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Reportagem: Desigualdade de género, renúncias e escândalo sexual, as polémicas pré-Mundial

Rodrigo Coimbra
Canadá lutou contra a desigualdade promovida pela Federação
Canadá lutou contra a desigualdade promovida pela FederaçãoReuters
Conflitos entre jogadoras e selecionadores, acusações de assédio sexual, greves laborais por desigualdade de género nas federações, falta de campos para treinar e ainda a braçadeira da discórdia 'One Love'. O Campeonato do Mundo Feminino ainda nem sequer começou, mas já fez correr muita tinta um pouco por todo o Mundo nos últimos meses, nem sempre pelas melhores razões.

O entusiasmo em torno do Campeonato do Mundo Feminino, que decorre entre 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e Nova Zelândia, cresce à medida que os dias vão passando e o pontapé de saída Stadium Australia, em Sydney, se aproxima. A prova mais evidente desse interesse é que há muito foi anunciada a lotação esgotada (80 mil) para o encontro entre Austrália e Irlanda.

E se o público mostra interesse, as altas instâncias do futebol mundial - clubes, organizações e federações - reúnem as condições necessárias para novos e mais vantajosos acordos com os patrocinadores. Uma das notas mais positivas é que a FIFA aumentou para 143 milhões de euros os prémios e compensações da competição, triplicando o valor atribuído na última edição do Mundial, em 2019. Por exemplo, cada jogadora presente no Mundial vai receber, pelo menos, 28 mil euros.

Este sinal de crescimento vem impulsionado pela onda dos fenómenos mais recentes nos principais campeonatos europeus - o Barcelona bateu recordes de assistência (mais de 90 mil em Camp Nou), o Wolfsburgo (Alemanha), o Arsenal (Inglaterra) e até mesmo os rivais Benfica e Sporting (Portugal), registaram números outrora impensáveis para a modalidade. O Europeu de 2022 também teve a sua importância.

O futebol jogado por mulheres tem sido mais visto, seja no estádio ou nas transmissões via streaming (milhões acompanharam os jogos da última edição da Liga dos Campeões através do youtube da DAZN, plataforma que providenciou o relato das partidas em vários idiomas), tem sido também mais comentado e tudo isso tem contribuído para que a modalidade ganhasse a força necessária para travar várias lutas, entre elas a luta pela igualdade de género no seio das federações.

O exemplo dos Estados Unidos

A seleção feminina norte-americana deixou um traço indelével naquela que sempre foi uma das suas principais batalhas: igualdade salarial entre homens e mulheres nos Estados Unidos. Nomes como Megan Rapinoe, Alex Morgan e Carli Lloyd, referências em todo o Mundo, aproveitaram o seu mediatismo para iniciarem uma batalha judicial contra a própria federação.

Em 2019, as jogadoras que lutavam pela revalidação do título mundial alegaram que a US Soccer "fracassou em promover a igualdade de género" e afirmaram que os funcionários da federação "chegaram a alegar que 'as realidades do mercado são tais que as mulheres não merecem ser pagas da mesma forma que os homens'".

Megan Rapinoe, símbolo da luta norte-americana
Megan Rapinoe, símbolo da luta norte-americanaAFP

"Sentimos a responsabilidade não apenas de defender o que sabemos que merecemos como atletas, mas também pelo que sabemos que é certo - em nome das nossas companheiras de equipa, futuras colegas de equipa, atletas do sexo feminino e mulheres em todo o mundo", disse a futebolista Rapinoe, ela que anunciou recentemente a sua retirada após o Mundial.

Vitória! A 18 de maio de 2022, a Federação de Futebol dos Estados Unidos anunciou ter chegado a um acordo "histórico" com as associações de jogadores das suas seleções, que formaliza a igualdade salarial entre a feminina e a masculina: "Os dois acordos coletivos, que vigorarão até 2028, permitem alcançar salários iguais em condições económicas idênticas".

