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Copa América: Cinco momentos que marcaram a edição de 2024

Messi teve três recordes batidos em uma única edição de Copa América
Messi teve três recordes batidos em uma única edição de Copa AméricaAFP
A edição de 2024 da Copa América terminou na madrugada desta segunda-feira com título da Argentina. Num torneio criticado por muitos aspectos, como o estado dos relvados, segurança, demora do VAR e nível da arbitragem, encontrar cinco destaques positivos não foi uma tarefa tão tranquila.

O que era para ser um teste de organização, logística e estrutura mostrou que mais esforços serão necessários para um saldo positivo em apenas dois anos. 

Em 2026, um mundo inteiro está com seus olhares voltados não somente para os jogos, mas também para os bastidores. A confusão antes da final, com adeptos agredidos, detidos e espezinhados, foi o capítulo final de uma edição que ficará marcada de forma negativa. 

O Flashscore separou desempenhos individuais e coletivos que se sobressaíram num dos palcos do Mundial-2026.

Messi

O craque argentino não teve grandes exibições na Copa América, mas deixou a marca com recordes. Logo na primeira partida da Argentina, ele tornou-se o jogador com mais partidas na história da competição, chegando aos 35 jogos. Esta marca foi ampliada para 39 com sua presença na grande decisão

Messi, que fez um dos golos da vitória de 2-0, sobre o Canadá, na meia-final, também igualou marca do brasileiro Zizinho, sendo um dos únicos jogadores a marcar golos em seis edições da Copa América. 

Messi marcou nas edições de 2007, 2015, 2016, 2019, 2021 e, agora, 2024. A única exceção foi em 2011, quando a Argentina e o camisola 10 pararam nos quartos de final, nos penáltis, com o Uruguai. São 14 golos do argentino na história da competição, três atrás de Zizinho e do seu compatriota Norberto Méndez

Na decisão, a cena de Messi a chorar no banco de suplentes após se lesionar e ser substituído, vai ficar marcada na memória de muitos. Ele fechou o torneio como jogador com mais finais na história da Copa América. 

Canadá

O Canadá fez a estreia na Copa América ao entrar na edição de 2024 como convidado. Para alguns, seria o saco de pancadas no Grupo A, que contava com Argentina, Peru e Chile.

Logo na estreia, a seleção da América do Norte, que será uma das sedes do Mundial-2026, mostrou qualidades contra a Argentina, assustando por mais de uma vez, mas a falta de pontaria levou a pagar caro na derrota por 2-0.

Uma expulsão do Peru ajudou na vitória por 1-0 antes do empate sem golos contra o Chile garantir o histórico apuramento. 

A seleção eliminou a Venezuela, favorita no duelo dos quartos de final. O que viesse, a partir dali, era lucro, tendo a certeza de que faria, pelo menos, mais dois jogos contra potências do continente.

A queda prevista para a Argentina nas meias-finais não impediu um bem-vindo cenário para uma seleção que ainda busca enfrentar, com frequência, equipas do mais alto nível.

Em poucas semanas, os canadianos testaram suas forças contra os atuais campeões do mundo por duas vezes. Foi justamente contra a Argentina as únicas duas derrotas na competição. 

É facto que o Canadá superou todas as expectativas, saindo da Copa América no quintal de casa muito mais forte do que entrou, com boas hipótese sde conseguir uma surpresa no Mundial como anfitrião. 

James

O médio do São Paulo James Rodríguez foi um dos grandes destaques da Copa América. O jogador, antes da final, acumulou seis assistências no torneio deste ano, ultrapassando as cinco de Messi, então recordista neste fundamento em uma única edição do torneio, em 2021. 

Na Colômbia, James encontra um estilo de jogo que conta a seu favor. As jogadas sempre procuram os seus pés, com o médio a corresponder e a ser peça-fundamental na ideia de Nestor Lorenzo. 

Para alguns, a diferença de desempenho entre seleção colombiana e São Paulo passa, diretamente, pela motivação cada vez que veste a camisola. A claque do Tricolor continua a lamentar a diferença de desempenho, e sonha com o dia em que o jogador terá tal sequência pelo clube brasileiro. 

A seleção cafetera correspondeu às expectativas que foram depositadas no seu futebol, antes mesmo do início da Copa América. A equipa chegou para o torneio invicto há 23 jogos e foi além deste feito, aumentando sua invencibilidade para 28 partidas antes da grande decisão contra a Argentina.

Comandados pelo técnico argentino Néstor Lorenzo, os colombianos mostraram um futebol envolvente e vertical, sempre buscando recuperar a bola logo após o adversário ter sua posse. As peças pelos lados do campo levaram perigos frequentes aos adversários, com o time rendendo o que pode sob a batuta de James Rodríguez. 

Bielsa merece pausa para escutar

A conversa do técnico Marcelo Bielsa, do Uruguai, chamou atenção na última sexta. Ele tentou segurar-se, mas falou mais do que queria sobre a organização da Copa América, tocando em algumas feridas da CONMEBOL que certamente incomodaram. O técnico defendeu os atletas, que se envolveram numa confusão com adeptos da Colômbia após derrota na meia-final. 

O destaque aqui vai para a postura do experiente treinador, que parece não se importar muito com possíveis consequências vindas de sua sinceridade genuína.

Bielsa é daqueles líderes que geram aprendizados frequentes por seus gestos e pela visão do futebol que vai além dos campos. Os seguidos anos de "cancha" o fazem um conhecedor profundo do mundo da bola, que não se omite para instigar válidas reflexões, algo raro no cenário atual de interesses e politicagem. 

Venezuela

Apesar de ter ficado pelo caminho nas quartas de final, o saldo da Copa América foi positivo para a Venezuela. A equipa caiu para o Canadá, nos penáltis.

Na fase de grupos, o conjunto dos atacantes Soteldo e Savarino, que atuam no futebol brasileiro, passou na frente de um grupo que tinha adversários complicados como Equador e México. As vitórias sobre estes dois oponentes fizeram a seleção chegar como favorita aos quartos de final, quando foi derrotada pela grande surpresa do torneio, o Canadá. 

Até há poucos anos, a seleção Vinotinto era um eterno saco de pancadas do futebol sul-americano. Tal realidade, hoje, é bem diferente. Na qualificação para o Mundial-2026, a equipa ocupa a quarta posição, à frente de seleções de maior expressão. O desafio, agora, é manter o bom aproveitamento e tentar tirar proveito do que fez de bom no torneio em solo norte-americano.

Daniel Ottoni é editor sênior do Flashscore Brasil
Daniel Ottoni é editor sênior do Flashscore BrasilFlashscore