Euro sub-21: Duas ideias diferentes, os mesmos problemas
Não é animador o cenário para seleção sub-21 de Portugal. Depois da derrota com a Geórgia e o empate com os Países Baixos, a equipa de Rui Jorge está obrigada a vencer a Bélgica e a esperar por uma ajuda da anfitriã para seguir em frente no Euro sub-21 (as contas estão todas aqui).
Uma situação que poucos adivinhavam à partida para este Campeonato da Europa. Finalista vencido na última edição, Portugal chegou à Geórgia como um dos candidatos alavancado pelo registo avassalador na fase de qualificação: 10 jogos, nove vitórias, um empate, 41 golos marcados e três sofridos.
Duas caras
Contudo, o Europeu trouxe uma abrupta realidade para a seleção sub-21. Nas duas partidas do Grupo A, a equipa de Rui Jorge apresentou duas estratégias diametralmente opostas, mas em nenhuma teve sucesso, ou pelo menos o resultado esperado.
Diante da estreante Geórgia, Portugal surgiu com o 4x4x2 losango e uma ideia de jogo dominadora. O objetivo era ter a posse e encontrar os buracos na muralha defensiva dos anfitriões para encontrar o golo.
Contudo, acabou por ser uma tarde de desinspiração – ofensiva e defensiva. Portugal fez 17 remates à baliza, quatro deles foram enquadrados e, conforme mostram os dados dos golos esperados (xG), depois de ter sofrido, a equipa das quinas esteve sempre mais perto de sofrer outro, do que de empatar. Sendo que aqui há que também contar a expulsão de Tomás Araújo aos 76 minutos, que não mostra uma variação signifcativa dos dados.
Ultrapassado o choque da primeira jornada, chegavam os Países Baixos. Um desafio diferente, uma seleção bicampeã europeia da categoria, com jogadores a atuar em ligas competitivas, à semelhança do que acontece com Portugal.
Rui Jorge optou pelo mesmo esquema, mas com uma ideia diferente. Baixou o bloco, lançou Pedro Neto e Fábio Silva na frente para aproveitar o espaço que a defesa neerlandesa podia deixar nas costas.
Funcionou, parcialmente. Se é certo que a equipa das quinas conseguiu controlar as chegadas à área do adversário, o domínio dos Países Baixos fez sempre antever o golo da Laranja Mecânica, que surgiu.
A defesa
Recuado a 2021, Portugal distinguiu-se pela forma como defendeu. Nos seis jogos que fez durante o torneio sofreu quatro golos e manteve a baliza inviolada em quatro ocasiões. Dois anos volvidos sofreu já quase tantos tentos em duas jornadas como na competição inteira de 2021.
E mais de metade dos golos surgiram na bola parada. Quer com a Geórgia, quer com os Países Baixos, Portugal sofreu golos de canto. Ante os anfitriões, Sazonov apareceu sozinho na pequena área, e ,diante da Laranja Mecânica, Brobbey a aproveitou, ao segundo poste, um cabeceamento de Burger ao primeiro.
Duas situações cada vez mais decisivas no futebol atual, em que a equipa das quinas falhou.
Com o duelo ante a Bélgica agendado para terça-feira, Rui Jorge tem estas duas grandes questões para resolver. Qual a abordagem para marcar num golos numa partida em que está obrigado a vencer e com evitar os erros defensivos que se têm revelado fatais para a equipa das quinas.