Mundial feminino: Francisco Neto quer levar jogo com Estados Unidos até final
“Queremos ser suficientemente organizados e competentes para levar o jogo até final e, depois, lutar por aquilo que tem de ser”, disse o técnico luso, questionado se a formação das quinas pode inspirar-se no que a Colômbia fez à Alemanha (2-1).
Francisco Neto lembrou: “Há sempre estes momentos em que as equipas abaixo no ranking conseguem superar-se, transcender-se e ter exibições incríveis. Nós sempre acreditámos nisso, no nosso valor, que as equipas que são competentes, organizadas, conseguem disputar os jogos até final. É muito por aí que queremos andar”.
O responsável pela formação das quinas sabe, porém, que a tarefa lusa não será fácil, num embate da terceira jornada do Grupo E que Portugal tem de vencer, na terça-feira, a partir das 19:00 locais (08:00 em Lisboa), no Eden Park, em Auckland.
"Acima de tudo, (espero) uns Estados Unidos a dar continuidade ao que fizeram na segunda parte com os Países Baixos, uma equipa altamente pressionante, a querer dominar o jogo logo desde o início, a querer ter bola, a empurrar a equipa adversária para o último terço, com uma pressão muito grande, com muitas jogadoras na sua linha ofensiva”, explicou.
E é a isso que tem de haver resposta: “Temos de estar preparados e ter armas para contrariar essa estratégia, que eu acho que é o que os Estados Unidos irão fazer, porque é aquilo que fazem sempre, é o ADN delas”.
“Estamos a falar de jogadoras que já passaram muitas vezes por períodos de grande pressão, que jogaram finais do Campeonato do Mundo, dos Jogos Olímpicos, com uma experiência internacional muito grande”, lembrou.
Ainda assim, não são imbatíveis: “São seres humanos e, quando as coisas não lhes estão a correr bem, acabam por ter alguma pressão extra, mas acho que quando a bola começar a rolar, a pressão, tanto de um lado como de outro, vai desaparecer”.
“Temos de nos conseguir impor e não estar a contar com o nervosismo dos Estados Unidos. Notou-se com os Países Baixos que elas crescem com o jogo e as suas necessidades, com a adversidade. Temos de estar preparados para a melhor versão dos Estados Unidos, porque é aquilo que eu acho que vai aparecer. E tem também de aparecer a melhor versão de Portugal”, frisou Francisco Neto.
E é importante que isso seja traduzido em eficácia: “Vamos procurar aumentar o número de oportunidades. É uma grande missão, que Sabemos que é difícil”.
“Há poucas equipas no mundo a marcar golos aos Estados Unidos, a criar oportunidades, mas, nos quatro jogos que fizemos com elas, criámos sempre oportunidades. Não tivemos a competência na altura para as concretizar”, explicou, em alusão aos quatro embates face às norte-americanas desde que é selecionador.
Francisco Neto diz que trabalhou para que as ocasiões de golo surjam: “Temos a nossa estratégia para o ataque ao último terço. O que nós queremos é colocar as nossas avançadas em boas situações de finalização. Depois, a concretização, tem a ver com o lado individual das coisas, o conseguir concretizar”.
Quanto a balanços, ainda é cedo e, mesmo já com um triunfo, a exigência mantém-se.
“Falta um jogo e tempos de conseguir competir. Se não conseguirmos, o balanço não será tão positivo como aquilo que nós queremos. Acho que conseguimos ser competitivos nos dois primeiros, mas ainda falta este jogo na fase de grupos”, finalizou.
Portugal, que começou com um desaire face aos Países Baixos (0-1) e depois bateu o Vietname (2-0), entra para a terceira e última jornada da fase de grupos dependente apenas de si para chegar aos oitavos de final, ainda que tal signifique que tenha vencer os Estados Unidos, na terça-feira, em Auckland.
No Eden Park, a partir das 19:00 (08:00 em Lisboa), as comandadas de Francisco Neto podem também conseguir o apuramento com um empate, mas, para isso, era necessário que o já eliminado Vietname vencesse os Países Baixos, à mesma hora, em Dunedin.