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Faleceu Mário Zagallo, lenda da seleção brasileira

Guilherme Bianchini
Zagallo e a eterna camisola 13 estão marcados na história
Zagallo e a eterna camisola 13 estão marcados na históriaLucas Figueiredo/CBF
O Brasil perdeu Zagallo na madrugada deste sábado. Lenda do futebol, o ex-jogador e antigo treinador morreu aos 92 anos, no Rio de Janeiro, por falência múltipla de órgãos. Estava internado em um hospital da Zona Oeste desde 26 de dezembro.

Mário Jorge Lobo Zagallo é o único tetracampeão da história do Mundial. Conquistou dois títulos como jogador (1958 e 1962), um como treinador (1970) e um como coordenador técnico (1994). Além disso, comandou a Seleção Brasileira no vice-campeonato de 1998.

"É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mário Jorge Lobo Zagallo. Um pai devoto, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas", informou o perfil oficial de Zagallo no Instagram.

Zagallo teve estátua em sua homenagem inaugurada no Museu da Seleção em 2022
Zagallo teve estátua em sua homenagem inaugurada no Museu da Seleção em 2022Profimedia

Zagallo também é um dos grandes ídolos de FlamengoBotafogo. Após surgir na formação do America-RJ, o então extremo-esquerdo atuou pelo Rubro-Negro entre 1950 e 1958 e foi tricampeão carioca (1953, 1954 e 1955). Depois, defendeu o Alvinegro de 1959 a 1965 e conquistou mais dois títulos estaduais (1961 e 1962).

"Deixou-nos um herói que moldou a história do futebol brasileiro. Mário Jorge Lobo Zagallo entra para a eternidade como um revolucionário, um pilar histórico do desporto", escreveu o Flamengo nas redes sociais.

O auge de Zagallo como jogador chegou na seleção do Brasil. O ídolo foi titular absoluto nos dois primeiros títulos mundiais do Brasil, em 1958 e 1962.

"A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo. A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol", disse o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues. A confederação decretou luto de sete dias em homenagem a Zagallo.

Zagallo em ação contra a Inglaterra no Mundial-1962
Zagallo em ação contra a Inglaterra no Mundial-1962Profimedia

Técnico histórico

Na carreira de treinador, Zagallo estendeu o enorme legado no futebol. Foram quatro passagens pelo Botafogo e três pelo Flamengo. Ele também treinou os outros grandes do Rio de Janeiro, Fluminense e Vasco, além de trabalhos no Bangu e Portuguesa.

O Velho Lobo conquistou cinco Cariocas: dois pelo Bota (1967 e 1968), dois pelo Fla (1972 e 2001) e um pelo Flu (1971). Fora do Brasil, Zagallo foi campeão da Liga Saudita pelo Al-Hilal em 1979. Ainda no Oriente Médio, comandou as seleções do Kuwait, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes.

Assim como no período de atleta, foi na Seleção que Zagallo viveu seus grandes momentos como técnico. Após se estrear na nova carreira pelo Botafogo, o Velho Lobo assumiu o Brasil e conquistou o tricampeonato mundial em 1970, com a seleção que é considerada a melhor de todos os tempos.

Zagallo tornou-se no primeiro da história a ganhar o Mundial como jogador e treinador. Depois, Franz Beckenbauer (Alemanha) e Didier Deschamps (França) repetiram o feito.

Mário Jorge Lobo Zagallo é o recordista de jogos no comando da Seleção Brasileira. São 131 partidas ao longo de três passagens, com 97 vitórias, 25 empates e 9 derrotas. Além do título em 1970 e do vice em 1998, ele levou a canarinha ao quartolugar em 1974.

Zagallo ainda conquistou a Copa América e a Taça das Confederações pelo Brasil, ambas em 1997. Logo após o título continental, sobre a Bolívia, em La Paz, proferiu uma de suas frases mais icónicas: "Vocês vão ter que me engolir".

Zagallo e Parreira na Copa do Mundo de 1970
Zagallo e Parreira na Copa do Mundo de 1970Profimedia

13 letras

A história de Zagallo está intimamente ligada ao número 13. Devoto de Santo António, celebrado a 13 de junho, o Velho Lobo subverteu a ordem de um símbolo associado ao azar.

Na carreira de treinador, frases com 13 letras viraram uma marca de Zagallo, que sempre as buscava. "Brasil campeão tem 13 letras", repetia: "Argentina vice também", acrescentou após o título da Copa América de 2004, quando era coordenador técnico.

O 13 de Zagallo foi homenageado na apresentação de Loco Abreu ao Botafogo, em 2010
O 13 de Zagallo foi homenageado na apresentação de Loco Abreu ao Botafogo, em 2010Profimedia