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Aberto inquérito sobre as alegadas ligações financeiras entre o Vitesse e Roman Abramovich

Agerpres
Roman Abramovich
Roman AbramovichProfimedia
A Federação Neerlandesa de Futebol (KNVB) prepara-se para abrir um inquérito sobre as alegadas ligações financeiras entre o Vitesse Arnhem e o oligarca russo Roman Abramovich, antigo proprietário da equipa inglesa Chelsea, noticia o jornal britânico The Guardian.

A investigação será lançada depois de o The Guardian e o Bureau of Investigative Journalism (TBIJ) terem descoberto documentos que parecem mostrar que Abramovich transferiu secretamente mais de 100 milhões de euros para as contas do Vitesse.

A estreita relação entre o Chelsea e o Vitesse era bem conhecida, com o clube londrino a enviar frequentemente jogadores por empréstimo para o seu parceiro holandês, mas os dois clubes negaram anteriormente que o oligarca estivesse envolvido no financiamento do clube de Arnhem.

A última investigação é a terceira tentativa da KNVB para investigar o financiamento do Vitesse e as suas ligações a Abramovich, depois das investigações anteriores em 2010 e 2014/2015.

Essas investigações descobriram que o Vitesse era financiado por uma empresa das Ilhas Virgens Britânicas (IVB) chamada Marindale Trading Ltd, que era propriedade do antigo dono do clube, Aleksandr Cighirinski. No entanto, as investigações concluíram que Abramovich não tinha qualquer influência na gestão do clube.

Rede bem estabelecida

A nova investigação da KNVB surge depois de o The Guardian e o TBIJ terem publicado documentos que parecem mostrar que a Marindale Trading não era a última fonte de dinheiro do clube.

Em vez disso, a empresa fazia parte de uma cadeia de empréstimos de duas empresas das Ilhas Virgens Britânicas, a Ovington Worldwide e a Wotton Overseas. Estas duas empresas eram propriedade de fundos fiduciários sediados em Chipre, cujo único beneficiário era Abramovich.

Entre 2010 e 2016, pelo menos 117 milhões de euros terão passado por esta rede de empresas, que incluía entidades no Liechtenstein, no Belize, nas Ilhas Virgens Britânicas e nos Países Baixos.

A KNVB, que não respondeu a um pedido de comentário, disse anteriormente ao The Guardian que não tinha conhecimento dos acordos. Espera-se agora que sejam uma área chave de foco na nova investigação, que será levada a cabo por uma terceira parte.

O Vitesse disse anteriormente que "não sabe como (a Marindale Trading) foi financiada". Entretanto, o clube mudou de proprietário e vai ser adquirido pela empresa de investimentos norte-americana Common Group.

A informação sobre o financiamento do Marindale veio à luz do dia com os ficheiros Oligarch, um conjunto de dados que foram divulgados por um prestador de serviços offshore em Chipre, a MeritServus.

"Relação próxima"

Em 2017, o The Guardian escreveu que os associados de Abramovich baseados nos escritórios do Chelsea no Estádio Stamford Bridge estavam envolvidos na aquisição do Vitesse. Na altura, o Chelsea recusou-se a comentar, dizendo apenas: "Temos uma relação de trabalho próxima com o Vitesse Arnhem, tal como temos com outros clubes".

As regras da UEFA exigem que os clubes que jogam entre si sejam detidos e geridos de forma independente "para garantir a integridade das competições" e que "nenhuma pessoa singular ou colectiva possa ter controlo ou influência sobre mais do que um clube que participe numa competição inter-clubes sob os auspícios da UEFA".

Um porta-voz do Vitesse afirmou: "Ainda não recebemos qualquer informação oficial da KNVB sobre as próximas etapas, incluindo uma possível investigação. No entanto, espera-se que a KNVB queira que esta investigação seja conduzida por uma empresa especializada e independente, que provavelmente será nomeada pela federação".

O Chelsea não quis comentar, e Abramovich e Cighirinski não responderam aos pedidos de comentário.