"Temos o maior respeito pela Bolívia. Eles estão a ir bem, a vencer com frequência. Não podemos estar confiantes em hipótese alguma. Temos de estar preparados para que eles tenham a bola em algum momento ou saiam no contra-ataque", disse Scaloni antes da partida em Buenos Aires.
"Pensamos além de quem está na nossa frente. Estudámos as suas armas e temos de estar atentos, porque é um adversário a ter em conta", acrescentou o treinador.
Depois de uma derrota por 2-1 com a Colômbia e de um empate 1-1 com a Venezuela, a Argentina, líder da caminhada sul-americana para o Mundial-2026, vai tentar regressar às vitórias na terça-feira, quando receber a Bolívia no Monumental, revigorada por três vitórias consecutivas que permitiram à equipa de Óscar Villegas entrar pela primeira vez na zona de qualificação direta.
"As eliminatórias sul-americanas são muito difíceis. Antes da convocatória, dissemos que toda a gente ia querer ganhar-nos e isso é normal. Sempre foi assim, mas foi ampliado, na melhor das hipóteses", disse.
"Temos de saber que isso vai continuar a acontecer e aprender que há coisas que acontecem, como as reações (que Dibu Martínez teve na Colômbia), que temos de parar, porque senão privamo-nos de jogadores que poderíamos ter", disse o treinador, referindo-se à suspensão de dois jogos do guarda-redes do Aston Villa, punida pela FIFA.
Para esta série de outubro, Scaloni sofreu várias ausências de última hora e, nesse sentido, admitiu dificuldades: "Foi uma convocatória difícil, não pudemos contar com alguns jogadores. Mas não nos estamos a queixar, estamos bem e estamos a lidar com as situações".
Uma bola de ouro para Lautaro
O técnico disse ainda que a viagem à Venezuela foi muito complicada, devido aos problemas de deslocação a Maturin, entre questões diplomáticas e a passagem do furacão Milton perto de Miami, onde a equipa campeã do mundo estava concentrada.
"Todos viram como foi o jogo e as condições em que foi disputado. A viagem de regresso foi bastante cansativa (...). Só ontem (domingo) pudemos fazer alguma coisa com todos os jogadores e hoje (segunda-feira) teremos o último treino para definir a equipa", disse.
Contra a Venezuela, Julian Alvarez foi o único avançado da equipa titular, mas Scaloni não exclui a hipótese de acrescentar Lautaro Martinez, e explicou que "há a possibilidade de jogarem juntos e também de jogarem só com um avançado. Em 2019, Kun (Agüero), Lautaro e Leo (Messi) jogaram juntos. Estamos abertos a fazer isso".
Sem Messi na lista deste ano, Scaloni referiu-se à possibilidade de a Bola de Ouro 2024 ir para Lautaro Martinez.
"Teve um ano espetacular, marcou o golo na final (da Copa América), foi o marcador da Copa América e merece mais do que ninguém", atirou.
Por fim, referiu-se aos 80 jogos que disputou como selecionador da Argentina após seis anos no comando.
"É bom ter conseguido tanto. É um trabalho bonito, mas sabemos o que significa estar aqui sentado. O que mais me orgulha é ter estado aqui durante tanto tempo e a forma como o conseguimos".
Sob o comando de Scaloni desde setembro de 2018, a Argentina venceu o Mundial-2022, a Copa América de 2021 e 2024 e a Finalissima de 2022.
Após nove jogos, a Argentina chegou a meio da fase de qualificação como líder com 19 pontos, seguida pela Colômbia (16), Uruguai (15), Brasil (13), enquanto Equador e Bolívia (12) partilham as duas últimas vagas diretas para o próximo Campeonato do Mundo.