Bruno Fernandes: "O objetivo mínimo é ganhar todos os jogos, ir à final e ganhar"
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Pontos fracos Eslovénia: "Tivemos possibilidade de defrontá-los num amigável, não vencemos, mas foi importante para termos ideias do que podemos fazer. Vamos ter de ser pacientes, defendem com bloco baixo, são agressivos, fortes fisicamente, temos de tentar cansá-los com bola porque têm uma capacidade grande no contra-ataque, os dois avançados combinam bem. O mais importante para nós será fazer o melhor das nossas valências e dar-lhes o menor espaço possível".
Ilações da fase de grupos: "No contra-ataque, podem ser mais perigosos (do que os checos), os dois avançados combinam bem e isolados do resto da equipa dão profundidade. Há muitas coisas positivas a retirar, como coisas negativas do jogo com a Turquia em que ganhámos 3-0 e tudo parece que correu da melhor maneira. Contra a Geórgia, o resultado foi negativo, houve coisas positivas e negativas, mas num todo a qualificação não foi feita como queríamos, que era com 3 vitórias em 3, mas passámos, que era o mais importante. Avaliámos esses três jogos, mas agora é diferente, não há tempo para pensar no que foi, mas no que será".
Objetivo mínimo: "O objetivo mínimo é ganhar todos os jogos e isso significa ir à final e ganhar. Não há mínimos para nós, vamos jogo a jogo, só assim chegamos à final. Nenhuma seleção vem para aqui a pensar em ir embora mais cedo e Portugal ainda menos porque somos muito competitivos. Todos temos um objetivo comum, que é chegar à final".
Forma: "Descansar, sonecas durante a tarde, que ajudam. Sou uma pessoa que gosta de estar sempre a competir, falei muitas vezes com o nosso staff técnico, que procuram um balanço para todos estarmos na melhor capacidade. Se eu competir de três em três dias, melhor ainda. Sinto-me mais preparado. Ao mesmo tempo, acho que é a minha paixão pelo jogo que me faz estar sempre preparado para representar a seleção ou o clube onde esteja a jogar a qualquer altura e em qualquer momento".
Eslovénia: "Não temos de recear nenhuma seleção, temos de as respeitar a todas. Não olhamos a nomes. Esta seleção tem nomes importantes, de grande qualidade, temos respeito por eles, tivemos um amigável com eles que perdemos e isso tem de nos alertar. Temos de fazer coisas diferentes para ter um resultado mais positivo. Não vamos recear nenhuma seleção independentemente do nome dela. O nosso objetivo é sempre ganhar".
Dificuldades em bloco baixo: "Tem-se falado muito, principalmente depois da República Checa. Eu, que jogo a 10, às vezes as pessoas não entendem que com blocos baixos não existem espaços entre linhas. Às vezes é preciso lateralizar demasiado o jogo, é preciso ter bola e não forçar. Com a República Checa estava frustrado porque queria que a bola entrasse, mas não havia esse espaço, era preciso lateralizar, tanto que os golos vêm de duas bolas pelos corredores. É preciso ter paciência com bola e fazê-los cansar. Obviamente que é difícil entrar quando os blocos são baixos e quando defendem bem, não é só baixar. Acaba por ser difícil, mas temos de encontrar soluções. Não dá por dentro, vamos por fora".
Cristiano Ronaldo: "Não vejo mais (altruista). Depois desse golo surgiram mais imagens do Cristiano Ronaldo a assistir. O Cristiano, numa situação de um para um, qualquer avançado do mundo, tem o seu foco em rematar e fazer golo, mas tomou a decisão que achou que era a mais certa. Tenho a certeza que se rematasse à baliza o resultado era o mesmo e as redes da baliza estariam a balançar de qualquer maneira. Tenho a certeza que para o Cristiano é importante que tenhamos sucesso como equipa".
Alerta de Pepe: "Qualquer coisa que o Pepe diga é bem vista no grupo. É um dos jogadores mais experientes do grupo, em fases finais, juntamente com o Cristiano são os dois jogadores mais experientes da nossa seleção. O Pepe é muito assertivo no que diz, muito honesto e tenho a certeza que ninguém leva de uma forma não positiva o que ele diz. A derrota demonstrou algumas coisas que temos de melhorar, trabalhámos nisso e temos de mostrar que essas melhorias foram feitas".
Euforia dos adeptos: "Não diria frustração. Após o jogo, existe, mas agora estamos mais tristes com o resultado porque queríamos ganhar os três jogos, queríamos dar essa alegria a todos os que nos têm vindo a apoiar e têm sido em grande número, mesmo contra a Turquia não ouvi mais nada que não os portugueses. Falámos sobre isso no grupo. Sentimos essa conexão com os nossos adeptos contra a Geórgia. Continuamos a sentir esse apoio, sei que depois de um resultado negativo há mais aspetos negativos, mas o futebol funciona assim. Temos de manter a linha, não ir do 8 ao 80, manter no 50".
Análise qualitativa da seleção: "Eu não gosto de tocar neste ponto. Hoje fala-se muito em estatística e em todos a jogar com bola somos das seleções que está melhor. Não acho que seja jogar mal. Acho que temos sido mais respeitados do que fomos nos últimos anos a jogar contra seleções com blocos mais baixos, não dar espaço aos nossos jogadores e isso pode tornar esse aspeto negativo, mas acho que temos vindo a jogar bom futebol. O jogo com a República Checa foi mais bem conseguido do que contra a Turquia e o resultado não mostra isso. Queremos sempre melhorar, jogar melhor, marcar mais, não sofrer e tornar o nosso jogo mais atrativo para que gostem de nos ver jogar".
Adaptação a Roberto Martínez: "Já estamos com ele há algum tempo, tivemos vários jogos, com diferentes sistemas, mas a ideia é a mesma e não muda muita coisa. Todos na seleção tem qualidade, está habituado a estas dinâmicas e acredito que a forma de trabalhar dele é boa porque traz mudanças. Permite-nos mudar o que somos e o que fazemos em vários sentidos. Até agora, todos têm estado bem a fazer o que o selecionador tem pedido, mesmo que a tática vá mudando".
Sistema de três centrais para a Eslovénia: "Acho que a melhor tática será dita pelo treinador, não por mim. Não sou eu que vou decidir o que é melhor, não sou eu a analisar dias e dias de vídeos, acreditamos no nosso staff, que nos dá a melhor solução para conseguir o melhor resultado".
Jogo amigável: "Não joguei, mas vi o jogo e falámos sobre o jogo nestes dias, claro. Vimos imagens desse jogo, estiveram muito bem, ganharam, tentamos perceber o que podemos fazer de diferente para os bater. Percebemos quais as fraquezas e as forças desta Eslovénia. Não têm medo de ter bola, defende bem, é a equipa com mais alívios no Euro, mas nós temos de encontrar posições para marcar a uma equipa que também tem um dos melhores guarda-redes do mundo".
Diferenças entre o amigável e este jogo: "Todos podemos estar melhor, fazer sempre mais e algo diferente. São equipas com boas individualidades que podem fazer a diferença em cada jogo. Confiamos em todos os que jogaram nesse jogo. Vimos o jogo e estivemos a ver o que podemos fazer de diferente".
Comparação com Inglaterra: "Falei com eles, mas não falei dos jogos ou do que podemos fazer de diferente por nós. A Inglaterra joga de uma forma, nós jogamos de outra forma"