Alexandra Popp quer coroar a sua carreira com o título de campeã mundial
Popp é uma das maiores estrelas do desporto alemão, tendo conquistado todos os prémios a nível de clubes, incluindo duas Ligas dos Campeões com o Wolfsburgo.
Ganhou o ouro olímpico com a Alemanha em 2016, mas a sua carreira internacional parece muitas vezes ter sido amaldiçoada, como quando perdeu a campanha triunfante do país no Euro-2013, devido a uma lesão no tornozelo.
Falhou o Euro-2017 com um problema no joelho e foi depois desoladoramente excluída no aquecimento antes da final do Europeu do ano passado, contra a Inglaterra, novamente devido a lesão, tendo marcado em todos os cinco jogos da Alemanha até essa altura.
A Alemanha perdeu por 1-2 no prolongamento, em Wembley, com Popp desolada, a assistir ao jogo na bancada.
Apesar da lesão, Popp marcou 62 golos em 128 jogos pela Alemanha, o que lhe valeu um lugar de destaque no futebol feminino do país.
A Alemanha, uma das favoritas para vencer o Mundial na Austrália e na Nova Zelândia, começa a sua campanha na próxima segunda-feira, contra Marrocos, em Melbourne.
Da fisioterapia ao triplete
Popp nunca teve medo de fazer as coisas de forma um pouco diferente.
Apesar de ser uma adepta declarada do Borussia Dortmund, frequentou a prestigiosa Gesamtschule Berger Feld, em Gelsenkirchen, a casa do arquirrival Schalke.
Popp era a única aluna do sexo feminino e precisava de uma autorização especial para frequentar a escola.
Mesut Özil, Manuel Neuer, Julian Draxler e Joel Matip, que jogaram com a camisa do Schalke, estão entre os outros formandos do Berger Feld.
A par da sua formação futebolística, Popp fez um estágio de um ano em fisioterapia antes de concluir um estágio de três anos em zootecnia.
Popp estreou-se na Bundesliga com o Duisburgo em 2008, depois de ter recusado o gigante francês Lyon, e ganhou a Taça UEFA Feminina - a antecessora da Liga dos Campeões - na sua primeira época.
Em 2012, transferiu-se para o Wolfsburgo, uma das maiores potências do futebol feminino, e conquistou o triplete, com o Campeonato Alemão, a Taça da Alemanha e a Liga dos Campeões logo no primeiro ano.
Os Lobos repetiram o feito na época seguinte, com Popp a marcar na final da Liga dos Campeões.
No ano passado, Popp tornou-se na primeira mulher a ganhar o prémio de Personalidade do Ano da revista alemã Kicker, colocando-a ao lado de lendas do futebol como Jurgen Klopp, Oliver Kahn e Franz Beckenbauer.
Líder fora de campo
Antes da derrota do Wolfsburgo na final da Liga dos Campeões contra o Barcelona, em junho, Popp disse que nem sempre se sente confortável com a adulação que recebe.
"Quando estamos sentados a assistir a um musical e as pessoas não estão a tirar fotografias do palco, mas na nossa direção, às vezes é um pouco estranho", disse aos jornalistas.
"Não vou fingir que gosto disso", acrescentou Popp, antes de desviar a atenção para as novas estrelas do futebol feminino.
"Gostaria de ver as jovens jogadoras ainda mais em destaque, porque elas são o futuro do futebol feminino", referiu.
Popp tornou-se numa das atletas mais conhecidas e populares da Alemanha, mas também uma porta-voz do futebol feminino.
Em maio, criticou os administradores do futebol pelas suas "palavras vazias", por não terem conseguido assegurar os direitos de transmissão do Campeonato do Mundo na Alemanha.
Recentemente, abordou também a polémica sobre a possibilidade de as mulheres alemãs receberem prémios inferiores aos dos homens, afirmando que as suas colegas de equipa estavam "mais do que satisfeitas".
"Seria um sinal absolutamente errado levantar-se agora e dizer 'mas nós queremos mais'", disse.
Com a equipa masculina a atravessar o seu pior período em campo desde há uma geração, as mulheres alemãs podem recuperar algum orgulho futebolístico - especialmente se Popp conseguir manter a forma.