Feminino: Linda Caicedo é o fenómeno de superação que lidera o sonho da Colômbia
O nome de Linda Caicedo não é desconhecido. Na Colômbia, ela é mais do que uma jogadora: é a promessa de um país que promoveu o desporto feminino e impulsionou a imagem da seleção nacional nos últimos anos. Também em Espanha, conquistou o seu lugar no Real Madrid. Em Valdebebas, a velocidade, a força e a capacidade de avanço da atacante colombiana são notórias. Aos 18 anos, em 2023, ela assinou contrato com a equipa de Chamartín. Em menos de duas temporadas, a Cafetera fez 48 jogos, marcando 10 golos e dando 10 assistências e, além disso, consolidando o seu lugar no plantel.
Agora, com 19 anos, experiência internacional, uma participação na final da Copa América, Caicedo assumiu a liderança da Colômbia no Mundial feminino Sub-20. A competição, que acontece no país sul-americano, é um objetivo primordial para a equipa de Carlos Paniagua, que na noite de terça-feira se classificou para os oitavos após vencer Camarões com um golo de Yésica Muñoz.
A história do futebol e de Linda Caicedo começou quando ela tinha cinco anos de idade. Os pais inscreveram-na no Real Juanchito FC, uma academia que só aceitava homens, mas aceitaram Linda. Ela não se importou com esse fator. Aos 10 anos, entrou para o Generaciones Palmiranas. Felipe Taborda, que na altura treinava a seleção feminina da Colômbia, descobriu que Caicedo era um talento extraordinário. Mais tarde, a atacante foi emprestada ao Club Deportivo Atlas C. P., clube criado pela futebolista Carolina Pineda e conhecido por ser uma "pedreira" de jogadoras.
Aos 12 anos, conquistou um lugar na equipa nacional do Valle. Lá, destacou-se nas categorias júnior e juvenil, o que lhe permitiu (juntamente com os esforços de Carolina Pineda) assinar com o América de Cali. Estreou-se aos 14 anos na equipa americana. Venceu a Liga Femenina em 2019 e em 2020 foi para o Deportivo Cali, clube com o qual venceu a Liga Femenina 2020.
Superação e resistência
A nível pessoal, Linda Caicedo passou por uma situação adversa que chegou a afetar o seu desempenho desportivo. A atacante foi diagnosticada com cancro nos ovários quando jogava pelo Deportivo Cali em 2020. Aos 15 anos, foi submetida a quimioterapia. O tratamento, como é habitual, provocou-lhe a perda de cabelo.
Quando a liga colombiana regressou após a pandemia, Caicedo disputou um jogo com uma peruca. Foi contra o Junior de Barranquilla. A família, o clube, a equipa técnica e os jogadores da equipa tornaram-se um forte elo de apoio para ela. "Um dia fomos correr e mostraram-me uma fotografia em que a minha irmã (Linda) quase não tinha cabelo e já usava tubos. Cheguei a casa a chorar e ela estava a dizer-nos que estava ali. Essa imagem nunca vai desaparecer", disse Kelly Ibargüen numa entrevista à Win Sports.