Brasil tenta recuperar confiança contra uma equipa chilena à beira do abismo
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O treinador Dorival Júnior enfrenta um dos piores momentos da seleção brasileira, depois de acumular quatro derrotas nas últimas cinco partidas antes do Campeonato do Mundo, uma raridade na sua longa história de triunfos.
"O nosso momento é um momento que precisa de melhorar rapidamente, e espero que isso aconteça nestes dois jogos", disse o treinador na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Chile.
Apesar dos resultados, é quase impossível que os pentacampeões mundiais não se qualifiquem para o Campeonato do Mundo de 2026 na América do Norte: há seis vagas diretas e uma chance de repescagem para o sétimo colocado entre 10 seleções.
Com 10 pontos, o Brasil está em quinto lugar. O adversário, o Chile, tem cinco pontos e é o penúltimo classificado.
Sem Vinícius, mas com Raphinha
Enquanto espera pela recuperação de Neymar, o Brasil chega ao Chile com outros quatro titulares ausentes por lesão: o guarda-redes Alisson, o lateral-esquerdo Guilherme Arana, o central Éder Militão e, principalmente, o atacante Vinícius Jr.
Para Vinícius Jr, avançado do Real Madrid e um dos favoritos à próxima Bola de Ouro, a jornada dupla foi uma oportunidade de dar um passo à frente na seleção, onde ainda não brilhou.
Uma das principais esperanças do Brasil é Raphinha, que teve um início de temporada brilhante no Barcelona, com seis golos e cinco assistências em 11 jogos.
Outros jogadores, como Rodrygo, Savinho e Endrick, também terão a responsabilidade de segurar o bastão das grandes glórias do passado.
"O Brasil está habituado a ganhar por três ou dois golos e temos que fazer isso, voltar a ser protagonistas e ser felizes dentro de campo", disse o lateral do Manchester City.
Para tentar melhorar a eficiência do Brasil na marcação de golos, Dorival optou pela estreia do avançado Igor Jesus, que marcou sete golos em 19 partidas pelo Botafogo.
"Ganhamos uma grande opção por dentro, aproximando o Igor, e tendo um ataque na última linha. Precisamos de mais isso, empurrar a última linha para o golo (...)", disse o treinador em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Gareca está na corda bamba
Se o Brasil está a vacilar, o Chile está à beira do abismo. O argentino Ricardo Gareca, técnico da Roja, tenta classificar-se a partir de um incómodo penúltimo lugar, a quatro pontos da zona de repescagem.
Apesar de ter treinado apenas duas partidas das eliminatórias, Gareca recebeu o primeiro alerta em setembro. A seleção perdeu em casa para a Bolívia, que nunca havia vencido em solo chileno nas eliminatórias e não ganhava fora há 31 anos.
Além do fraco desempenho, El Tigre foi alvo de críticas de pesos pesados como o veterano Arturo Vidal, que o questionou por não o ter convocado a ele e aos seus companheiros da Geração de Ouro, campeã das edições de 2015 e 2016 da Copa América.
Apesar dos comentários de Vidal, os jogadores fizeram ouvidos de mercador:"Se para alguém parece que eles são os jogadores ideais ou não, não estamos aqui para debater isso, estamos focados no que podemos fazer contra o Brasil", respondeu o atacante chileno Victor Davila.
O técnico argentino não conta com quase nenhuma estrela no seu plantel, formado principalmente por jogadores do futebol local e de outras ligas sul-americanas.
Também estão ausentes os atacantes Ben Brereton, por motivos técnicos, e Alexis Sánchez (Udinese), por lesão, um dos poucos chilenos que ainda jogam nas principais ligas europeias.
As perspetivas não são animadoras: depois do Brasil, a Roja terá de visitar a Colômbia, a segunda classificada no pré-Campeonato do Mundo, atrás apenas da Argentina.