Asisat Oshoala, um golo, recordes e uma imagem tanto na Nigéria como no Barcelona
Com o seu golo contra a Austrália (3-2), co-anfitriã e favorita do torneio, Asisat Oshoala fez história no futebol nigeriano, pouco mais de dez minutos depois de ter entrado em campo (72 minutos).
A estrela de 28 anos marcou contra a Suécia em 2015 e contra a Coreia do Sul em 2019. "Ela é uma classe acima do resto e provou-o com o que mostrou quando não estava 100% em forma, ainda saiu do banco em Brisbane para inspirar uma vitória histórica contra a Austrália", disse à AFP Tobi Peters, um jornalista que acompanhou a sua carreira desde o FC Robo e o Rivers Angels, os primeiros clubes na Nigéria.
Uma semana após o início do torneio, a 27 de julho, a celebração do seu golo recordista já era uma das imagens do torneio: de boca aberta, tirou a camisola verde escura e triunfou de soutien. " O meu pai não está nada contente, mas a vida é uma coleção de momentos", comentou depois no Instagram.
Um motivo de orgulho
Ela ainda pode viver mais momentos históricos nos Antípodas, e por que não contra a Inglaterra nos oitavos de final em Brisbane. Falta-lhe um golo para se tornar a melhor marcadora de sempre do seu país num Campeonato do Mundo. E pode muito bem acrescentar um sexto prémio de jogadora africana do ano à sua coleção de troféus.
"Asisat não é apenas uma fonte de orgulho para a Nigéria, mas para toda a África", disse à AFP Alao Salami, um fã que vive em Lagos. "Ela é um grande modelo, que tem inspirado um número crescente de jovens futebolistas, tanto homens como mulheres"
Com o Barcelona também está acumulando troféus, com o título da Liga dos Campeões desta temporada - embora tenha sido obrigada a se retirar da final contra o Wolfsburg com uma lesão no tendão -, além da LaLiga e da Supertaça da Espanha.
Para além de ser uma das estrelas da seleção, Oshoala, que sonhava em ser advogada, é igualmente importante com as cores dos Blaugrana: marcou mais de vinte golos em cada época e foi a melhor marcadora do clube nos últimos dois anos.
Uma atacante completa, Oshoala, apelidada de "Super Zee", é conhecida pela sua potência e velocidade, mas também pelos seus movimentos muitas vezes inteligentes, tanto com como sem bola. Para se tornar essa jogadora, Oshoala desafiou os pais na juventude, optando por abandonar a escola para se dedicar ao futebol em tempo integral. E o resultado foi espetacular.
Muita pressão
Em 2014, Oshoala explodiu na cena internacional ao ser a melhor marcadora e jogadora do Campeonato do Mundo de Sub-20.
Mal tinha saído da adolescência, assinou contrato com o Liverpool em 2015. Tornou-se então a primeira africana a jogar na Superliga Inglesa Feminina, antes de escolher o Arsenal no ano seguinte, com o qual venceu a Taça de Inglaterra em Wembley. Depois de uma passagem pela China, assinou com o Barcelona em 2019, com o qual já conquistou dois C1.
Fora do campo, com a sua fundação em Lagos, Oshoala tenta promover o futebol feminino junto das jovens da Nigéria, a única equipa africana que participou em todas as edições do torneio desde a sua criação em 1991. Mas os Super Falcões nunca passaram dos quartos de final. Para isso, o técnico Randy Waldrum precisará da sua prolífica atacante.
" Ela coloca muita pressão sobre si mesma porque ama a Nigéria e quer que a Nigéria tenha sucesso no cenário mundial", disse. Mas "quando se tem Oshoala, tem-se uma oportunidade contra qualquer equipa", previu, pois a Nigéria conseguiu sair de um grupo difícil que incluía a Austrália, o campeão olímpico Canadá e a Irlanda.