Sarkozy ligado a caso de corrupção na atribuição do Mundial-2022 ao Catar
Além de Nicolas Sarkozy, a associação Anticor considera que Claude Guéant, François de la Brosse e o ex-primeiro-ministro do Catar, Hamad Ben Jasem al Thani, são suspeitos de tráfico de influências, corrupção de agentes públicos estrangeiros, associação criminosa, financiamento ilegal de campanha eleitoral e ocultação desse mesmo delito.
A associação baseia-se num artigo da Mediapart sobre a livre colaboração de La Brosse na campanha presidencial de Sarkozy, em 2007, enquanto assessor de comunicação na Presidência francesa.
Em 2011, os problemas financeiros da sua empresa ZNZ, que avaliou os benefícios não faturados em quase 2,8 milhões de euros, levou La Brosse a contactar e pedir auxílio a Sarkozy e Guéantv .
Segundo a Mediapart, a ZNZ e a empresa qatari Q.Media teriam assinado um protocolo em 2011 para criar um canal de televisão na interner, o Enjoy Qatar, num negócio que levaria a Q.Media a pagar 600 mil euros à empresa francesa.
Nesse processo, consultado pela AFP, a Anticor fala ainda de outras faturas e de uma participação da Q.Media na ZNZ.
A Anticor quer agora que essa informação seja incluída na investigação aberta sobre as condições da concessão, em dezembro de 2010, do Mundial-2022 ao Catar.
Neste caso, iniciado em 2019, os investigadores procuram determinar se a atribuição do Mundial ao Catar estará ligada a um almoço no Palácio do Eliseu, em 2010, e que contou com a presença de todos os nomes acima citados.
Este evento juntou Sarkozy, Michel Platini, então presidente da UEFA, e ainda o príncipe herdeiro do Catar, Tamin ben Hamad al Thani, que viria a tornar-se emir em 2013.
O advogado da Anticor, Jean-Baptiste Soufron, destacou as "possíveis ligações com a atribuição da Campeonato do Mundo ao Catar" com a "campanha presidencial" que levou à vitória de Sarkozy em França, em 2007.