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O que se segue para a seleção da Colômbia depois da Copa América?

Rafael Gomez
Colômbia na final
Colômbia na final Getty Images via AFP
O vice-campeonato continental deixa um sabor amargo na boca dos jogadores. Chegar à final foi uma conquista, mas a derrota com a Argentina reflete a necessidade de melhorar em alguns pontos.

O segundo lugar nas Américas oferece perspetivas diferentes: a primeira e mais dolorosa é a da derrota. A Colômbia, apesar de ter sido a seleção que apresentou o melhor futebol durante toda a competição, ficou sem nada para mostrar e perdeu com a Argentina, campeã mundial e bicampeã continental, na decisão do título.

Perder dói. Ainda mais se analisarmos o desenrolar da partida. Os primeiros 45 minutos foram da Colômbia, a Argentina não dominou, Messi parecia desconfortável, com problemas físicos, e Julian Alvarez e companhia também não fizeram estragos.

Na segunda parte, com a saída de Messi e a entrada de Nico Gonzalez e Lautaro Martinez, a situação mudou: a Albiceleste assumiu o controlo do jogo, com transições rápidas e pressão alta. A agressividade e a serenidade que advêm do facto de jogar finais de forma constante, fizeram-se sentir numa equipa colombiana que não conseguiu ultrapassar o golo de Lautaro aos 112 minutos.

A Argentina é a justa campeã. Sim, talvez tenham chegado à final com um dia a mais de descanso. Enfrentou Equador e Canadá na fase a eliminar e não passou por nenhum "bicho-papão" (seja Uruguai ou Brasil) antes da fase final do torneio. No entanto, a leitura tática de Scaloni foi certeira. As mudanças surtiram efeito e Messi, lesionado, levantou uma Copa América agitada e cheia de percalços em Miami.

As classificações da final
As classificações da finalFlashscore

Conquistas, recordes e bom jogo

A segunda perspetiva do segundo lugar pode ser analisada do ponto de vista das conquistas: a Colômbia não chegava à final da Copa América desde 2001, edição que venceu após derrotar o México em El Campín com um golo de Iván Córdoba. A tricolor superou adversários como Uruguai, Brasil e Paraguai, três rivais históricos que, em geral, costumam dar trabalho no mata-mata .

Néstor Lorenzo combinou a pressão alta e o bloco físico com a condução e o bom tratamento da bola. James Rodríguez foi o melhor da competição, bateu o recorde de assistências e o melhor em campo em vários jogos. Richard Ríos foi uma das revelações, Camilo Vargas cumpriu acima do esperado como guarda-redes. Os pontos positivos da Copa América são muitos, a derrota, no entanto, ofusca o que há de bom, sem surpresa.

Elementos para melhorar

A queda perante a Argentina foi a única derrota da Colômbia na competição. O golo da Albiceleste foi resultado de uma má saída dos tricolores, que perderam uma bola no meio do campo e depois não conseguiram fechar  de forma adequada a desmarcação de Lautaro Martinez. O desgaste também fez com que alguns jogadores perdessem a concentração, o que é normal, já que fizeram seis ou sete jogos em menos de um mês. 

A concentração é, sem dúvida, o primeiro elemento a ser melhorado. A Colômbia teve momentos para marcar contra a Argentina, em lances de bola parada, o remate Córdoba ao poste no primeiro tempo, o de Jefferson Lerma de fora da área. Em suma, as oportunidades apareceram. A serenidade, por outro lado, estava ausente, em parte devido aos nervos que acompanham uma final continental.

As estatísticas da final
As estatísticas da finalOpta by Stats Perform

Não celebrar cedo demais é outro ponto discutível. Tanto a seleção nacional como a sociedade colombiana comemoraram demasiado a chegada à final, enquanto a Espanha e a Inglaterra festejaram com moderação a passagem à final do Euro-2024. A Argentina também não fez muito barulho quando venceu o Canadá. Festeja-se quando se ganha um título, não quando se chega a uma final. 

Próximo objetivo

O próximo objetivo da equipa de Néstor Lorenzo é garantir a qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026 o mais rapidamente possível. A Colômbia está em terceiro lugar nas eliminatórias com 12 pontos (três vitórias e três empates), começou bem a fase de qualificação e volta ao trabalho em setembro.

No dia 7 de setembro, a Colômbia vai a Lima enfrentar o Peru. Em seguida, no dia 10 de setembro, receberá a Argentina no Metropolitano de Barranquilla. Será essencial vencer os dois jogos para ficar mais perto do Mundial-2026 e virar a página o quanto antes.

As derrotas doem, mas também edificam. A França perdeu a final do Euro-2016 em casa com Portugal e foi campeã mundial em 2018. A Argentina perdeu em duas finais com o Chile antes de chegar à fase gloriosa em que se encontra agora.

A Colômbia está no bom caminho.