Um exemplo para as demais seleções femininas que perceberam que é possível ter voz e com ela mudar mentalidades. Quatro anos após esse marco de mudança para os Estados Unidos, há ainda quem trave as mesmas batalhas e/ou outras lutas igualmente importantes. O Flashscore reuniu algumas polémicas que assombraram o Campeonato do Mundo Feminino de 2023.

'Broadcasting': ameaças de Infantino e acordo

A dois meses do arranque do Mundial, a FIFA ainda não tinha fechado grande parte da transmissão dos direitos televisivos. O presidente Gianni Infantino chegou mesmo a deixar duras ameaças aos principais países da Europa: "É nossa obrigação moral e legal não subestimar o Mundial feminino de futebol. Se as ofertas continuarem a não ser justas, seremos forçados a não transmitir a competição para os países europeus das "big five" (as cinco principais ligas)".

Apesar do Campeonato do Mundo feminino ter cerca de metade da audiência do Mundial masculino, as ofertas dos principais países europeus eram 10 a 100 vezes inferiores, segundo Gianni Infantino.

Infantino ameaçou as emissoras
Infantino ameaçou as emissorasAFP

"Os canais, sobretudo os públicos, deviam por em prática o que dizem, pois criticam com razão as organizações do futebol por não remunerarem as mulheres e os homens da mesma forma. Na FIFA demos o primeiro passo, aumentando de forma significativa o prémio monetário", lembrou o dirigente.

Por seu lado, as emissoras apontavam para a diferença horária e apontavam o dedo ao organismo por falhar na programação do evento. Ainda assim, a um mês do primeiro apito na Austrália, houve acordo para que a competição fosse transmitida em sinal aberto em 34 países europeus, incluindo as cinco maiores nações futebolísticas.

"O Mundial feminino é um dos eventos desportivos mais emocionantes e de crescimento mais rápido. Estamos comprometidos em trabalhar lado a lado com a FIFA para garantir que o futebol feminino seja apreciado pelo maior número possível de pessoas em todo o continente", considerou Noel Curran, o diretor-geral da European Broadcasting Union (EBU).

Jogadoras canadianas protestaram antes do jogo contra os EUA na SheBelieves, em Orlando
Jogadoras canadianas protestaram antes do jogo contra os EUA na SheBelieves, em OrlandoReuters

O roxo do protesto canadiano

Em fevereiro, Christine Sinclair, capitã da seleção feminina, anunciou que a equipa iria fazer greve, em protesto devido a "cortes de financiamento", "falta de transparência" ou "falta de igualdade de pagamento". A decisão foi prontamente apoiada pela equipa masculina, no entanto a greve viria a ser desmarcada pela ameaça da Federação em avançar para os tribunais.

As campeãs olímpicas em título não se resignaram e participaram na SheBelieves, competição nos EUA envolvendo os dois países da América do Norte, o Brasil e o Japão, em "protesto" contra a Federação. Em Orlando, as jogadoras do Canadá vestiram camisolas roxas com a frase "enough is enough" ("já chega"), numa iniciativa apoiada pelas adversárias - canadianas e norte-americanas abraçaram-se no centro do relvado.

EUA apoiou Canadá na luta pela igualdade
EUA apoiou Canadá na luta pela igualdadeReuters

"As colegas do Canadá estão a enfrentar a mesma misóginia perversa e tratamento desigual que nós enfrentámos no passado", podia ler-se no comunicado da Associação de Jogadoras dos EUA.

Em junho de 2022, recorde-se, já os jogadores da seleção masculina tinham recusado jogar contra o Panamá num protesto em defesa da luta por melhores condições para a equipa feminina.

A tensão associada à maior visibilidade do protesto conduziu à saída de Nick Bontis no final de fevereiro, até então o presidente da Federação Canadiana de Futebol, que deixou o cargo após os presidentes das 13 associações do país terem exigido a sua saída.

Poucos dias depois, a federação canadiana anunciou um princípio de acordo com a equipa feminina: «Trata-se de respeito, de dignidade e de nivelar os aspetos competitivos num mundo que é substancialmente desigual», comentou Earl Cochrane, secretário-geral da Federação, referindo ainda que o acordo prevê bónus por jogo e desempenho.

