Uma parte não basta: Portugal só se mostrou com desvantagem, mas não furou muro inglês (1-0)
Recorde aqui as incidências do encontro
Com os selecionadores da equipas principais, Roberto Martínez e Gareth Southgate, nas bancadas, as esperanças de Portugal e Inglaterra chocaram de frente com o seu maior obstáculo até então na caminhada até ao título europeu. No caso dos lusos, a vitória era obrigatória para conseguir a qualificação para os Jogos Olímpicos Paris-2024.
Rui Jorge repetiu o mesmo onze que triunfou sobre a Bélgica, enquanto Max Aarons regressou à lateral direita de Inglaterra e Harvey Elliot esteve ausente da ficha de jogo por motivos familiares. De destacar que, no Europeu de 2021 na Eslovénia, os lusos venceram os ingleses por 2-0 com golos de Dany Mota e Francisco Trincão, na segunda jornada da fase de grupos.
Jogar na expetativa
Perante uma equipa que vinha de três vitórias em três jogos, com seis golos marcados e zero(!) sofridos, a equipa das quinas deu a iniciativa aos ingleses que, logo aos quatro minutos, viram Curtis Jones a rematar à entrada da área ao lado do poste.
Portugal estava recuado e sem grandes soluções para travar a posse de bola adversária, embora na primeira aproximação à baliza contrária tenha ganho um pontapé de canto. Na insistência do lance, após um cruzamento, Fábio Silva fez um primeiro desvio, a bola sobrou para Pedro Neto ao segundo poste rematar para uma boa defesa de Trafford.
A receita de pressão alta e construção a partir de trás e em ritmo baixo criava muitas dificuldades aos lusos. Parecia uma questão de tempo - e de inspiração - até ao golo dos três leões. Já depois de um remate de Gordon para defesa tranquila de Celton Biai e de um corte providencial de Penetra na pequena área, os ingleses acabariam mesmo por inaugurar o marcador.
Máquina bem oleada
Aos 34 minutos, Angel Gomes conseguiu quebrar linhas com um passe vertical, a bola chegou a Madueke que lançou a desmarcação de Gibbs-White na área, descaído pela direita, que cruzou rasteiro para Anthony Gordon concluir com sucesso no coração da área. Um belo golo coletivo e de processos fáceis perante a apatia defensiva portuguesa.
O jogo voltou ao que era nos minutos iniciais, Portugal tinha dificuldades na pressão de bola ao adversário e também para quebrar a defesa.
Em cima do apito para o descanso, Nuno Tavares ganhou a linha de fundo, deixou para trás onde apareceu Tiago Dantas a simular primeiro e depois a rematar, mas Harwood-Bellis lançou o corpo à bola e travou a tentativa. Na saída para contra-ataque, valeu o duplo corte de Penetra a evitar o segundo de Inglaterra
Reação esbarrou na trave
O regresso dos balneários trouxe Paulo Bernardo no lugar de Samuel Costa e esperança em chegar ao empate. Ao contrário do primeiro tempo, Portugal pegou no jogo pelos colarinhos e levou o jogo para o meio campo ofensivo, com Pedro Neto, Francisco Conceição e o médio recém-entrado a visar a baliza de Trafford, embora sem grande sucesso.
Os números também davam algum alento: nos últimos 47 jogos de fase de qualificação e fase final de Campeonatos Europeus de sub-21 a turma de Rui Jorge só ficou em branco em dois. Numa altura em que, finalmente, começava a aparecer e a ligar setores, Fábio Silva saiu e deu lugar a Henrique Araújo. No outro banco, Smith Rowe rendeu o lesionado Jacob Ramsey.
Portugal não só parecia, como era uma equipa bem diferente da que começou o jogo. Aos 73 minutos, Pedro Neto levantou para a área, Henrique Araújo antecipou-se aos defesas e cabeceou à trave. Pouco depois, uma boa triangulação pela esquerda acabou com Paulo Bernardo a cruzar para defesa apertada de Trafford. A resposta dos ingleses? Perder tempo e baixar o ritmo, tentando frustrar a equipa das quinas.
Assalto final
A quatro minutos do fim, Diego Moreira e Vitinha renderam os já desgastados Francisco Conceição e Pedro Neto, para o assalto final à muralha inglesa que começava a mostrar algumas fendas. Na última intervenção em campo, o jogador do Wolves não conseguiu ultrapassar a barreira na cobrança de um livre em posição muito promissora.
Os ingleses meteram o jogo no congelador, aproveitando as pausas no encontro para demorar mais uns segundos e quebrar o ímpeto luso. No último suspiro, Nuno Tavares ainda disparou de fora de área, mas o esférico saiu por cima da trave.
Com este resultado, Portugal falha novamente a conquista de um Campeonato Europeu de sub-21 e prosseguem a seca de títulos no escalão, além de falhar a qualificação para os Jogos Olímpicos do próximo ano.
Homem do jogo Flashscore: Harwood-Bellis (Inglaterra).