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Membro do Governo da Argentina demitido por solicitar pedido de desculpa a Messi

AFP
Festa argentina tem dado que falar pelos piores motivos
Festa argentina tem dado que falar pelos piores motivosAFP
O subsecretário do desporto da Argentina disse na quarta-feira que tanto Messi como o diretor da federação de futebol deviam pedir desculpa pelo que aconteceu durante os festejos após a vitória na Copa América. Essas palavras custaram-lhe o emprego.

"Penso que o capitão da seleção nacional também devia vir a público pedir desculpa por esse caso, assim como o presidente da AFA (Claudio Tapia)", disse o responsável à estação de rádio local Urbana Play na manhã de quarta-feira.

Poucas horas depois, e após ser repudiado nas redes sociais, Julio Garro escreveu o seguinte no X: "Nego categoricamente que tenha pedido que Messi se desculpasse. Seria uma falta de respeito por alguém que nos honra permanentemente com as suas qualidades humanas e desportivas".

Mais calmo, Garro já tinha afirmado que o vídeo deixa "uma má imagem do país"

"Nenhum governo pode dizer o que se deve dizer, o que se deve pensar ou o que se deve fazer à seleção argentina, campeã do mundo e bicampeã da América, ou a qualquer outro cidadão. Por esta razão, Julio Garro deixa o cargo de Subsecretário de Desporto da Nação", publicou a conta oficial da presidência no X.

A versão completa tinha sido entoada pelos adeptos argentinos numa transmissão televisiva em direto durante o Mundial no Catar, em que a Albiceleste derrotou a equipa francesa por 4-2 nos penáltis na final.

Nela entoam-se frases como "jogam em França, mas são todos de Angola", e de Kylian Mbappé diz-se que "a sua mãe é nigeriana (ainda que na realidade seja franco-argelina)", "o seu pai é camaronês, mas o documento de nacionalidade é francês".

O vídeo da polémica foi gravado e transmitido pelo médio do Chelsea, Enzo Fernández, que pediu desculpa pelo incidente na sua conta do Instagram na noite de terça-feira.

A FIFA anunciou na quarta-feira que estava a abrir uma investigação sobre o cântico racista e condenou "todas as formas de discriminação". O caso também levou o clube londrino a abrir um processo disciplinar contra o antigo jogador do Benfica.