A importância de Miedema para o seu país não pode ser subestimada. A avançada do Arsenal tem 95 golos em 115 partidas pela seleção e marcou oito vezes em sete jogos durante as eliminatórias para o próximo torneio. Por isso, foi um desastre quando uma ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) em dezembro a deixou de fora da competição.
Uma das principais prioridades do técnico Andries Jonker foi encontrar a melhor substituta possível para ela, e a busca levou-o a Beerensteyn.
Muitos pensavam que Fenna Kalma, do FC Twente, que marcou 30 golos em 20 jogos da Eredivisie na época passada, seria a escolhida para ocupar o lugar de Miedema, mas ela nem sequer chegou a fazer parte da lista final de convocadas para o Campeonato do Mundo. Isso deve-se, em parte, ao facto de não ter conseguido impressionar nas poucas internacionalizações que disputou no período que antecedeu este verão, ao contrário de... Beerensteyn.
Além de ter marcado 11 golos em 21 jogos da Serie A na sua primeira temporada em Itália, a avançada da Juventus marcou cinco golos nos últimos seis jogos pelo seu país, tendo um bom desempenho na frente apesar de ser uma extrema por natureza.
Beerensteyn não é de forma alguma uma finalizadora de classe mundial, perdendo a sua quota-parte de oportunidades, mas a sua velocidade e movimentação garantem que ela crie ocasiões de golo em abundância, tanto para ela como para as companheiras de equipa.
Talvez não seja suficientemente completa para ser a única avançada da equipa ao mais alto nível, mas o seu treinador teve isso em conta, mudando de um 4-3-3 para um sistema 3-5-2 que lhe assenta na perfeição.
Nesse sistema, ela tem a liberdade de se deslocar para espaços onde se sente mais confortável. Além disso, com a ex-Jogadora do Ano da FIFA Lieke Martens, que está a tentar voltar ao seu melhor nível, ela pode concentrar-se principalmente em ficar no alto do campo e usar a sua velocidade para se infiltrar atrás da defesa adversária.
Foi assim que ela marcou um golo no particular contra a Bélgica no início do mês. Esperando fora da área, ela cabeceou uma bola longa para Martens antes de recuperá-la e chutar no canto direito.
Na mesma partida, ela também cobrou dois penáltis para a sua seleção e foi uma das maiores ameaças em campo durante todo o tempo, desempenhando um papel que parecia feito à sua medida.
Beerensteyn seria provavelmente a primeira a admitir que não podia substituir sozinha uma jogadora tão boa como Miedema, mas com Martens ao seu lado, numa dupla de ataque que assume a responsabilidade pela criação, ela poderia muito bem preencher o papel de goleadora que Miedema tem desempenhado na última década.
Se ela conseguir e as duas desenvolverem uma parceria forte, os Países Baixos podem muito bem assumir uma candidatura maior na Austrália e na Nova Zelândia do que a inicialmente esperada.
Neste momento, poucos são os que pensam que os campeões do Euro-2017 têm grandes hipóteses de chegar à sua segunda final consecutiva do Campeonato do Mundo, mas não os descartem já.
