Chile cada vez mais longe do Mundial: renovação pendente e seca de golos ameaçam apuramento
Ricardo Gareca, treinador da Argentina, teve um resultado amargo à frente da seleção chilena na quinta-feira, apesar de não ser mistério que estava a defrontar os campeões do mundo e de a história prever que o Chile regressaria a casa sem pontos.
Os números não mentem: das nove vezes que o Chile enfrentou a Argentina fora de casa na qualificação para Mundiais, perdeu seis vezes e empatou três.
Mas o problema não é a Argentina. Os números da qualificação não dão confiança, nem esperança, aos chilenos. Com cinco pontos, o Chile está em penúltimo lugar entre 10 seleções, à frente apenas do Peru, que recebe a Colômbia. Caso os peruanos vençam, o Chile cai para o último lugar.
Dos sete jogos que disputou, venceu apenas um, contra os peruanos em casa, empatou dois e perdeu quatro.
Falta de golos
A seca de golos é talvez mais reveladora: o Chile tem apenas três golos, dois na vitória sobre o Peru e um na derrota por 3-1 com o Uruguai.
"O Chile tem atualmente a maior sequência da sua história sem marcar: 630 minutos em sete jogos (...) e isso pode se estender", disse o comentador desportivo da rádio Cooperativa, Ernesto Contreras.
A América do Sul tem seis vagas diretas para o Mundial, enquanto o sétimo disputa uma repescagem contra uma seleção de outro continente.
Para Gareca, que assumiu o comando da equipa em janeiro, o jogo com a Argentina foi a sua estreia na qualificação. Nos seis jogos anteriores, teve duas vitórias e uma derrota em particulares, além de dois empates e uma derrota na última Copa América.
Um substituto pouco convincente
O técnico argentino deve lidar com a substituição geracional após a saída gradual dos líderes da chamada "Geração de Ouro", que conseguiu vencer a Copa América no Chile em 2015 e nos Estados Unidos no ano seguinte.
Gareca não convocou Arturo Vidal e Gary Medel, o guarda-redes Claudio Bravo anunciou a sua reforma e Alexis Sánchez não pôde fazer parte da convocatória devido a lesão.
A esperança no Chile é que haja uma recuperação na qualificação e o passo necessário para isso é conseguir uma vitória contra a Bolívia na próxima terça-feira.
No entanto, de forma surpreendente, os bolivianos golearam a Venezuela por 4-0 na quinta-feira e subiram para a sétima posição.
"Com sete jogos disputados, o Chile não tem margem de manobra (...) Com essa situação, vencer a Bolívia na próxima terça-feira é uma obrigação. Não há outra alternativa. Não deixem de ter a calculadora na mão", escreveu o jornal La Tercera.
Em outubro, os chilenos terão a difícil tarefa de receber o Brasil e viajar para enfrentar a Colômbia.