A renúncia e o regresso de Wendie Renard

Wendie Renard é uma das jogadoras mais marcantes da história do futebol francês. 16 Ligas francesas, nove Taças de França e oito Ligas dos Campeões, num total de 33 títulos conquistados. Uma figura respeitada e que em fevereiro abalou a estrutura da seleção gaulesa.

Wendie Renard ganhou batalha contra Corinne Diacre
Wendie Renard ganhou batalha contra Corinne DiacreAFP

A central de 32 anos, até então capitã de França, anunciou a sua retirada da seleção a 24 de fevereiro, em claro conflito com a selecionadora Corinne Diacre"Amo a França mais do que tudo, não sou perfeita, longe disso, mas não posso mais apoiar o sistema atual que está longe dos requisitos exigidos pelo nível mais alto. É um dia triste, mas é necessário preservar a minha saúde mental".

Logo após a defesa do Lyon, também Marie-Antoinette Katoto e Kadidiatou Diani, ambas avançadas do Paris Saint-Germain, seguiram pelo mesmo caminho. Em resposta às jogadoras, a Federação Francesa de Futebol (FFF) disse ter “tomado nota” das “declarações” do trio, “lembrando que nenhuma individualidade está acima da instituição que é a seleção”.

Diacre alegou que estava em curso uma "campanha de destabilização" contra si e reiterou a intenção de comandar Les Bleus no Mundial. No entanto, a mudança na presidência da FFF - Philippe Diallo assumiu o lugar de Noël Le Graët, que saiu após ter sido acusado de assédio sexual e psicológico a uma empresária de jogadoras - resultou na sua demissão.

A menos de quatro meses do Mundial, Hervé Renard, experiente treinador francês, foi o nome escolhido para assumir os destinos da seleção e com ele regressou Wendie Renard e todas as restantes que se tinham manifestado contra a gestão de Diacre.

Espanha e a famosa lista das 15

Depois de uma prestação aquém do esperado no Europeu de Inglaterra, em 2022, a tensão aumentou no seio da seleção espanhola. As capitãs Irene Paredes, Patri Guijarro, Jenni Hermoso e Alexia Putellas terão questionado o modelo de gestão da equipa técnica liderada por Jorge Vilda: "Precisamos maximizar o desempenho de uma geração que não vê os sucessos alcançados nos clubes refletidos na seleção", citou o jornal Marca.

As jogadoras entenderam que os treinos eram "monótonos e repetitivos", com pouca "exigência e baixa qualidade" e que existia uma clara distinção entre titulares e suplentes. As atletas alegaram ainda a má gestão na sobrecarga de minutos, resultando em posteriores lesões.

Esta intervenção foi comunicada ao selecionador Jorge Vilda que manteve a sua posição e deixou bem claro que a sua intenção seria cumprir o seu contrato na íntegra, até 2024. 

Irene Paredes negou que tenha existido da parte das jogadoras uma exigêndia de um pedido de demissão do treinador que também veio a público comentar o caso: "Quero começar por referir o sentimento que tenho de deceção e que me sinto profundamente magoado com esta situação, principalmente pela forma como decorreu".

Porém, a bomba rebentou em setembro: 15 internacionais espanholas afastaram-se da seleção. Irene Paredes e Alexia Putelllas, duas das capitãs, bem como de todas as jogadoras do Real Madrid, não integraram esse lote. Sucintamente, o comunicado da RFEF confirma que as 15 atletas alegaram falta de «condições emocionais» para continuarem a trabalhar às ordens do selecionador Jorge Vilda.

Mapi León mostrou-se intransigente e vai falhar Mundial
Mapi León mostrou-se intransigente e vai falhar MundialAFP

A RFEF e o selecionador mostraram-se irredutíveis e as posições extremaram, mas houve uma lenta reaproximação de algumas jogadoras - 12 mostraram disponibilidade para voltar na antecâmara do Mundial. Já Mapi León, por exemplo, foi taxativa: "Não contem comigo para o Mundial. Aquilo que mais me entristece é que vou ter mesmo de perder algo em que merecia estar e em que podia dar o meu contributo. É uma pena".

