Mundial feminino: os problemas que Hervé Renard ainda tem para resolver na seleção francesa
O jogo disputado no Estádio Tallaght, em Dublin, com casa cheia (7.600 pessoas), sob a chuva e o vento irlandeses, destinava-se a dar os últimos retoques na preparação para o Campeonato do Mundo que as jogadoras de Hervé Renard têm vindo a fazer há mais de duas semanas. E para afinar os pormenores.
Na primeira parte, Renard pôde constatar as dificuldades na defesa, que foi muitas vezes pressionada, e no meio-campo, onde as transições foram difíceis, enquanto na frente, Eugénie Le Sommer tocou muito poucas vezes na bola.
"Estamos a ficar mais fortes. É natural que haja alguns erros, porque quando jogamos contra um adversário, por mais que pratiquemos certas coisas nos treinos, é diferente. É por isso que estamos a jogar este tipo de partida", analisou a capitã Wendie Renard.
Diante de um bloco compacto e alto, as francesas tiveram dificuldades para construir e faltou intensidade, para irritação de Hervé Renard. As francesas até poderiam ter ficado em desvantagem se o golo das irlandesas não tivesse sido anulado por fora de jogo."Mais intensidade" e "mexam-se", repetiu o treinador várias vezes do banco durante os primeiros 40 minutos.
Bis de Lakrar
A defesa do Montpellier, Maëlle Lakrar, de 23 anos, marcou o seu primeiro golo na sua terceira partida pela seleção gaulesa, após uma das primeiras entradas da França na área adversária (45+1'). Dois minutos mais tarde, Eugénie Le Sommer, que até então tinha estado desaparecida do jogo, marcou o seu 89º golo pela França após uma bela jogada de equipa (45+3').
Na segunda parte, a França e Lakrar mantiveram o ritmo, com o vento a seu favor. A defesa do Montpellier cabeceou um canto bem cobrado por Kenza Dali para fazer o 3-0 final.
Henry fora e de cara fechada
Foi a terceira vitória de Renard em três jogos, depois de duas atuações em abril, contra o atual campeão olímpico Canadá (2-1) e a Colômbia (5-2).
O lado negro veio do banco: Amandine Henry, de volta após dois anos de ausência, apresentou algumas queixas físicas. Uma fonte próxima da seleção disse à AFP na quinta-feira que não estava "muito otimista" quanto à participação da antiga capitã no Campeonato do Mundo. Com a cara fechada no banco de suplentes durante o aquecimento, Henry deverá ser submetido a exames esta sexta-feira em Paris.
De regresso após uma lesão na clavícula, Kadidiatou Diani, que não jogava há três meses, esteve em bom ritmo durante a sua hora de jogo, mas sem a sua habitual aceleração. Já Amel Majri, que sentiu dores no joelho nas últimas duas semanas após uma cirurgia no ano passado, entrou em campo no final da partida (84'), assim como a central Elisa De Almeida (61º), que sofre de uma distensão no adutor.
No seu caderno de apontamentos, Hervé Renard certamente anotou uma série de observações a serem analisadas nas próximas duas semanas. A análise será crucial, já que a França embarca para a Austrália no sábado, onde irá defrontar o país anfitrião em um particular no dia 14 de julho em Melbourne. A estreia no Campeonato do Mundo está marcada para 23 de julho, em Sydney.