Prémios Flashscore: Sarina Wiegman é a Treinadora do Ano
A treinadora neerlandesa, de 54 anos, que se destaca pela sua enorme inteligência tática e ligação humana, reforçou em 2023 o seu estatuto de uma das melhores treinadoras da história do futebol jogado por mulheres, depois de conduzir Inglaterra à conquista da Finalíssima Feminina, em abril, graças a uma vitória frente ao Brasil, no desempate através das grandes penalidades, e ainda à final do Campeonato do Mundo, tendo aí perdido para a Espanha (1-0), num caminho marcado por muitas contrariedades e desafios.
Recorde-se que, para a competição que reuniu as melhores seleções do planeta na Austrália e Nova Zelândia, a Inglaterra de Wiegman teve de lidar com várias ausências de vulto ainda antes do arranque da prova (Leah Williamson, Fran Kirby e Beth Mead), enfrentando ainda um problema de Keira Walsh no joelho e a suspensão de Lauren James, estes já com o decorrer do Mundial, algo que, ainda assim, não a impediu de atingir a final e lutar com a poderosa Espanha até ao último suspiro.
Contas feitas, num ano de relativo sucesso, com sete vitórias em 12 partidas, ficou a faltar apenas a qualificação para os Jogos Olímpicos de 2024, uma vaga que perdeu de forma sofrível para os "seus" Países Baixos na última jornada da fase de grupos da Liga das Nações, em que até goleou a Escócia (0-6).
“Se eu poder contribuir e ajudar alguém a ter esse desenvolvimento no futebol, e principalmente enquanto pessoa, isso dá-me muita energia. É disso que gosto, ligar-me às pessoas, e quero desenvolver-me também. Tenho de estar sempre a desenvolver-me, porque o jogo está sempre a mudar e o mundo também está sempre a mudar, é obrigatório. Mas gosto de dar essa contribuição às pessoas, dá-me muita alegria, muita energia. E quando alcançamos resultados e vitórias a alegria é ainda maior, porque não gosto de perder. Mas também faz parte do jogo”, disse recentemente ao The Guardian.
Um nome para a história
Após a conquista histórica do Euro-2017 e da medalha de prata no Mundial-2019 ao leme da seleção dos Países Baixos, Wiegman assumiu o cargo de selecionadora de Inglatera em 2021 e não deixou os créditos por mãos alheias: ouro no Euro-2022, Finalíssima, finalista do Mundial-2023 e recordes de invencibilidade (30 vitórias consecutivas entre 2021 e 2023).
De destacar que a ex-professora de educação física, que enveredou pelo papel de treinadora em 2007, esteve nas últimas quatro finais dos dois maiores torneios a nível de seleções: Euro e Mundial. Aliás, foi a primeira vez que uma treinadora (masculino e feminino) conduziu duas seleções distintas à final de um Campeonato do Mundo. Histórico!
"A Sarina é uma treinadora muito especial e muito terra-a-terra. Uma treinadora que está preparada para tudo, para o que imaginares que possa acontecer num jogo ela tem a solução. Ela é tão focada, e dedica a maior parte do tempo a pensar em futebol, não quer que nada seja uma surpresa. Se o plano A não está a funcionar, ela e Veurink (adjunto) sempre tiveram um plano B e C", referiu a antiga campeã europeia Anouk Dekker, em declarações ao Flashscore, por altura da final do Mundial 2023.
"Ela mantém uma boa relação com as jogadoras porque é muito clara ao dizer aquilo que espera de nós em termos individuais e coletivo. Poucos treinadores são tão diretos e claros. Fala sempre com muito respeito quando explica as suas decisões técnicas e táticas, dando a devida atenção a cada uma. Não é daquelas treinadoras que cria um grande fosso na ligação entre treinadora e jogadoras", acrescentou a central neerlandesa.