No seu sexto Mundial, é a primeira vez que Marta não chega como titular absoluta do Brasil. Nas últimas quatro partidas pela seleção canarinha, a Rainha entrou na segunda parte, como suplente utilizada. Nos jogos particulares de preparação, na Austrália, foi poupada.
Além de ser a maior goleadora da história dos Mundiais, Marta tem uma Bola de Ouro e uma Bota de Ouro, ambas conquistadas em 2007. Naquele ano, a camisola 10 conduziu o Brasil ao vice-campeonato do Mundo. Com seis Mundiais no currículo, a Rainha ficará atrás apenas de Formiga (7).
Como chegará Marta ao Mundial?
A craque brasileira joga no Orlando Pride, dos Estados Unidos, desde 2017. Esta temporada, Marta atuou em 11 dos 15 jogos da equipa na NWSL (a liga local), com dois golos e uma assistência. Foram 10 partidas como titular. Entre as 12 equipas do campeonato, o Pride está no 8.º lugar da classificação.
Marta está a jogar como extremo direito na equipa americana. Tem a companhia da brasileira Adriana, que deve ser titular no Mundial. Pela seleção brasileira, a Rainha tende a jogar na dupla de ataque, ao lado de uma ponta de lança.
No ano passado, Marta perdeu quase toda a NWSL devido a uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. O problema físico tirou a craque da Copa América de 2022, vencida pelo Brasil. Ela também perdeu os jogos particulares após o torneio.
A Rainha retornou à seleção em fevereiro deste ano, na SheBelieves Cup. Nos três jogos, Marta entrou sempre na segunda parte. Em abril, uma lesão na coxa esquerda deixou a craque de fora da Finalíssima e do particular contra a Alemanha. A avançada voltou a vestir a camisola da seleção em julho, no particular com o Chile, novamente a partir do banco de suplentes.
Apesar das lesões recentes, os números em 2023 mostram que Marta tem condição física para aguentar um Mundial. Os particulares recentes da seleção brasileira, porém, indicam que Pia Sundhage vai gerir a participação da avançada. É claro que a Rainha não está mais no seu auge técnico. Ainda assim, agrega qualidade e experiência num plantel renovado.
Os números de Marta em Mundiais
- 20 jogos (4 em 2003, 6 em 2007, 4 em 2011, 3 em 2015 e 3 em 2019)
- 17 golos (3 em 2003, 7 em 2007, 4 em 2011, 1 em 2015 e 2 em 2019)
- 0,85 golos por jogo
- 12 jogos em que marcou
- 4 assistências (2 em 2007 e 2 em 2011)
- 1 Bola de Ouro (2007)
- 1 Bota de Ouro (2007)
Na edição da Austrália e da Nova Zelândia, Marta completa 20 anos de história em Mundiais. A craque brasileira chega à sua sexta edição.
Os grandes jogos
Estados Unidos 0x4 Brasil - Meia-final de 2007
Marta viveu o seu auge no segundo Mundial. A camisola 10 da seleção brasileira foi a melhor marcadora e melhor jogadora da competição na China, em 2007. A atuação histórica chegou na meia-final, contra os Estados Unidos. A Rainha enfileirou dribles e fez dois golaços. O segundo é, provavelmente, o mais marcante de sua carreira.
Brasil 2 (3) x (5) 2 Estados Unidos - Quartos de final de 2011
Pode parecer estranho incluir uma partida em que a seleção brasileira foi eliminada. Em 2011, porém, Marta fez o seu segundo grande Mundial e comandou um Brasil enfraquecido, quatro anos depois do vice-campeonato. No jogo da eliminação diante dos Estados Unidos, a craque sofreu e converteu um penálti, forçou o prolongamento e voltou a marcar no tempo extra. A seleção brasileira sofreu o golo do empate no último lance e perdeu nos penáltis.
Itália 0x1 Brasil - Fase de grupos de 2019
No seu quinto Mundial, Marta quebrou um recorde e foi decisiva mais uma vez. Contra a Itália, na última jornada da fase de grupos, a camisola 10 garantiu a vitória que colocou o Brasil nos oitavos de final. A Rainha tornou-se na melhor marcadora da história dos Mundiais, feminino e masculino, com 17 golos.