Além de Mapi, Sandra Paños, Patri Guijarro e Claudia Pina são baixas de vulto na lista final de Espanha para o Mundial-2023.

Escândalo sexual na Zâmbia

A menos de duas semanas do início do Campeonato do Mundo, a seleção feminina da Zâmbia foi tema pelas piores razões. O selecionador Bruce Mwape está a ser investigado por... dormir com as jogadoras. A informação foi tornada pública pelo 'The Guardian'.

Em declarações ao jornal inglês uma jogadora - que optou por não revelar a identidade -, afirmou que essa conduta "é normal" no seio da equipa: "Se ele (Mwape) quiser dormir com alguém, tens que dizer sim. É normal que o treinador durma com as jogadoras da nossa equipa".

Bruce Mwape acusado de conduta sexual inapropriada
Bruce Mwape acusado de conduta sexual inapropriadaAFP

Segundo a mesma fonte, alguém próximo da seleção revelou que as jogadoras estão a ser ameaçadas por Mwape: "Estão a ser ameaçadas com ações punitivas se se atreverem a dizer alguma coisa. A federação faz vista grossa porque elas têm tido bons resultados. É a forma de mostrarem ao público e às autoridades o êxito e a boa imagem. Mas por trás o cenário é muito feio".

Adrian Kashala, secretário geral da federação da Zâmbia, emitiu um comunicado a falar do tema: "Embora não tenhamos registo de qualquer queixa oficial sobre as acusações, consideramos que são muito graves e iniciámos uma investigação sobre o assunto", explicou.

Os últimos jogos da Zâmbia
Os últimos jogos da ZâmbiaFlashscore

"Não tenho nada a ver com isso. Essas alegações foram feitas há um ano e são falsas. Ainda continuam a falar sobre o tema... É falso", limitou-se a defender Mwape.

A FIFA também abriu um processo de inquérito junto da federação zambiana. Refira-se que a Zâmbia integra o Grupo C do Mundial, juntamente com a Costa Rica, o Japão e a Espanha.

E ainda Banda...

Além da questão com o selecionador, também houve dúvidas quanto à participação da avançada Barbra Banda, uma vez que não participou na Taça das Nações Africanas por ter excedido os níveis habituais de testosterona para as mulheres.

Banda é uma das principais armas da Zâmbia
Banda é uma das principais armas da ZâmbiaReuters

A avançada é um dos principais trunfos da seleção zambiana e a sua presença dá alguma esperança na tentativa de deixar a sua marca na competição. Em 2022, a jogadora esteve para assinar pelo Real Madrid, mas alguns testes travaram o negócio.

África do Sul foi a jogo com uma jogadora de 13 anos

Num dos últimos encontros de preparação para o Mundial, a seleção sul-africana promoveu um boicote. Assim, a Federação Sul-Africana de Futebol (SAFA) viu-se forçada a apresentar uma equipa nacional 'sombra', que incluía uma jovem de 13 anos.

Na origem desta decisão está o facto das jogadoras acusarem a SAFA de não distribuir os prémios individuais (28 mil euros a cada jogadora) pagos pela FIFA pela presença no Campeonato do Mundo. Além do desacordo de verbas, as jogadoras também protestaram contra as condições do Estádio Tsakane, localizado a 50 quilómetros de Joanesburgo, palco do particular com o Botswana (0-5).

África do Sul venceu a Taça das Nações Africanas
África do Sul venceu a Taça das Nações AfricanasAFP

À imprensa local, um dirigente da federação, que não foi identificado, criticou o compartamento das jogadoras e chamou as atletas convocadas pela técnica Desiree Ellis de "mercenárias" e "traidoras"

Alguns dias após esse episódio inusitado, a SAFA anunciou que tinha chegado a acordo com as jogadoras após uma doação da Fundação Motsepe, que se concentra na juventude, nas mulheres e em outros grupos vulneráveis em toda a África.

