De um começo humilde à glória europeia: a incrível ascensão de Geyse (ex-Benfica)
Geyse pode não ser o primeiro nome na boca dos adeptos e especialistas antes do Mundial-2023, mas isso pode ser em parte devido à sua rápida ascensão. A avançada ainda jogava no seu país natal até 2017 e só começou a ter impacto na Europa na época 2018/19, quando marcou uns impressionantes 49 golos em 30 jogos pelo Benfica na Ligb BPI, em Portugal.
Em 2020, a jogadora foi para o Madrid CFF, onde continuou a sua prolífica forma de marcar golos, chamando a atenção da elite europeia antes de se juntar ao Barcelona em junho de 2022.
Um começo humilde
Para Geyse, no entanto, o caminho até o topo não foi nada fácil. Ela nasceu em Maragogi (a mesma cidade natal da craque brasileira Marta), um lugar lindo e muito próximo do mar azul.
Foi nessas praias arenosas que Geyse aprendeu a jogar o belo jogo, e o seu talento para o futsal reflete-se no campo: não tem medo de se expressar.
Em declarações à UEFA antes da Finalissima, a 6 de abril, Geyse disse: "Comecei a jogar futebol com amigos na praia, depois surgiu a oportunidade, através do meu professor de educação física, de ir jogar para uma equipa. Antes era um pouco difícil porque tinha de levantar-me cedo e ir para a capital jogar futebol, mas hoje em dia acho que o futebol feminino é mais valorizado do que no passado".
"Cada passo que damos no futebol feminino dá-nos a alegria de poder mostrar que somos capazes de fazer bem", acrescentou.
E desde essa entrevista, é justo dizer que as coisas correram muito bem para a estrela brasileira em ascensão, pois ela ajudou o Barcelona a conquistar a sua segunda Liga dos Campeões e o oitavo título da La Liga no final da temporada 2022/23.
Como Geyse encaixa no esquema do Brasil
Como muitos brasileiros antes dela, Geyse possui excelente controlo de bola, habilidade e talento, além de sua calma e capacidade natural de marcar gols.
Ela deve formar dupla com Gabi Nunes (26 anos) ou Bia Zaneratto (29 anos) no tradicional mas eficaz esquema 4-4-2 do Brasil, com a lendária Marta como opção tardia.
Nunes e Geyse seguiram caminhos semelhantes, tendo ambas jogado no Corinthians antes de se transferirem para o Madrid CFF, onde Nunes está atualmente.
As dois avançadas são uma ameaça no jogo aéreo, dando à treinadora Pia Sundhage a opção de jogar mais direto e explorar a largura.
A equipa de Sundhage, no entanto, prefere um futebol mais fluído, com uma linha avançada repleta de jogadoras de ataque móveis.
Geyse está no centro dessa ameaça e, se as coisas se encaixarem, ela pode terminar o torneio muito mais conhecida do que é atualmente.
E embora Marta seja a legítima rainha do futebol brasileiro, se Geyse conseguir brilhar neste Campeonato do Mundo, ela pode tornar-se a herdeira do trono.