Acompanhe as principais incidências da partida
Não foi a estreia sonhada, mas não deixou de haver emoção, sobretudo quando o Hino português tocou pela primeira vez numa fase final de um Campeonato do Mundo. As jogadoras da equipa liderada por Francisco Neto emocionaram-se e com elas milhões de portugueses a acompanharem a quilómetros e quilómetros de distância de Dunedin, na Nova Zelândia.
No que diz respeito ao jogo propriamente dito, o selecionador português surpreendeu com a aposta em Fátima Pinto, média que passou a fase de preparação com algumas limitações físicas, no meio com Dolores, e com Tatiana Pinto encostada ao corredor direito e completamente limitada do seu espaço de organização e criação. Andreia Norton escolhida para fazer a ligação entre o miolo e o ataque entregue à dupla de Silvas, Jéssica e Diana.
Andries Jonker, por sua vez, apostou exatamente no mesmo onze que tinha goleado a Bélgica (5-0), no último encontro de preparação para o Mundial. Ou seja, Spitse a compor um eixo a três, Pelova na ala e a jovem Brugts também a merecer a confiança num onze em que Beerensteyn foi a principal referência ofensiva.
Bola parada travou ímpeto inicial
As primeiras notas mostram uma boa entrada de Portugal, uma seleção muito pressionante e com capacidade para anular algumas das principais virtudes dos Países Baixos, inicialmente focado em lançar as jogadoras de ataque em profundidade, sem relativo sucesso. Ainda assim, o fantasma das bolas paradas voltou a assombrar a formação portuguesa.
Aquele que já tinha sido um problema no Campeonato da Europa 2022, voltou a mostrar-se fatal, agora no grande palco Mundial. Depois de Carole Costa impedir de forma brilhante que o remate de Beerensteyn incomodasse Inês Pereira, a capitã Spitse bateu o pontapé de canto e Van der Gragt subiu mais alto do que toda a gente para desviar para o primeiro golo da partida.
A vantagem neerlandesa alcançada aos 13 minutos fez com que Portugal recuasse nas suas intenções iniciais e a boa pressão sobre o adversário no arranque da partida passou para uma dificuldade em segurar a bola e fazer com que ela chegasse ao último terço - zero remates (!) da equipa das quinas nos primeiros 45 minutos.
Num futebol muito bem organizado por Van de Donk, os Países Baixos voltaram a ameçar num lance de bola parada, aos 23 minutos, mas o cabeceamento de Roord saiu ligeiramente por cima da baliza à guarda de Inês Pereira.
Banco acrescentou de forma positiva
A primeira parte deixou alguns sinais de preocupação para o selecionador português, que promoveu alguns ajustes táticos para o arranque da segunda parte, no entanto voltou a ser a equipa neerlandesa a estar mais próxima do golo, aos 53 minutos, quando Van de Donk rematou para uma enorme defesa de Inês Pereira, que segurou a desvantagem pela margem mínima e manteve Portugal ligado ao jogo.
A entrada de Kika Nazareth, aos 57 minutos, e mais tarde de Telma Encarnação, Andreia Jacinto e Lúcia Alves, aos 79', melhoraram significativamente o jogo de Portugal em termos de criatividade e ousadia, com a equipa das quinas a ter outra capacidade para fazer recuar os Países Baixos e ameaçar, pela primeira vez, verdadeiramente a baliza à guarda de Van Domselaar.
Em pouco mais de 10 minutos em campo, a avançada madeirense Telma Encarnação protagonizou um par de boas oportunidades e provou que era legítimo sonhar-se com outra estreia no Mundial. Não aconteceu e Portugal sai sem pontos da primeira jornada, enquanto que os Países Baixos encostam-se aos Estados Unidos na liderança do grupo E.
Melhor em campo Flashscore: Van der Gragt