O Peru e a calculadora: futuro da seleção está em jogo contra o Chile
Em termos estatísticos, a jornada dupla de outubro foi a melhor do Peru nesta fase de qualificação: três pontos em seis possíveis. Nas oito jornadas anteriores, os peruanos haviam conseguido apenas três pontos por partida. A vitória em casa contra o Uruguai parecia ter levantado o ânimo de uma seleção que, pela primeira vez em quase dois anos, começava a ter esperança no futuro. No entanto, foi o Brasil que se encarregou de destruir tudo: uma goleada de 4-0.
Agora, em penúltimo lugar com seis pontos, apenas um passo acima do Chile, somos obrigados - mais uma vez - a pegar no lápis e papel para fazer as contas: de quantos milagres a seleção peruana precisa, a oito jornadas do fim, para pelo menos estar na luta pela repescagem e porque é que, dos dois jogos que faltam para 2024, o mínimo que tem de conquistar são três pontos?
Calculadora na mão: o que é melhor para o Peru
A matemática, dizem os especialistas, não tem sentimento e não há argumentos que a superem. Quando as expectativas dos adeptos haviam caído por terra após tantas más atuações, a seleção de Jorge Fossati surpreendeu e reconquistou o coração de mais de 30 milhões de peruanos: 1-0 contra o Uruguai de Marcelo Bielsa. Uma vitória que, além do óbvio, foi comemorada porque tirou a seleção do coma e a fez subir, ainda que por um degrau, na tabela de classificação.
No entanto, e aqui está o problema, os resultados - assim como nos dois últimos jogos - não ajudaram em nada, mas sim complicaram a equipa vermelha e branca no novo dia. A vitória da Bolívia sobre a Colômbia, o empate da Venezuela com a Argentina e o ponto do Paraguai contra o Equador prejudicaram a equipa peruana.
Na décima jornada, o Peru visitou o Brasil com argumentos sólidos para pensar em conquistar pelo menos um ponto. Mas não foi o que aconteceu. Como esperado, a derrota era o resultado mais provável. O fator que não havia sido contemplado era a ausência de cartões amarelos. Gallese será a grande baixa contra o Chile, em novembro, devido ao cartão amarelo. O mesmo acontecerá com Reyna. O outro problema é a diferença de golos: um resultado 4-0 dói, mas também prejudica na hora de lutar por uma vaga na diferença de golos.
Nos demais jogos do dia, os resultados foram favoráveis. A Colômbia goleou o Chile por 4-0 e manteve a equipa de Gareca no último lugar. O Paraguai, por sua vez, venceu a Venezuela por 2-1. No outro resultado importante, a Argentina venceu a Bolívia.
O resultado que torna a situação desconfortável é a vitória paraguaia. O triunfo faz com que o oitavo classificado fique a cinco pontos e não a quatro, como era esperado.
Data chave para o Peru
Em novembro, a seleção peruana terá dois jogos decisivos: nas jornadas 11 e 12 das eliminatórias, o Bicolor recebe o Chile em Lima e depois encerra o ano na Argentina. O jogo decisivo será contra a seleção de Ricardo Gareca. Uma vitória significaria diminuir a distância para o grupo que luta pela repescagem e também significaria que o Chile ficaria enterrado na última posição com cinco pontos, quatro atrás do Peru.
Um empate não é um bom resultado. Em primeiro lugar, porque daria vida ao Chile e, em segundo, porque a distância entre os primeiros ficaria muito grande, dependendo de resultados improváveis, como vitórias fora de casa. Para que uma suposta vitória sobre o Chile seja ampliada, são necessários alguns resultados no restante da 11.ª jornada.
A Venezuela precisa de perder em casa com o Brasil e permanecer com 11 pontos. Além disso, o Equador precisa de vencer a Bolívia em Quito, o que também o deixaria com 12 pontos. Finalmente, o Paraguai, em casa, tem de perder (idealmente) ou empatar com a Argentina.