"Fiz o apelo para que a SAFA e a SAFPU se reunissem para resolver urgentemente as preocupações levantadas pelas Banyana Banyana, que tanto inspiram o país. A Fundação Motsepe também foi contactada, e estou entusiasmado com a contribuição que deram. As Banyana Banyana podem agora concentrar-se totalmente no Campeonato do Mundo Feminino da FIFA, sabendo que as suas preocupações imediatas foram resolvidas", disse Zizi Kodwa, ministro do desporto da África do Sul.

Jogos de África do Sul na fase de grupos do Mundial
Jogos de África do Sul na fase de grupos do MundialFlashscore

A desorganização da federação da Jamaica

A meio de junho, as internacionais jamaicanas expressaram a sua "maior deceção" com a falta de apoio da Federação Jamaicana de Futebol (JFF) antes da segunda participação consecutiva no Campeonato do Mundo.

As Reggae Girlz afirmaram que a sua concentração foi prejudicada por uma série de questões, como o planeamento inadequado que as impediu de realizarem vários encontros de preparação em datas FIFA tendo em vista a participação no certame na Austrália e Nova Zelândia.

"A qualificação para um segundo Campeonato do Mundo é algo que a maioria nunca imaginou ou pensou ser possível para a nossa seleção. Numa altura em que devíamos estar concentradas apenas na preparação para competir no maior palco do mundo, somos infelizmente obrigadas a expressar a nossa maior desilusão com a Federação de Futebol da Jamaica", escreveram as jogadoras numa carta aberta publicada nas redes sociais.

"Em várias ocasiões, reunimo-nos com a federação para abordar respeitosamente as preocupações resultantes de um planeamento, transporte, alojamento, condições de treino, compensação, comunicação, nutrição e acessibilidade a recursos adequados que não são de qualidade. Também nos apresentámos repetidamente sem receber a compensação contratualmente acordada", prosseguiu a missiva que terminou com a promessa das jogadoras em representarem a seleção "da melhor forma" no Mundial.

Entretanto, o presidente da JFF, Michael Ricketts, disse que a entidade governamental estava a lutar para encontrar o dinheiro para financiar a campanha do Campeonato do Mundo.

Braçadeira "One Love" (novamente) probida

A FIFA lançou uma campanha sobre igualdade de género, inclusão e paz para o Mundial Feminino - as capitãs vão poder escolher entre oito braçadeiras diferentes, que destacam causas sociais que as equipas podem defender no torneio, mas a braçadeira "One Love" de apoio os direitos da comunidade LGBTQIA+ não está entre elas e as jogadoras vão ser castigadas se a usarem.

"Já o esperávamos, no Campeonato do Mundo masculino, no Campeonato do Mundo feminino... para ser sincera, não esperava que a mudassem (a regra)", afirmou Samantha Kerr, capitã da seleção australiana, uma defensora de longa data dos direitos LGBTQIA+.

Braçadeira
Braçadeira Reuters

No ano passado, os capitães de vários países europeus, incluindo a Inglaterra e a Alemanha, quiseram usá-la no Campeonato do Mundo masculino, num protesto simbólico contra as leis do Catar, onde a homossexualidade é ilegal.

No entanto, abandonaram a ideia depois de terem sido ameaçados com sanções desportivas - incluindo a exibição de um cartão amarelo - poucos dias antes do início do torneio.

"Não vale a pena correr o risco de pôr a equipa em risco, de pôr o torneio em risco, de pôr tudo em risco. Haverá várias oportunidades em que poderei usar a minha voz para fazer essas coisas. Temos de cumprir as regras que nos são dadas, de facto", acrescentou Kerr.

O Campeonato do Mundo Feminino decorre de 20 de julho a 20 de agosto na Austrália e Nova Zelândia. Oito das 32 seleções presentes na prova vão disputar o seu primeiro Mundial -  Zâmbia, Haiti, Irlanda, Marrocos, Filipinas, Portugal, Panamá e Vietname,