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Japão afirma-se como candidato a vencer o Mundial Feminino

AFP
Jogadoras do Japão comemoram a vitória contra a Noruega
Jogadoras do Japão comemoram a vitória contra a NoruegaAFP
O Japão passou despercebido e tornou-se, agora, a equipa a derrotar, juntamente com a Inglaterra, no Campeonato do Mundo de Futebol Feminino, com a melhor marcadora do torneio, Hinata Miyazawa.

Os Estados Unidos, detentores do título, e um contingente europeu, liderado pela campeã do continente, Inglaterra, eram apontados como principais candidatos ao título, antes do Campeonato do Mundo Feminino.

Ninguém falava do Japão, de Futoshi Ikeda, que ocupa o 11.º lugar no ranking mundial da FIFA.

Mesmo no seu país, as expectativas de que as japonesas pudessem repetir o triunfo do Campeonato do Mundo de 2011 eram baixas.

"Acho que fomos deixados para trás pelos avanços repentinos que o resto do mundo estava a fazer", disse à AFP o antigo treinador japonês Asako Takakura, que dirigiu a equipa no Campeonato do Mundo de 2019, antes da edição de 2023.

O Japão foi eliminado nos oitavos de final em 2019, mas já está nos quartos de final, quatro anos depois.

As japonesas venceram os três jogos da fase de grupos - um recorde igualado apenas pela Suécia e pela Inglaterra - marcando 11 golos e não sofrendo nenhum.

As vitórias sobre a Costa Rica e a Zâmbia eram esperadas, mas foi a goleada de 4-0 sobre a Espanha que fez com que o resto do Mundial se sentasse e prestasse atenção às nipónicas.

Depois de uma vitória por 3-1 sobre a Noruega, ex-campeã do mundo, no sábado, a seleção japonesa enfrenta agora a Suécia, que eliminou os Estados Unidos nos penáltis, por uma vaga nas meias-finais.

"Acho que hoje elas mostraram porque, talvez, tenham sido a melhor equipa até agora", disse Caroline Graham Hansen, estrela do Barcelona e da Noruega, aos jornalistas após a partida.

"São muito disciplinadas e muito estruturadas na forma como jogam no ataque e na defesa", acrescentou.

Sergio Echigo é um famoso colunista do jornal Nikkan Sports, do Japão, que é difícil de agradar. E até ele está impressionado.

"O Japão não parece ter corrido perigo nestes quatro jogos até agora", escreveu, dizendo que a Noruega jogou "futebol antiquado" em comparação com o Japão.

"Elas não tinham técnica, mas tinham força. Mas esta não é uma era em que se pode ganhar apenas usando a força. O Japão usa passes, fintas, dribles. Elas parecem maiores do que a soma das suas partes", acrescentou.

Crença crescente

O que mais chama a atenção no Japão é o quanto elas são exímias no ataque e à frente da baliza adversária.

A Espanha teve muito mais posse de bola, mas teve apenas dois remates à baliza. O Japão teve oito tentativas no total, acertou seis no alvo e marcou quatro. A selecionadora da Noruega, Hege Riise, disse que o Japão será difícil de ser batido.

"É uma grande equipa, com boas jogadoras e tácticas. A combinação do tiki-taka com o jogo direto é difícil de defender", explicou.

Miyazawa, de 23 anos, que joga na liga nacional do Japão, tem sido especialmente incisiva.

Combinando velocidade e frieza, lidera a tabela de melhores marcadoras do Mundial, com cinco golos, apesar de nunca ter sido prolífica para o Japão antes deste Mundial.

"Mundo, cuidado com ela", disse Jessica McDonald, antiga avançada dos Estados Unidos, à Optus Sport.

"Ela está em alta e, quando uma avançada começa a marcar golos, é muito difícil pará-la", disse McDonald.

"Quando começas a ganhar esse impulso, quando começas a ganhar confiança na frente da baliza, marcas em todos os jogos", acrescentou.

Depois das baixas expectativas no início do torneio, na Austrália e na Nova Zelândia, a febre do futebol está a começar a reacender-se no Japão.

A merecida vitória da equipa sobre a Noruega foi notícia de primeira página em dois jornais nacionais, este domingo.

"Poderemos assistir a uma repetição do que aconteceu há 12 anos? Eu quero começar a acreditar", escreveu Echigo.

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