"O ideal é que não se sinta pressionado. O melhor que podemos fazer agora é tranquilizar o Endrick para que não se sinta sobrecarregado. Temos que tirar esta carga de cima dele e torná-lo mais forte emocionalmente para enfrentar os desafios da carreira", disse Fernando Diniz sobre o jovem jogador do Palmeiras.
Sem Neymar, sem Jhon Arias
Fernando Diniz sabe mais do que ninguém que a Colômbia sentirá a ausência de Jhon Arias, fora da partida por suspensão. Fundamental no Fluminense, pelo seu trabalho incansável pelo lado direito do campo, o parceiro ideal do avançado Luis Díaz desde que Néstor Lorenzo assumiu a seleção colombiana, deixa um vazio difícil de preencher.
Nessa mesma posição, mas do lado oposto, Fernando Diniz terá que encontrar uma forma de fazer a equipa brasileira jogar sem Neymar. O craque passou por uma cirurgia no joelho esquerdo, no início do mês, após sofrer uma rutura do ligamento cruzado anterior e do menisco.
Além de Neymar, o guarda-redes Ederson e o médio Casemiro são ausências por lesão.
"É um bom momento para ganhar. O Brasil é sempre uma seleção muito difícil, mas consideramos que a Colômbia tem condições e vamos tentar jogar pela vitória", disse Néstor Lorenzo, na antevisão, em Barranquilla.
Alívios
A Colômbia respira fundo e vê o duelo contra o Brasil como uma oportunidade de ouro. A tensão em torno do jogo era grande, desde o rapto do pai de Luis Díaz, a 28 de outubro.
Luis Manuel permaneceu 12 dias como refém da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) até ser resgatado na última quinta-feira. Ao chegar a Barranquilla, o avançado do Liverpool reencontrou-se imediatamente com o seu pai e consolou o seu choro com um abraço.
Néstor Lorenzo respirou de alívio e terá à disposição o principal nome do futebol colombiano no cenário internacional. Além disso, o treinador contará com os regressos de Daniel Muñoz, Yerry Mina, Jhon Lucumí e Jefferson Lerma, titulares no setor defensivo, que foram ausências notadas nos últimos jogos.
Onzes prováveis
Colômbia: Camilo Vargas; Daniel Muñoz, Davinson Sánchez, John Lucumí e Deiver Machado; Jefferson Lerma e Mateus Uribe; Jorge Carrascal, James Rodríguez e Luis Díaz; Rafael Borré. Treinador: Néstor Lorenzo.
Brasil: Alisson; Emerson Royal, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Renan Lodi; André e Bruno Guimarães; Raphinha, Rodrygo e Vinícius Júnior; Gabriel Martinelli. Treinador: Fernando Diniz.