Mundial feminino: oito estreantes com várias surpresas na manga
Os críticos do alargamento de 24 para 32 seleções temiam que as recém-chegadas inexperientes pudessem ser espezinhadas pelas potências tradicionais da Europa e da América do Norte.
A Zâmbia, no entanto, mostrou que nenhuma equipa deve ser subestimada na semana passada, quando derrotou a Alemanha, duas vezes campeã mundial, por 3-2, num amigável antes do torneio. A jovem avançada Barbra Banda marcou dois golos, incluindo o da vitória nos descontos.
"É um sonho que se tornou realidade, por isso preciso mostrar o meu talento lá. Estabelecemos a meta de passar para a próxima fase e ter um bom desempenho lá e talvez chegar até a final", disse a capitã zambiana.
A Zâmbia, que abre a sua campanha contra o Japão, vencedor de 2011, a 22 de julho, terá a companhia de outros recém-chegados, como o Haiti, Irlanda, Marrocos, Filipinas, Portugal, Panamá e Vietname, em comparação com apenas quatro estreantes vistos em 2019.
"O mais provável é que haja alguns resultados muito desfavoráveis, tendo em conta o facto de algumas destas equipas não terem podido estar no palco mundial ou num ambiente como este", disse a grande jogadora norte-americana Carli Lloyd, já reformada.
A analista da Fox Sports previu, no entanto, que o torneio seria "o maior, melhor e mais competitivo Campeonato do Mundo até à data".
"É incrível que uma equipa como a Irlanda possa participar no seu primeiro Campeonato do Mundo, assim como o Vietname e Portugal", disse à Reuters.
Os portugueses, que ocupam a 21ª posição no ranking, são os mais bem classificados entre os recém-chegados e, no início deste mês, empataram sem golos com a campeã europeia Inglaterra.
"Acho que qualquer um pode vencer qualquer um em qualquer dia. Acho que estamos constantemente a melhorar, mas a qualidade das equipas internacionais está cada vez melhor. O Campeonato do Mundo está aberto a tantas equipas que querem ganhar. Todas querem lutar pelo mesmo objetivo", disse a internacional inglesa Jess Carter.
Portugal enfrenta um grande teste na sua estreia contra os Países Baixos, finalista vencido em 2019, enquanto a Inglaterra joga contra o recém-chegado Haiti no seu primeiro jogo.
A guarda-redes haitiana Kerly Theus espera que a sua estreia possa inspirar a próxima geração e colocar o seu país no mapa do desporto mais popular do mundo.
"Já participei em torneios em que as pessoas diziam 'Haiti? O que é isso? Queremos que o mundo conheça o Haiti e o talento que temos. Ah, e queremos passar da fase de grupos", disse ela à BBC.
Depois de os Estados Unidos, atuais campeões, terem derrotado o País de Gales por 2-0 no seu jogo de despedida no domingo, o treinador Vlatko Andonovski disse que as equipas do topo do ranking não se podem dar ao luxo de tomar qualquer equipa como garantida.
"Os jogos de 7-0, 8-0 já não existem e podemos ver isso. Quer dizer, a Alemanha joga contra a Zâmbia (e) perde 3-2. Nenhum jogo vai ser fácil. Não importa quem está à nossa frente", disse aos jornalistas.