Euro sub-17: Selecionador de Portugal assume objetivo de "estar no último jogo"
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“O que nós temos como compromisso é sempre o primeiro jogo, que condiciona muito o percurso e é fundamental. O nosso foco é o primeiro jogo e depois vemos o que irá acontecer no futuro, mas não fazemos contas. O nosso objetivo é estar no último jogo, de qualquer fase, para poder discutir”, expressou o selecionador, em entrevista à Lusa.
A seleção lusa chega ao Europeu à procura do que seria o seu sétimo título, com dois conquistados após 2002, já em sub-17, e quatro no Europeu que ocupa o calendário e era para os sub-16.
Portugal conta no currículo com dois títulos de campeão de sub-17, em 2003 e 2016, depois de já ter conquistado outros quatro troféus, em 1989, 1995, 1996 e 2000, quando a competição era ainda limitada a jovens atletas até aos 16 anos, algo que ocorreu até 2001.
Portugal vai defrontar Espanha, Inglaterra e França no Grupo D, num elenco de seleções “campeãs da Europa e com muito currículo”, com jogadores a alinhar em escalões competitivos superiores.
“O que lhes tenho transmitido, desde os sub-15, é que nós temos e gostamos de jogar contra estas seleções de topo, até para ver como estamos. Cá fora podemos dizer que somos todos muito bons jogadores, mas no retângulo verde é que teremos de mostrar serviço. Felizmente, temos tido algum sucesso contra estas equipas”, vincou o técnico.
A equipa das quinas dispõe de jovens futebolistas “com talento e principalmente com muita vontade de ter sucesso”, um fator assente no espírito coletivo e na imagem que João Santos transmitiu ao grupo após a confirmação da presença na prova continental.
“Transmiti-lhes uma imagem com duas montanhas: uma mais baixa, além das nuvens, e outra ainda mais alta. Eu disse-lhes que chegámos ao nosso sonho, mas ainda temos uma montanha um bocadinho mais alta, que é um desafio maior. Será que nós temos capacidade? Vamos tentar e o lema é esse. Nós não somos obrigados a nada. A única coisa a que somos obrigados é, de cada vez que acabarmos um jogo, ter a consciência de que demos tudo pelo país, pela federação e pelas nossas famílias e amigos”, disse.
Dessa forma, João Santos apela à máxima intensidade dos seus jogadores, consciente do poder atacante de que dispõe, alicerçado numa fase de qualificação com 10 tentos em três partidas, embora considere a necessidade de melhorar as questões defensivas.
“Por aquilo que já demonstrámos, temos a capacidade para discutir qualquer jogo com qualquer seleção. Se formos tão intensos e discutirmos os duelos como os adversários, estamos à frente na técnica e na tática. O meu medo é quando baixamos as rotações e o ponteiro deixa de estar no vermelho. Contudo, não temos medo, pois reconhecemos que nós estamos ao nível das outras seleções”, sentenciou o selecionador, de 66 anos.
O capitão da seleção é João Simões, atleta de 17 anos que alinha na equipa de juniores do Sporting e é, a par de Geovany Quenda, um dos repetentes em Europeus de sub-17, pois já tinha integrado a geração que, no ano passado, foi eliminada na fase de grupos.
“Como capitão, a responsabilidade aumenta sempre, mas só por jogar num Europeu já temos uma grande responsabilidade. Estamos a representar a nossa nação e acho que vai ser muito bom. Vamos desfrutar e aproveitar muito. É uma competição importante e vamos tentar fazer o nosso melhor, sem pensar muito no futuro, tentar jogar jogo a jogo e focados nos três pontos a cada partida”, realçou à Lusa o jovem centrocampista.
O Europeu de sub-17 realiza-se este ano no Chipre e o primeiro encontro de Portugal é frente à congénere espanhola, na terça-feira, em Achnas, seguindo-se as partidas com a Inglaterra, na sexta-feira, e com França, em 27 de maio, ambas na cidade de Larnaca.
Os dois primeiros classificados de cada agrupamento qualificam-se para os quartos de final, que se jogam em 29 e 30 de maio, enquanto as meias-finais são em 02 de junho e o jogo decisivo do Campeonato da Europa realiza-se no dia 05, no Estádio de Limassol.