Mágico apareceu para fazer o milagre da ressurreição: Inglaterra sobrevive à Eslováquia
Recorde aqui as incidências do encontro
Longe de convencer na fase de grupos, Southgate mexeu apenas numa peça do tabuleiro - Mainoo entrou para o miolo - para enfrentar uma Eslováquia que manteve a confiança no seu onze base.
Francesco Calzona prometeu uma entrada forte e os underdogs assim o fizeram, criando três boas oportunidades nos primeiros minutos e arrancando dois cartões amarelos - a Guehi e Mainoo - nos primeiros 10 minutos. Na melhor delas, Haraslin fez tudo bem na área, mas o defesa do Crystal Palace travou o remate que se dirigia à baliza. A Inglaterra demorou mais de 20 minutos a acordar para criar perigo, num cabeceamento de Kane desviado por um defesa para canto. No seguimento, Mainoo disparou de primeira perto da trave.
A resposta dos eslovacos foi letal através de jogo direto. Kucka ganhou o duelo de cabeça em zona central, Strelec esperou à entrada da área pela desmarcação de Schranz que, perante Pickford, rematou de trivela para inaugurar o marcador, aos 25 minutos. Uma jogada simples e eficaz, que premiou a melhor equipa no encontro e colocou o avançado no topo da lista de melhores marcadores, com três tentos.
Os ingleses assumiram as rédeas do encontro mas, à imagem dos outros jogos da fase de grupos, pareciam procrastinar no último terço. Saka era o homem procurado para tentar sacar um coelho da cartola, sempre desapoiado, Bellingham e Foden também tentaram ajudar, mas estavam desinspirados e Kane estava numa ilha de um homem só.
A Eslováquia, compacta e confiante, segurou a vantagem sem ter que se cansar ou preocupar muito. Preocupante eram os números de cartões exibidos ao longo do primeira parte, com cinco no total, três para os ingleses, dois para os eslovacos. Ainda assim, a segunda parte arrancou sem alterações.
A Inglaterra voltou muito bem do balneário conseguindo um raro momento de combinação ofensiva que até deu golo, mas Foden estava em fora de jogo no momento do passe de Trippier.
Os Três Leões pareciam começar a rugir... até que um livre cobrado por Walker apanhou Stones a pentear o cabelo, Strelec tentou a sorte do meio-campo e falhou o alvo por escassos centímetros.
Essa foi a última ação do avançado do Slovan Bratislava, rendido por Bozenik, do Boavista. Southgate foi ao banco buscar o joker Cole Palmer que rapidamente tentou agitar, mas não teve grande companhia. Aliás, os minutos passavam e a Inglaterra não somava qualquer remate enquadrado com a baliza. Nem mesmo quando Kane apareceu sozinho na pequena área para cabecear ao lado, ou quando Declan Rice acertou no ferro.
Porém, às vezes basta um momento de magia para virar tudo do avesso e quem tem Bellingham sujeita-se sempre a ser feliz. A um minuto da eliminação, com a carne toda no assador, um lançamento lateral levantado para a área caiu na zona do médio do Real Madrid que, de costas para a baliza, fez um pontapé de bicicleta que ressuscitou o país inteiro e evitou o embaraço.
No arranque do prolongamento, na insistência a um pontapé de canto, Toney manteve viva a jogada depois de um remate muito torto de Eze e, na pequena área, apareceu sozinho Kane para assinar a reviravolta.
No entanto, o encontro estava longe de estar resolvido. Em cima do descanso, numa boa jogada coletiva com Bozenik ao barulho, Pekarik apareceu ao segundo poste para desviar por cima da trave. Southgate tentou trancar as portas, retirando Kane e Bellingham para a segunda parte do prolongamento, mas os ingleses ainda passaram por alguns sustos perante uma formação eslovaca completamente esgotada.
De qualquer das formas, o teórico favorito conseguiu segurar a vantagem e carimbar a passagem aos quartos de final, mas vai ter de melhorar drasticamente para ultrapassar a força coletiva que a Suíça tem apresentado neste torneio.
Homem do jogo Flashscore: Jude Bellingham (Inglaterra).