Espalha-brasas para animar a malta: Portugal dá a volta à República Checa no arranque
Recorde as incidências da partida
Roberto Martínez surpreendeu tudo e todos com o onze que escolheu para a estreia de Portugal no Euro-2024. Cinco defesas, sim, mas um deles, João Cancelo, a posicionar-se mais como médio interior, dando o apoio a Nuno Mendes pelo corredor esquerdo, sempre que preciso.
A disposição tática permitiu um domínio indiscutível em termos de posse, quase sempre superior a 70%, mas tornou o jogo português algo confuso, com alguns jogadores a pisarem os mesmos terrenos, facilitando o trabalho defensivo da super-defensiva República Checa, que mostrou algumas dificuldades para entrar no meio-campo português.
O bloco baixíssimo da equipa de Ivan Hasek foi uma nota dominante numa primeira parte que contou com o encanto de Vitinha. O médio do Paris Saint-Germain, a partilhar o miolo com Bruno Fernandes, foi o mais esclarecido do conjunto português, que contou também com a vertigem de Rafael Leão.
As oportunidades, ainda que sem o final desejado para a turma lusa, apareceram de forma natural. Nuno Mendes (17 minutos), Bruno Fernandes (24' e 26'), Ronaldo (32' e 45+1'), Vitinha (32' e 33') deram alguma cor a uma eficácia muito cinzenta.
Após uma primeira parte sem que o nó da igualdade fosse desatado, em que Stanek segurou o nulo e Diogo Costa foi um mero espectador, o segundo tempo trouxe aquilo que o adepto mais gosta: golos!
Sofrer para acordar
A Seleção Nacional entrou com a mesma dinâmica, mas deixou-se surpreender pela República Checa, que chegou ao golo através de Lukas Provod, aos 62 minutos, um pouco contra a corrente do jogo, numa fase em que Roberto Martínez estava pronto para fazer as primeiras alterações.
O golo não mudou a ideia do selecionador nacional e Diogo Jota e Gonçalo Inácio foram mesmo a jogo. E que diferença! O jogo português tornou-se muito mais fluído, com as peças bem alinhadas, e o empate apareceu, naturalmente, aos 69 minutos, graças a um auto-golo forçado de Robin Hrávac, depois de um bom trabalho de Bernardo Silva pelo flanco direito, para um cabeceamento traiçoeiro de Nuno Mendes. Mas não era suficiente.
Com 20 minutos (e mais um pozinhos) para jogar, Portugal foi em busca da reviravolta e Roberto Martínez tinha dois trunfos na manga: Pedro Neto e o espalha-brasas Francisco Conceição.
O extremo do Wolverhampton desequilibrou pela esquerda e o camisola 10 do FC Porto aproveitou um desentendimento entre um defesa e o guarda-redes checo para atirar para o 2-1 final. Uff! Portugal pode respirar de alívio.
Homem do jogo Flashscore: Vitinha (Portugal)