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Opinião: A desorganização da Conmebol ficará eternizada na história da Copa América

O caos formou-se na entrada dos adeptos
O caos formou-se na entrada dos adeptosProfimedia
O que aconteceu neste domingo, em Miami, antes da final da Copa América,no Hard Rock Stadium, em Miami foi desastroso. Não bastando os problemas anteriores apresentados pela organização no que se refere à segurança e condição dos relvados, isso para citar somente dois aspectos, o que foi visto e feito, de forma lamentável, conseguiu ser superado a ponto de entrar, negativamente, para história da competição. 

A partida entre Argentina e Colômbia, que deveria começar às 1:00 (em Lisboa), mas a bola só começou a rolar às 2:22. Um tumulto provocado, em parte, por adeptos sem ingressos, que tentaram entrar no estádio, desencadeou uma grande confusão com direito a detenções, fugas, pessoas agredidas e pisadas e enormes filas do lado de fora a faltar pouco tempo para o jogo começar. Um cenário que será lembrado por décadas. 

A festa pedida por Lionel Scaloni, um dia antes da final, esteve longe de acontecer. Na sexta-feira, Marcelo Bielsa, técnico do Uruguai, falou em vergonha para se referir à organização da edição 2024 da Copa América, opinião compartilhada por Jesse Marsch, técnico do Canadá. O que se viu neste domingo foi além disso, manchou todo um torneio e seus (ir)responsáveis. 

A CONMEBOL não teve outra alternativa a não ser adiar o início do jogo por mais de uma vez. A garantia de que não haveria um atraso além dos 30 minutos ficou pelas palavras, que continuam a valer pouco vindas de tal entidade.

A organização escancarou os defeitos e problemas, indo além dos anteriormente conhecidos há anos, com a falta de punição aos atos de racismo a ser apenas um deles

O atraso de 30 minutos virou 45, depois 60, antes de 75 e 80 minutos mostrarem como a organização se mostrava perdida. Enquanto isso, adeptos, familiares e imprensa tentavam entrar no estádio, num desespero de quem só queria trabalhar ou ver um bom jogo de futebol. Uma experiência traumática, no mínimo. 

Adeptos com ingressos em mãos não conseguiram entrar depois de toda a capacidade do estádio ser preenchida. Outros, sem bilhetes, conseguiram o acesso, denunciando toda a desorganização. Já imaginou isto acontecer num Mundial? 

A CONMEBOL tem culpa direta no caos formado. Uma organização decente e responsável criaria, no entorno do estádio, uma área de segurança, permitindo o acesso somente com quem tinha ingressos em mãos. Algo básico para qualquer evento deste calibre. 

A entidade imitou-se a emitir nota informando que somente os adeptos com ingressos deveriam acessar o estádio. Não devia ser sempre assim?

A passividade da CONMEBOL contribuiu para que a confusão se formasse. Faltou planeamento e capacidade para alinhar o que era necessário com membros das forças de segurança, como estabelecer um perímetro de acesso ao redor do estádio.

O comentador Ricardinho, do Sportv, chegou a informar que amigos pessoais entraram no jogo entre Brasil e Uruguai sem apresentar os bilhetes, mostrando um problema primário de organização. 

Dentro do estádio, quem conseguiu entrar precisou ter paciência e passar por apuros. Fico a imaginar pessoas acompanhadas por crianças e idosos, sem falar dos com mobilidade reduzida.

O médio MacAllister, da Argentina, deixou o balenário, antes do jogo, para ajudar no acesso dos familiares, um caos na cabeça de um jogador prestes a jogar uma final. Algo tão surreal que muitos irão duvidar se não for comprovado com depoimentos e vídeos. 

O absurdo criado pela CONMEBOL não será esquecido tão cedo. E estamos a falar da próxima sede do Mundial, com muito a ser melhorado em diversos aspectos para receber seleções e adeptos de várias partes do mundo.

Em dois anos, há um longo caminho a ser melhorado para passar confiança e terminar um dos maiores eventos desportivos do mundo com algum sucesso, algo que ficou longe de acontecer nos Estados Unidos. 

Daniel Ottoni é editor sênior do Flashscore Brasil
Daniel Ottoni é editor sênior do Flashscore BrasilFlashscore