Seleção feminina de futebol com teste duro na preparação inédita para o Mundial
Acompanhe as principais incidências da partida
A caminhada foi dura, mas muito saborosa para a equipa liderada há praticamente 10 anos pelo mesmo homem, Francisco Neto, treinador natural de Mortágua.
Portugal teve de ultrapassar 13 'batalhas' para conseguir reservar um lugar no Mundial-2023, uma presença inédita na história da equipa das quinas, numa caminhada que teve de tudo: muito suor, muitas lágrimas e uma alma enorme. Só com a conjugação de tudo isto foi possível ultrapassar a qualificação europeia, play-off continental e ainda um play-off intercontinental, contra os Camarões (2-1), para atingir o teu desejado passaporte.
No livro de registos deste Campeonato do Mundo estará, para já, o nome de Portugal como tendo sido a equipa que mais jogos realizou durante a qualificação de entre as 32 finalistas da maior prova mundial ao nível de seleções. Um marco assinalável.
"Alguns nervos, mas acima de tudo muitas emoções e felicidade imensa, a distribuir pelos portugueses, clubes e staffs que colaboram com estas jogadoras e pela estrutura toda da FPF. Esta direção teve a ousadia, se me permitem, de colocar Portugal no Mundial e no Euro. Conseguimos concretizar esse desejo e orgulha-nos muito", disse Francisco Neto, após confirmar o apuramento.
Antes do embarque para a Nova Zelândia, país que vai receber Portugal durante a fase de grupos, onde a seleção portuguesa irá defrontar Estados Unidos, Países Baixos e Vietname no Grupo E, há dois testes para aferir o nível de preparação e confiança para a prova: Inglaterra (1 de julho) e Ucrânia (7 de julho)
Primeiro, este sábado, em Milton Keynes, contra as campeãs europeias em título, uma seleção que ainda não perdeu qualquer jogo oficial sob a liderança de Sarina Wiegman, bicampeã europeia (Países Baixos, em 2017, e Inglaterra, em 2022). E com a promessa de um ambiente fantástico: lotação esgotada (30 mil)!
"Portugal é uma equipa técnica, que gosta de ter a bola, mas, ao mesmo tempo, não tem medo de arriscar. Tem jogadoras que podem fazer coisas inesperadas. Tem um estilo de jogo que ainda não defrontámos e isso vai ser importante para nós”, afirmou Sarina Wiegman, na antevisão ao encontro.
Um desafio exigente para Portugal, 21ª do ranking FIFA, que pode experimentar uma nova nuance tática frente à seleção britânica. Do modelo híbrido 4-4-2 (ajustado algumas vezes para 4-3-3), o selecionador português pode passar para um 3-4-3, com um falso nove na frente.
O novo desenho tem sido testado por Francisco Neto nas duas últimas semanas de trabalho na Cidade do Futebol, casa das seleções nacionais, onde a equipa feminina tem estado a preparar a participação no Campeonato do Mundo.
No outro lado, pese algumas ausências de vulto - Leah Williamson e Beth Mead não entram nas opções devido a lesão -, Sarina Wiegman conta com um plantel de luxo que vai certamente causar dificuldades à seleção portuguesa. E o histórico de confrontos é totalmente favorável a Inglaterra: sete vitórias e dois empates em nove partidas