Copa América: Mau presente, bom futuro? O paradoxo do Peru

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Copa América: Mau presente, bom futuro? O paradoxo do Peru

Jorge Fossati, selecionador do Peru
Jorge Fossati, selecionador do PeruAFP
O Peru está em dificuldades na Copa América, longe do golo, mas o treinador uruguaio Jorge Fossati (71 anos) acredita que a equipa está a dar bons sinais na perspetiva da retoma nas eliminatórias para o Mundial-2026.

Recorde as incidências da partida

A derrota de terça-feira com o Canadá foi um golpe doloroso, mas Fossati ressalta que os bicolores conseguiram dominar várias fases do jogo, criar ocasiões perigosas e mostrar que as suas ideias estão a começar a encaixar.

A expulsão de Miguel Araújo (29 anos), aos dois minutos da segunda parte, mudou a dinâmica.

"O resultado é duro para mim. Não porque pensei que íamos encontrar um adversário fraco, mas pelo bom jogo que o Peru fez", disse o treinador na conferência de imprensa pós-jogo, no Children's Mercy Park, em Kansas City.

O futuro pode ser brilhante, independentemente dos resultados no Grupo A da Copa América.

O Peru estreou-se com um empate 0-0 com o Chile e, no próximo sábado, enfrentará a campeã mundial Argentina, que já tem vaga garantida nos quartos de final. Fossati sublinhou que "ainda há possibilidades" de passar à fase seguinte, embora pareçam remotas.

A Argentina dominou o grupo com seis pontos em dois jogos, seguida pelo Canadá com três. Chile e Peru têm um ponto cada.

Objetivo paralelo

"Sempre dissemos a mesma coisa: havia um objetivo paralelo, que era montar uma equipa forte para o resto das eliminatórias", disse Fossati.

O uruguaio assumiu o comando da seleção peruana em janeiro passado, com a responsabilidade de liderar um processo de renovação da equipa, que teve um péssimo início nas eliminatórias sul-americanas para o Mundial, nas quais está em último lugar, com apenas dois pontos em seis jogos.

"Isso não pode deixar-me com outro sentimento que não seja o de frustração, porque a minha análise é simplesmente que houve um jogo até os 60 minutos e houve outro depois da expulsão", disse Fossati sobre o revés contra o Canadá.

"Até aos 60 minutos, o Peru controlou o jogo, dominou e teve situações. Fomos culpados por não converter", continuou.

O golo dos canadianos foi marcado aos 74 minutos pelo avançado Jonathan David (24).

"Infelizmente, eles marcaram o golo rapidamente e isso tornou o jogo ainda mais difícil", concluiu.

Fossati luta contra a nostalgia do processo de Ricardo Gareca, atualmente no comando da seleção chilena, que levou o Peru à Rússia-2018, o primeiro Mundial para o Peru em 36 anos. Essa saudade devorou o ciclo do seu antecessor no banco de reservas, Juan Reynoso.

Para já, apesar de ter aberto as portas a novos jogadores, o treinador continua confiante na "velha guarda", como Gianluca Lapadula (34 anos), que não teve uma boa Copa América, ao perder oportunidades claras de golo, Paolo Guerrero (40 anos), suplente, e Christian Cueva (32 anos), que reapareceu na terça-feira depois de oito meses à margem.

Levantar a cabeça, diz Carrillo

"Fizemos um bom jogo. Fizemos uma boa partida, que foi nossa até antes da expulsão, mas temos de nos reerguer", disse o avançado André Carrillo (33 anos), que passou por Sporting e Benfica.

"Temos mais um jogo, sabemos que é complicado, mas temos de o enfrentar com a mesma esperança, a mesma atitude", continuou Carrillo, apelando a "olhar em frente".

Wilder Cartagena (29 anos), assim como o seu treinador, acredita que faltou ao Peru mais eficácia na área adversária: "Não foi o suficiente para marcarmos e vencermos, apesar das muitas ocasiões que criámos."