A equipa cafetera está na 3.ª posição, sendo a única que ainda não perdeu no torneio após seis jogos. São três vitórias e três empates, estando atrás de Argentina e Uruguai.
No próximo sábado, a Colômbia defronta os Estados Unidos no penúltimo amigável de preparação antes da estreia da Copa América, que acontecerá justamente na casa dos norte-americanos. Antes da estreia, um novo compromisso, no sábado seguinte, está marcado contra a Bolívia.
Os colombianos estão no Grupo D da Copa América, ao lado de Paraguai, Brasil e Costa Rica. A estreia acontece diante do Paraguai no dia 24 de junho.
O Flashscore falou com jornalistas colombianos para tentar entender o que move a seleção local, que teve a sua última derrota no dia 1 de fevereiro de 2022, frente à Argentina, no apuramento para o Mundial do Catar. Desde então, são 21 jogos de invencibilidade, com seis vitórias seguidas.
A chamar a atenção
Para mostrar a condição de bater de frente contra qualquer adversário, a Colômbia conseguiu, na última Data FIFA, um surpreendente resultado ao vencer a Espanha, por 1-0, em Londres.
"Pelo que vimos nos amigáveis e no início o apuramento, temos uma equipa altamente competitiva. Pensar em título, quando os atuais campeões mundiais e os pentacampeões estão no mesmo torneio, pode ser ousado, mas esta geração precisa de uma conquista deste nível para entrar para a eternidade", diz o jornalista Cristian Marin, da Blu Radio, de Bogotá..
"Caso contrário, será mais uma de tantas boas gerações que o nosso país já teve sem conquistas", acrescentou.
Alguns jogadores podem ser apontados como destaque, com boa parte deles a atuarem no futebol europeu, com este nível de exigência a presentear o país quando chega a hora de defendê-lo.
Prontos para brilhar
Entre os nomes que podem fazer parte de uma encorpada seleção, estão o de Luís Díaz, ex-FC Porto agora no Liverpool, Jhon Arias, avançado do Fluminense, Jefferson Lerma, médio do Crystal Palace, James Rodríguez, médio do São Paulo, Johan Mojica, lateral-esquerdo do Osasuna e Jhon Lucumi, defesa do Bolonha.
"O plantel conta com bons jogadores que fazem a seleção funcionar como uma equipa. O facto de jogarem na Europa ajuda a manter o nível alto. Chegar à final, pelo menos, é uma meta. A qualidade existe, assim como o talento para lutar pelo título. Os resultados dos amigáveis mostram a coesão como equipa, isso dá esperança para o título da Copa América", explica Juan Sebastián Vargas, jornalista da Rádio Caracol.
A referência
O grande nome da seleção da Colômbia não poderia ser outro. Apesar do coletivo falar mais alto para os bons resultados recentes, a grande esperança para fazer a diferença está depositada nos pés de Luis Díaz.
"A nossa grande figura é Luís Díaz. Ele é um jogador diferente, é cara desta seleção e tem muita alegria no seu jogo. A sua velocidade, os seus dribles e a sua presença constante na área fazem dele uma referência. Além disso, o seu nível no Liverpool consegue ser transferido para a seleção nacional, algo que não é fácil", lembra Marin.
O comandante
Sem um técnico de bom nível e experiência, a Colômbia não teria chegado aos resultados recentes, assim como ao patamar que a faz ser uma das principais forças da Copa América de 2024. O argentino Néstor Lorenzo, ex-adjunto de José Pékerman nas seleções jovens da Argentina, está no comando da equipa desde junho de 2022. Dos 21 jogos de invencibilidade da Colômbia, 18 são sob o comando de Lorenzo.
Com ele, a Colômbia atingiu um nível de jogo que tem feito os adversários sofrer.
"Ele conseguiu manter a comunhão e harmonia, deu a sua marca ao plantel, formou uma equipa, com cada um a assumir o seu papel", explica Marin.
"O próprio James Rodríguez, que sempre foi conhecido por ser caprichoso e rebelde, hoje, com maturidade, baixa a cabeça e aceita as decisões do técnico. Lorenzo fortalece a mente do grupo e enche os jogadores de informações para enfrentar cada jogo", acrescenta.
O jornalista lembra que boa parte da equipa cresceu e consolidou a sua carreira fora do país, tendo a hipótese de deixar o local de origem muito cedo, sem se desenvolver no futebol local.
"A evolução do futebol colombiano é significativa, mas não podemos dizer que o produto interno é importante. A Colômbia hoje exporta prematuramente os seus talentos. Os jogadores estabelecem-se em clubes de diferentes partes do mundo, onde têm a garantia de crescer como pessoas e jogadores", reforça.